Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa na comemoração do Centenário da Ordenação Sacerdotal do Padre Joaquim Alves Brás

No contexto da celebração dos 100 anos da Ordenação Sacerdotal do Venerável Padre Joaquim Alves Brás (1925-2025), com a qual se pretende honrar a sua memória e continuar a aprofundar a sua intuição carismática, a Conferência Episcopal Portuguesa quer dar graças a Deus pelo dom do seu carisma e trabalho, que hoje continuam a estar presentes na vida da Igreja e do mundo através do Instituto Secular das Cooperadoras da Família e de toda a Família Blasiana.

Nascido em Casegas (Diocese da Guarda) a 20 de março de 1899, era o quinto filho de uma família rural, cuja vida se orientava pelos valores do Evangelho. Desde muito cedo foi sensível ao apelo de Deus, que foi acolhendo e discernindo ao longo do seu caminho de amadurecimento vocacional. Ordenado a 19 de julho de 1925 na Capela do Paço Episcopal da Guarda, desempenhou várias missões, tendo sido Pároco de Donas e Diretor Espiritual do Seminário Maior da Guarda. Ao visitar os doentes no hospital foi capaz de compreender o drama de muitas jovens raparigas que vinham do campo para as cidades, como ‘criadas de servir’. Profundamente tocado por esta realidade, sente no seu coração o que descobre ser o apelo de Deus a procurar respostas para as situações de indignidade em que se encontravam. É nesse contexto que cria a Obra de Santa Zita, que rapidamente se estendeu a todo o País, tendo proporcionado formação a milhares de jovens, possibilitando melhorar as suas condições de vida e de trabalho.

Homem atento, de coração compassivo, que bate ao ritmo do ‘coração de Deus’, o Padre Brás intui na realidade observada um grito de ajuda por parte da Família. A situação das ‘criadas de servir’ e outras realidades afins, dizem-lhe que a Família precisa de cuidados e apoios que sejam luz, suporte e guia na realização da sua vocação e missão. Em 1933 funda o Instituto Secular das Cooperadoras da Família, um Instituto de Vida Consagrada, que tem como Carisma e Missão “O Cuidado da Santificação da Família”, concebida como “fonte de vida humana e agente de transformação do mundo” (Constituições, art. 6).

“Salvemos a Família e salvaremos o mundo” é mote inspirador de toda a sua vida e de toda a ação que desenvolveu no País e no estrangeiro, a bem da Família. Para ele, tudo o que se fizer a bem da Família impacta os indivíduos, a Igreja e a Sociedade. A intuição de que “a Família é a nascente donde brota a humanidade” e o compromisso concreto em cuidar desta nascente, pondo à sua disposição meios e recursos diversificados, é uma das suas grandes preocupações e motor dos seus empreendimentos. 

Nos inícios dos anos 60, lança o Movimento Por Um Lar cristão, um Movimento de Espiritualidade Conjugal e Familiar, segundo o modelo da Família de Nazaré; funda o Jornal da Família, com periodicidade mensal, até aos nossos dias; cria os Centros de Cooperação Familiar, com uma série de ofertas formativas, muito diversificadas. Na atenção e cuidado das famílias foram muitas as atividades que desenvolveu ao longo da sua vida. Quem privou de perto com ele, teve a graça de ‘beber’ do seu testemunho e conhecer o seu espírito empreendedor e solidário, não hesitando em chamar-lhe Apóstolo das Famílias, em Portugal.

A verticalidade da sua vida e da sua fé, a sua inabalável confiança em Deus, a sua solicitude pastoral para com as Famílias e os mais pobres, das quais irradiava uma força transformadora e salvadora, foram marcas inequívocas da sua existência, que levaram ao seu reconhecimento como Venerável, por Bento XVI, no dia 15 de março de 2008. E este Processo, em ordem à sua Beatificação, continua aberto e a ser percorrido.

O bem da Família é verdadeiramente decisivo para a Igreja e para o mundo (cf. AL 31), por isso queremos, no contexto desta celebração, incentivar toda a Família Blasiana a prosseguir a obra iniciada pelo Venerável Padre Joaquim Alves Brás, cuja intuição e carisma continuam hoje atuais e necessários, convidando-a e animando-a à audácia do anúncio e da concretização da beleza do Evangelho da Família.

E que também no âmbito da celebração do Jubileu da Esperança e da dinâmica sinodal que estamos a viver, o Instituto Secular das Cooperadoras da Família e toda a Família Blasiana possam ser testemunho do cuidado pelas famílias e sinal de esperança, tendo a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Deus, a coragem de unir-se a Deus nesta história de construir um mundo onde ninguém se sinta só (cf. AL 321).

À Sagrada Família de Nazaré, por quem este Sacerdote nutria uma devoção especial e a propunha como modelo de vida e de ideal a todas as famílias e às suas seguidoras, Cooperadoras da Família, confiamos esta Causa.

Fátima, 1 de maio de 2025

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