Jubileu das Vocações 2017: Coração de Maria foi o centro de um dia de festa, de celebração e de partilha

Cerca de 130 pessoas celebraram com o Bispo diocesano, em Fátima, a festa dos 25, 50 ou 60 de vida matrimonial, religiosa ou sacerdotal. O sábado 3 de junho de 2017, sob o signo do Imaculado Coração de Maria, ficará nas suas memórias pela riqueza da celebração da fé, mas também pela partilha de vida, de emoções e de alimentos.

 

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“A vida é feita de altos e baixos, de momentos simples e de momentos marcantes, e é importante celebrar esses momentos marcantes”. Assim começou a saudação do Bispo de Leiria-Fátima aos mais de meia centena de casais, cerca de uma dezena de religiosas e outros tantos padres que participavam no Jubileu das Vocações, em Fátima, no passado dia 3 de junho.

Desde que chegou à Diocese, há cerca de uma década, D. António Marto lança anualmente este convite a todos os diocesanos que celebram as bodas de prata (25 anos), ouro (50 anos) ou diamante (60 anos) da sua vocação, seja o matrimónio, a consagração religiosa ou a ordenação sacerdotal. Na verdade, já D. Serafim Ferreira e Silva organizara um encontro do género em 2004, quando ele próprio comemorava os 50 anos de sacerdócio e 25 de episcopado, mas é desde 2007 que os serviços de pastoral vocacional e familiar o fazem de forma sistemática.

Talvez a citação que inicia este texto resuma o objetivo: celebrar a vida. Mais especificamente, como apontava o guião do encontro, celebrar o dom da vocação cristã e das diferentes vocações que desenvolvem e concretizam a graça batismal; manifestar a beleza e a alegria do caminho percorrido ao longo da vida, em resposta ao chamamento de Deus; louvar a Deus pelos frutos que gera na vida de cada um, das famílias e da Igreja; e renovar os compromissos vocacionais dos participantes. Por outro lado, é ocasião para “agradecer a Deus em Igreja, com Maria”, o dom das “várias flores vocacionais” que desabrocham na Igreja diocesana e continuar a pedir “o dom de novas e diversas vocações para a sua messe”.

 

Testemunhos de vida

“Estamos reunidos como povo em festa, a fazer festa juntos na partilha, na ação de graças, na celebração e no convívio”, continuou o Bispo diocesano na sua saudação aos presentes, que enchiam a sala de conferência da Casa de Nossa Senhora das Dores, no Santuário de Fátima. “É um encanto, é uma beleza o vosso testemunho nestes tempos difíceis em que falta, em muita gente, a confiança na bondade da vida”, disse D. António Marto, apelando a que levassem esse testemunho “às novas gerações, para que percam o medo e encontrem coragem para dar passos e fazer opções na vida, na vocação própria de cada um”.

2017-06-09 jubileu2aE foram testemunhos desses que se seguiram. Elsa e José António Machado, da Marinha Grande, casados há 25 anos e com dois filhos, abriram a partilha. Ela sempre ligada à vida da Igreja, ele mais afastado, viveram no início as dificuldades de todos os casais, “motivadas, na maior parte das vezes, por ninharias”. Ele aceitou casar pela Igreja, “mas sem Missa”. Ao convite para integrarem uma equipa de CPM (Centro de Preparação para o Matrimónio), ele respondeu “sim”, mas só depois de se certificar, mais uma vez, de que “não era preciso ir à Missa”. Não queria ser obrigado a nada – e nunca foi – mas foi vendo nestes acontecimentos os “sinais de Deus a convidar à reaproximação”. Descobriu mais tarde, aliás, descobriram juntos, que “com a presença de Deus na vida do casal é tudo muito mais fácil”. Hoje fazem parte do Departamento Diocesano de Pastoral Familiar e da equipa que organiza estes jubileus.2017-06-09 jubileu2b

Experiência diferente teve Maria do Carmo Machado. Desde a infância, no Brasil, sentiu o chamamento de Deus para Lhe consagrar a vida. A família, em que se vivia ambiente de fé e oração, “obrigou-a” a esperar até aos 16 anos para amadurecer a decisão. Suportou contrariedades e dificuldades no caminho, mas a voz de Deus continuava a surgir e a resposta acabaria por ser o “sim” na congregação das Irmãs Camilianas.

2017-06-09 jubileu2cQuem começou também a caminhada vocacional na infância foi o padre Rui Acácio, nascido em França, mas a viver em Moinhos de Carvide desde os 3 anos de idade. “Não foi construção minha, mas foram pessoas e acontecimentos que Deus foi colocando no meu caminho”, começou por dizer. O desafio partiu da família de um colega que queria ir para o seminário, mas receava ir sozinho. Os seus planos passavam por trabalhar na empresa do pai, mas aceitou ir “para fazer companhia ao amigo”. Ano após ano, foram descobrindo que Deus os convidava a ficar e que esse era o “plano”. E acabaram por ser ordenados no mesmo dia, ele e o colega, o padre Vítor Mira. “Hoje dou graças a Deus por perceber que Ele esteve sempre presente através desses acontecimentos e pessoas”.

