Peregrinação ao Santuário de Fátima: Bispo convida os diocesanos a “mostrar Jesus”

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A Diocese de Leiria-Fátima cumpriu a sua 86.ª peregrinação ao Santuário de Fátima, no passado dia 18 de março. Depois do interregno no ano passado, em que a proposta foi de cada vigararia realizar a sua peregrinação, o convite voltou a ser para o conjunto desta Igreja particular, mas as condições climatéricas limitaram a participação massiva. O Bispo diocesano, D. António Marto, elogiou os “corajosos” e convidou-os a serem “discípulos missionários”.

Por Luís Miguel Ferraz (texto e fotos)

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Os avisos da proteção civil durante toda a semana alertavam para a ocorrência de chuvas e ventos fortes, com as tempestades a ganharem nomes de gente, como agora é moda. Mas muitas foram as gentes que não se deixaram intimidar e se puseram a caminho, a pé, rumo ao Santuário de Fátima, na madrugada de domingo 18 de março. Não faltaram alguns chuviscos, mas a noite manteve-se calma e permitiu uma caminhada sem grandes sobressaltos.

No ano passado, a peregrinação dividiu-se em nove, uma por cada vigararia, e este ano retomou-se a tradição de voltarem a ser todos os diocesanos convidados, no quinto domingo da Quaresma, a visitar a Mãe e Padroeira desta Igreja particular. Eram cerca de 09h00, quando os grupos vindos dos quatro cantos da Diocese começaram a agrupar-se noutros tantos pontos de encontro. Os tais que vieram a pé, alguns deles em Via-Sacra ou oração pessoal, e muitos outros que se lhes juntaram de automóvel ou autocarro.

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“A alegria de ser Igreja em caminho com Maria” era o tema desta peregrinação e foi em caminhada que estes grupos rumaram dos quatro pontos cardiais para Capelinha das Aparições. Pelo caminho, seis estações serviram para a oração por esta Igreja “que recorda e agradece”, “que vive da fé”, que é “mariana”, que está “em saída missionária”, “que escuta” e “que festeja e celebra”. À chegada à Capelinha, todos saudaram a Mãe, unidos ao Bispo diocesano, D. António Marto, que presidiu ao Rosário e, depois, à Eucaristia.

A chuva e o sol foram alternando a sua aparição, obrigando ao jogo do abre-e-fecha dos chapéus. A inconstância do clima será uma das justificações para que não estivesse a “multidão” esperada. Mas a persistência dos que vieram mereceu o elogio do Bispo, alegre por ver a “coroa à volta da Mãe e da Padroeira”, formada pelas bandeiras dos padroeiros e os estandartes da Festa da Fé de todas as comunidades desta Diocese de Leiria-Fátima. Também os jovens e os escuteiros mereceram uma referência na saudação de D. António Marto, pelo “testemunho de entusiasmo, alegria e fé”.

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O Evangelho do dia referia um grupo de gregos que queria ver e conhecer Jesus. Partindo daí, o Bispo diocesano afirmou a importância do encontro “pessoal e íntimo” com Ele, “que remete para a hora do grande encontro, na cruz em que Se oferece para a salvação de todos, entrega de vida para que todos tenham vida”. Este é um encontro de amor, “um amor que não morre, mas é gerador de nova aliança, de uma humanidade nova em fraternidade”, referiu D. António Marto, sublinhando que “só o amor atrai, cativa e conquista”.

A esse propósito, o Pastor lembrou “tantos homens e mulheres, jovens e adultos, que perderam o horizonte da fé e continuam hoje à procura de Deus” e deixou a pergunta: “que podemos oferecer-lhes para lhes mostrarmos Jesus?”. Remetendo à resposta dada pelo Papa Francisco, D. António Marto apontou três ofertas que deveremos levar ao mundo: o Evangelho, onde Jesus Ressuscitado fala ao coração de cada um e revela a beleza do seu rosto; o crucifixo, que é sinal do amor com que Ele morreu por nós; e o testemunho da fé, que mostra a sua vida em nós, na caridade, no serviço aos outros, na entrega e na luta pela justiça e pela paz”. Em resumo, um apelo: “sejamos discípulos missionários, Igreja em saída, ao encontro de todos os que querem ver Jesus”. Essa é uma tarefa em que Maria nos pode ajudar, ela que foi “o primeiro exemplo da discípula” e portadora do “Evangelho da alegria e da misericórdia” ao mundo, conclui o Bispo.

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A Eucaristia foi o último momento do programa da peregrinação deste ano, não havendo outras atividades que habitualmente se realizavam durante a tarde. A proposta do almoço partilhado nos parques, por vigararias, foi também praticamente inviabilizada pela chuva que continuava a “abençoar” as terras da Cova da Iria.

