Iniciativa realiza-se de 7 a 10 de maio e insere-se no contexto comemorativo do centenário das mortes de São Francisco e Santa Jacinta Marto
O Santuário de Fátima promove entre 7 e 10 de maio as Jornadas Internacionais sobre “As crianças, a morte e o luto”, e reunirá, em Fátima, especialistas de diferentes âmbitos e áreas de reflexão da sociedade civil e da Igreja, desde a educação à pastoral sem esquecer a saúde.
A iniciativa, que está a ser desenvolvida por um Grupo de Trabalho nacional composto por especialistas, respeitando as áreas de reflexão mencionadas, pretende, no contexto do centenário da morte dos santos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, propor à sociedade portuguesa um processo de reflexão sobre a morte das crianças, as crianças em luto e o luto pelas crianças.
“Num contexto histórico marcado pela negação da morte e do morrer, o Santuário quer reunir aqueles que no âmbito da educação, da saúde e da pastoral se encontram com as dificuldades de acompanhar as crianças em processo de morrer ou em processo de luto e os adultos em luto pelas crianças” refere um documento produzido pelo grupo de trabalho na sequência de um Seminário realizado no dia 23 de novembro sobre esta temática, que reuniu especialistas e responsáveis de cerca de 40 organismos da sociedade civil e da Igreja, ativos nos três âmbitos envolvidos por este processo, para conjuntamente aprofundar o diagnóstico realizado pelo Grupo de Trabalho e definir linhas de rumo para a continuação do processo.
O grupo refere que o mal-estar cultural e social em torno da morte, e do seu consequente processo de negação, agrava-se quando se trata da morte de crianças e o Santuário, que desde a sua origem foi um lugar de convergência de sofrimentos e de refúgio de sofredores, desde logo com os protagonistas do acontecimento de Fátima, não pode deixar de se abrir a esta discussão.
As Jornadas Internacionais que decorrerão em vários espaços físicos do Santuário procurarão promover um olhar global sobre esta realidade multifacetada, que exige uma aproximação multidisciplinar, e envolverão momentos formativos, com conferências em sessões plenárias e mesas redondas, em sessões paralelas, bem como workshops temáticos sobre as boas práticas já existentes em Portugal e alguns momentos de carácter cultural que projetarão a temática através das diferentes expressões artísticas, incluindo as artes performativas.
Temas como o Estatuto sociocultural da morte e do morrer, a incompetência social e individual para a perda, os comportamentos de risco, o tratamento mediático da morte das crianças bem como a resposta que cada individuo dá a esta experiência da morte, da perda e do luto, serão temas em debate nas Jornadas Internacionais de maio.