Esta é a história de uma mulher que falava com o vento. No seu íntimo, quando só, sem nada esperar, falava com o vento. Gostava de olhar pela janela ou de se abeirar da varanda e lançar-lhe perguntas, talvez para as tirar da cabeça ou para as ouvir saírem da sua boca, mesmo se não ouvia a resposta ou nem sequer o eco da sua pergunta; não havia sinal de vida fora dali e, por isso, essa mulher às vezes chorava, porque só precisava de saber que aquela brisa ainda não tinha passado, que ainda não se tinha cansado de ouvir as suas perguntas.