Decorreu na Marinha Grande, nos passados dias 3, 4 e 5 de fevereiro, a conferência nacional com o objetivo de preparar fiéis leigos para promoverem ações de evangelização com o método Alpha.
O primeiro dia, dedicado especialmente a padres e bispos, teve como tema “Liderança e renovação pastoral para uma nova evangelização”. Participaram o bispo de Bragança-Miranda e duas dezenas e meia de padres provenientes de várias dioceses.
O orientador, José Alberto Tote Barrera, leigo espanhol, casado e pai, que deixou a advocacia para se dedicar a promover a formação sobre a nova evangelização e o ecumenismo, focou a atenção em que o tempo difícil de mudança que hoje se vive na sociedade e na Igreja deve tornar-se uma nova oportunidade para a evangelização. Para isso, disse, é preciso ter uma visão clara sobre a identidade e a missão da Igreja e da paróquia hoje, o que implica, como tem insistido o Papa Francisco, “uma conversão pastoral”. Esta conversão significa passar de uma Igreja predominantemente voltada para a manutenção da fé a uma Igreja que privilegia o primeiro anúncio do Evangelho. Protagonistas desta nova evangelização são os fiéis leigos. Para isso, é preciso identificar um método apropriado.
Os cursos Alpha são uma ferramenta para esse objetivo. Mas há hoje outros na Igreja, reconhece. O essencial é reavivar as comunidades cristãs com fiéis que sejam autênticos “discípulos missionários” capazes de irradiar a fé cristã e mostrar o seu interesse para os homens e mulheres de hoje.
O segundo e terceiro dias destinou-se a todos os que desejavam conhecer o método Alpha e aplicá-lo nas suas paróquias. Participaram na conferência cerca de 160 pessoas.
Muito entusiasmo
Em declarações ao Presente Leiria-Fátima, no final da conferência, a diretora executiva do secretariado nacional do Alpha, Isabel Gaspar, sublinhava a “mais-valia” da presença de oradores internacionais, que “trouxeram muita experiência, que puderam partilhar connosco”.
“Os padres e bispos presentes ficaram entusiasmados e vi neles o desejo de começar com o projeto nas suas paróquias e dioceses. No serão de oração, sentiu-se, nas pessoas, a alegria e profundidade do encontro e a presença de Deus”, disse.
Para a responsável pelo Alpha Jovens em Portugal, Ana Queirós, os dois dias de conferência, onde participaram cerca de 40 jovens, serviram para concluir que “ainda temos muitos jovens que querem evangelizar”.
“Foi a primeira vez que tivemos os líderes internacionais jovens, do sul da Europa, reunidos. Foi bom perceber que, cada vez mais, a evangelização jovem é uma preocupação dos padres e pastores.”
Para o ano há mais…
A organização da conferência foi feita em colaboração com a equipa da Marinha Grande, coordenada pelo padre Patrício Oliveira, grupo que ficou responsável por toda a parte logística do encontro.
“Foi um trabalho árduo, mas de equipa. Sublinho o trabalho feito pela equipa da Marinha Grande, que demonstrou um espírito de serviço e comunhão muito vincados.”
Para o ano, já está confirmada a presença do padre Raniero Cantalamessa, teólogo e pregador da Casa Pontifícia.
Os cursos Alpha são um método de evangelização surgido na Inglaterra no âmbito da Igreja Anglicana, mas que depressa se difundiu também na Igreja Católica. Na Diocese de Leiria-Fátima, têm sido realizados na Vigararia da Marinha Grande. Uma variante para casais, o percurso Ela e Ele também já se realiza nesta Diocese, estando atualmente em curso na paróquia da Caranguejeira.
4 perguntas à diretora do Alpha Portugal
Como está o Alpha em Portugal
“Temos a Diocese de Coimbra, que é a diocese piloto e que está a funcionar muito bem e onde o Alpha está a servir de ferramenta de primeiro anúncio e onde praticamente todas as unidades pastorais fazem este percurso. A segunda diocese com mais “Alphas” a funcionar é o Patriarcado de Lisboa, onde se regista um crescimento, a exemplo de Leiria-Fátima, Setúbal, Santarém e Viseu.
Qual é o segredo do sucesso?
Quando um padre vê o resultado do Alpha numa paróquia vizinha, percebe que é uma ferramenta boa para trazer pessoas, que andam à margem e afastadas, de novo para a Igreja. É uma ferramenta de primeiro anúncio que serve de porta de entrada para muitos. Por ser um método atual e muito fácil de utilizar, vai ao encontro das necessidades do Homem de hoje.
No vosso método são feitas muitas perguntas… A curiosidade motiva as pessoas a baterem à porta do Alpha?
No Alpha, todas as perguntas são bem vindas e as pessoas vão encontrando as respostas, à medida que vão caminhando. O Homem de hoje esta carregado de interrogações acerca do sentido da vida e no Alpha essas dúvidas podem ser exploradas. O nosso trabalho é acolher, amar e proporcionar um espaço onde as pessoas possam fazer um caminho pessoal até Cristo, que transforma a vida.
Desafios para o futuro?
Começar a oferecer o Alpha em dioceses onde o percurso ainda não existe. A Arquidiocese de Braga é uma delas e que já está prestes a começar. Também nos queremos focar nos jovens, o futuro da sociedade, para que eles possam fazer este encontro pessoal com Cristo, para que não abandonem a Igreja. Começar com os jovens adolescentes que estão no final do percurso de catequese e depois, mais à frente, através de uma nova ferramenta que lançámos nesta conferência, e que se destina a jovens na casa dos vinte anos.