 

Festa da Fé em preparação

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Além da presença dos estandartes que cada paróquia está a preparar para a Festa da Fé, este grande evento diocesano, agendado para os próximos dias 15 a 17 de junho, foi especialmente referido no final da Eucaristia. Após o convite do Bispo diocesano à participação massiva de todos, foram chamados ao altar os representantes das paróquias-sede das nove vigararias, para receberem das suas mãos uma placa em madeira. As restantes paróquias levantaram, no final da celebração, o mesmo objeto, que será a base da maqueta da igreja matriz que cada uma deverá levar para a referida Festa da Fé, na cidade de Leiria.

 

Peregrinação dos jovens

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O Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil organizou uma atividade específica para esta peregrinação, começando na tarde de sábado, com um momento de oração presidido pelo Bispo diocesano. Cerca de 60 jovens aceitaram o convite e participaram, depois, em visitas a exposições temáticas do Santuário e numa sessão onde se partilha de testemunhos vocacionais. Após o jantar partilhado, a eles se juntaram os escuteiros, participando no Terço, na procissão das velas e numa vigília noturna de oração. Como testemunha o Grupo de Jovens da Barreira (foto acima ©DR), na sua página de Facebook, “foi um fim de semana diferente e uma boa oportunidade para conhecer melhor a história da Diocese e estar em oração”.

 

Bênção das novas insígnias do Escutismo de Leiria-Fátima

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Também cerca de 800 escuteiros de todos os agrupamentos da Diocese começaram a sua peregrinação na noite anterior, em formação e animação, no Centro Paulo VI. Participaram também no Rosário e procissão das velas, à noite, e cerca de 40 caminheiros juntaram-se à vigília da pastoral juvenil. (Fotos ©DR)

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No domingo, integraram-se no programa geral, desempenhando algumas tarefas de apoio aos peregrinos. No final da Missa, um pequeno grupo foi chamado junto do altar, para o momento em que o Bispo diocesano fez a bênção das novas insígnias, assinalando a recente alteração do nome da Região de Leiria do Corpo Nacional de Escutas para “Região de Leiria-Fátima”.

 

Retiro dos Doentes

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Realizou-se, de 15 a 18 de março, mais uma edição do Retiro de Doentes organizado pela equipa diocesana do Movimento da Mensagem de Fátima. Contou com a participação de 63 doentes, de várias paróquias da diocese, apoiados por uma equipa de 10 voluntários diocesanos e 5 servitas. Como habitual, o retiro proporciona aos participantes momentos de formação, de oração, de conforto físico e espiritual, de convívio e de enriquecimento cultural. A terminar, o grupo integra-se no programa geral da Peregrinação Diocesana a Fátima, no espaço reservado aos doentes, na colunata norte do recinto. (Foto ©DR)

Como habitual, após a Comunhão e um momento de exposição do Santíssimo Sacramento, os doentes são especialmente lembrados, recebendo a bênção antes de toda a assembleia.

 

Testemunho

“Feliz reencontro com a Mãe de todos nós”

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Não foi a chuva, nem o frio, nem o vento… que demoveu quem quis celebrar este dia com Maria, em Fátima. Um bom ‘pedaço’ de cristãos da Diocese, mesmo com a intempérie forte, rumou a Fátima… alguns corajosos fizeram a caminhada a pé, mesmo contra ventos e marés!

Mas foi ali, aos pés de Maria, com todo o colorido dos estandartes e das bandeiras da Festa da Fé a fazer – como disse o nosso bispo – “uma bela coroa a envolver a parte celebrativa do recinto”, que se sentiu que o calor da fé e da comunhão, o sentir-se representantes vivos das comunidades paroquiais. Foi muito mais belo e forte do que o “frio de rachar” que se fazia sentir! Nossa Senhora e o seu Filho aqueceram o coração de quantos tiveram a ousadia, a audácia e a coragem de sair do quentinho (eventualmente ‘preguiçoso’) das suas casas para ir até à casa da Mãe e do Filho. Outros certamente não puderam ir e outros não foram capazes!

O nosso Pastor, o nosso Bispo, encheu-nos o coração com palavras que foram direitinhas à nossa consciência de cristãos e de filhos amados por Deus e pela Mãe, que também foi a primeira discípula.

Foi um forte domingo. Creio que todos os que participaram não deram o tempo por perdido, antes, talvez possam até ter descoberto que é nas pequeninas ‘mortes’, como o grão de trigo, que se sentem já muitos bons frutos. (P. Luís Ferreira /Foto ©DR)

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