Padre Armindo Castelão: Antes de partir já deixa muitas saudades!

(Texto que, a pedido da paróquia da Marinha Grande, foi escrito e lido na despedida do padre Armindo Castelão)

Querido amigo Pe Armindo

Obviamente que este “querido amigo” não se refere apenas a mim que o digo, mas a todos nós aqui presentes bem como a tantos que não puderam vir.

No filme português “O Pátio das Cantigas” quando a personagem Evaristo, (interpretada por António Silva), diz que vai a banhos para as termas do Cartaxo, a personagem Narciso Fino, (interpretada por Vasco Santana) dirige-lhe as seguintes palavras: Vai e quando lá chegares manda saudades que é coisa que cá não deixas!

Com o Pe Armindo é exactamente ao contrário. Antes de partir já deixa muitas saudades!

Uma despedida é uma partida, mas neste caso é uma partida de quem não se despede, mas fica. Fica nos nossos corações enquanto o Pe Armindo se despede. Vamos no seu coração, sabemo-lo bem, enquanto parte.

Gostaríamos tanto que ficasse! Mas temos que gostar tanto que parta!

É verdade, temos que gostar que parta! Somos Igreja e ser Igreja é amar, dar e receber. Se tanto o queremos connosco é porque é uma graça de Deus, e as graças de Deus não se guardam só para nós, têm que se dar aos outros.
Portanto não o podemos guardar só para nós, temos que o dar aos nossos irmãos da Batalha e do Reguengo do Fétal, para que lá lhes dê tanto como deu a nós, ou até ainda mais, porque depois de nos ter “aturado” tanto tempo, leva bagagem mais do que suficiente para fazer obra ainda maior do que a enorme obra que fez na Marinha Grande.

Quando comecei a pensar no texto que havia de escrever para esta homenagem/despedida, logo um título me surgiu para encabeçar o escrito: Ode à alegria!

Quando pensamos ou falamos do Pe Armindo, pelo menos para mim, a primeira coisa que me surge é a alegria. A alegria com que cumprimenta, a alegria com que celebra, a alegria com que confessa e aconselha, a alegria com que chama a atenção ou corrige, a alegria, afinal, que coloca em tudo o que faz em tudo e com todos.

Costumo dizer que o Pe Armindo só poderia ser uma “coisa”: Sacerdote! É raro ver-se alguém viver uma vocação com tanto empenho, com tanta coragem, com tanta alegria! Percebemos agora bem como aquelas pessoas das paróquias por onde passou sempre vêm pressurosas dar-lhe um abraço, fazer-lhe uma festa, procurar o encontro consigo. Assim é fácil, Pe Armindo, Deus deu-lhe uma dose extraordinária de alegria e por isso parece não haver nada que a abale.

Mas não é só a alegria, é também e muito o saber ouvir os outros, o conseguir, (não faço ideia como o consegue), estar em todo o lado, nas reuniões de cada Movimento, Obra ou Serviço, o ser capaz de aceitar coisas novas, a forma como faz com que cada um se sinta acolhido, se sinta amigo, se sinta Igreja.

E a boa disposição e as palavras certas que tem para com os jovens, mesmo com os mais novos, que o procuram para lhe falar e o ouvir. Sabe que quando há confissões, digamos gerais, se ouvem muitas vezes os mais novos a pedir: Eu quero ir para o Pe Armindo!

Entrar na nossa igreja e ver o Pároco a rezar de joelhos frente ao Sacrário, (muitas vezes acompanhado pelo Vigário Paroquial e novo Pároco da Marinha Grande), orientar o terço antes da Missa das 7, não prescindir em cada reunião da oração inicial e final, faz-nos perceber como o Pe Armindo é um homem de Deus, mesmo antes de ser sacerdote.

Aliado a tudo isto vive uma espiritualidade profunda, de entrega e de escuta da Palavra de Deus e da Sua Vontade, que tão bem se reflecte nas suas homílias e nos textos que de quando em vez escreve e nos dá a conhecer.

Poderia ficar aqui horas a enaltecer o homem cristão, o sacerdote, que é o Pe Armindo, mas também sei, também sabemos, que ele não gosta muito que se fale dele deste modo, porque a humildade é também uma das suas muitas virtudes.

Sirvo-me de uma frase por ele escrita no texto de apresentação do meu livro, adaptando-a, claro, ao Pe Armindo: «Quando a vida brota de um coração em Deus, alia o viver ao Espírito e eleva para Deus o espírito de quem o vê viver. Torna-se meio de Comunhão com Deus; torna a pessoa presente em Deus e torna Deus presente na pessoa que o vê viver.»

Querido amigo Pe Armindo estamos aqui para lhe dizer que fica nos nossos corações, mas também para lhe afirmar que se precisar de nós na sua nova missão, não hesite, porque iremos ter consigo dentro das nossas possibilidades e talentos que Deus nos deu.

Parta na certeza de que a obra que aqui fez o liga indelevelmente a esta Paróquia da Marinha Grande.

À boa maneira portuguesa, Bem Haja, Padre Armindo!

Convidava todos os presentes a colocarmo-nos de pé e em silêncio unirmo-nos numa oração pelo Pe Armindo e pelas paróquias da Batalha e do Reguengo do Fétal.

Senhor Jesus,

Que um dia chamaste o Pe Armindo ao Sacerdócio, ao qual ele entregou toda a sua vida e saber, nós Te pedimos que derrames continuamente o Espírito Santo sobre ele, para que, envolvido no amor do Pai, iluminado todos os dias por Ti, Jesus, viva a missão a que agora é chamado segundo a Tua vontade, para Tua glória e louvor.

E às paróquias da Batalha e do Reguengo do Fétal e aos seus paroquianos, enche-os de dons e talentos, para que acompanhem e ajudem o seu novo pastor a proclamar o Reino de Deus a todas as criaturas.

Amen.

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