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O último testemunho foi de Laurinda e António Gameiro, casados há 50 anos. Recordam os primeiros anos, emigrantes em França, “um pouco afastados de Deus”. No regresso a Portugal, a entrada dos filhos na catequese levou-os a voltar à Igreja e um Curso de Cristandade abriu-lhes os horizontes para as responsabilidades da vida cristã. “Envolvemo-nos nas responsabilidades da paróquia e não mais parámos”, contam. Todos os anos celebram o aniversário do casamento e repetem os passos que deram naquele dia, inclusive a ida à igreja. E é esse testemunho de vida e de fé que procuram transmitir aos filhos e aos netos, na convicção de que “Deus nos tem ajudado muito e por isso somos felizes”.

 

Celebração de fé

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A sessão terminou com a oração diante da imagem de Nossa Senhora, a quem todos se consagraram. E com este “aperitivo” partiram rumo à Basílica da Santíssima Trindade, para um segundo momento, o mais importante da jornada, a celebração da Eucaristia.

Integrando o cortejo de entrada, os jubilares juntaram-se a mais alguns milhares de fiéis que ali se encontravam, vindos de vários pontos do País e do mundo. Sentados nos bancos mais próximos do altar, ouviram o Bispo diocesano lembrar-lhes que são “linhagem do Povo de Deus, por Ele abençoada” e que também eles são “uma bênção uns para os outros”, para a família, para a comunidade cristã, para os ambientes onde vivem e trabalham, para a Igreja e para o mundo. “O vosso testemunho de amor, de serviços aos outros, de perseverança na vossa vocação e missão, de comunhão na oração com os mais sofredores, tudo isso constitui um hino ao Senhor, ao amor que o Senhor semeia no coração de cada um de nós”, afirmou.

2017-06-09 jubileu4Neste primeiro sábado do mês, dedicado ao Imaculado Coração de Maria, “viemos a Fátima para rejubilar, para nos alegrarmos com a presença de Maria, com a sua proteção materna, para cantar com ela o cântico do Magnificat, de ação de graças e louvor pelas pequenas e grandes maravilhas que Deus realiza na vida”, continuou D. António Marto. Considerando que “é dia alegria e de coração em festa”, referiu que a vinda a Fátima foi também para consagrar a Nossa Senhora “os casais, as famílias, os sacerdotes, os consagrados e consagradas, todos os obreiros do bem que tornam a nossa Igreja mais acolhedora, mais misericordiosa, mais rica em amor, e que embelezam e enriquecem também o nosso mundo com o testemunho do serviço e do amor aos irmãos”.

Outro motivo da vinda a Fátima foi para “estreitar o nosso coração de filhos e filhas ao o coração da Mãe”, pois, como disse o Papa Bento XVI, “quando a humanidade estava prestes a sacrificar os laços mais sagrados no altar dos egoísmos, veio do céu a nossa bendita Mãe, oferecendo-se para transplantar no coração de quantos se lhe entregam o amor de Deus que arde no seu próprio coração.”

Por fim, “viemos a Fátima para fazer uma invocação à Senhora do Coração Imaculado que nos obtenha do Senhor um coração semelhante ao seu”, concluiu o Bispo, enumerando algumas das características que deverá ter: santo e dócil, novo e humilde, simples e puro, firme e vigilante.

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Após a homilia, foi com este propósito que todos os jubilares seguraram as velas acesas no círio pascal e responderam “sim quero” às perguntas que o Bispo lhes dirigiu para a renovação dos compromissos vocacionais.

 

Partilha da mesa

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No final da celebração, todos se dirigiram ao Albergue do Peregrino para o almoço partilhado. Neste terceiro momento do encontro, continuou a festa, numa descontraída conversa entre todos e na partilha da mesa e de algumas memórias dos caminhos que, sendo diversos, encontram no reconhecimento da presença de Deus um factor comum para a fidelidade à vocação e para a felicidade da vida.

O próprio Bispo diocesano, com manifesta alegria, deu o mote para o canto dos parabéns, o partir do bolo e o abrir do champanhe com que se corou mais uma edição deste Jubileu das Vocações.

 

Números e origens

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Este ano, inscreveram-se 56 casais jubilares, sendo 21 deles com 25 anos de matrimónio, 33 com 50 anos e 2 com 60 anos. Vieram das paróquias de Amor (1), Barreira (8), Batalha (3), Caxarias (1), Cruz da Areia (2), Espite (1), Fátima (2), Juncal (3), Leiria (1), Maceira (1), Marinha Grande (5), Meirinhas (2), Monte Real (1), Monte Redondo (2), Ortigosa (6), Ourém – Nossa Senhora das Misericórdias (2), Parceiros (5), Pataias (3), Pedreiras (1), Reguengo do Fetal (1), São Simão de Litém (1), Vermoil (4).

Inscreveram-se também 9 religiosas: a celebrar os 60 anos de vida consagrada, as irmãs Gloriana Maria do Couto Torres, Maria Bernardete Amaro, Maria de Lourdes Mendes e Susana de Azevedo Neves; a celebrar os 50 anos, as irmãs Antónia Cabecinhas, Elena de Jesus, Maria Clara Gomes e Maria de Fátima de Jesus; e a irmã Maria do Carmo Machado a celebrar os 25 anos de profissão religiosa. As congregações representadas foram São José de Cluny, de Fátima, Irmãzinhas de Jesus do P. Foucault (2), de Fátima, Religiosas de Maria Imaculada, de Fátima, Ordem da Visitação (3), da Batalha, Filhas de São Camilo, de Fátima, e Religiosas da Instrução Cristã, de Leiria.

Participaram, ainda, 7 padres diocesanos: Luciano Guerra, a celebrar os 60 anos de ordenação; Alcides Neves e Clemente Dotti, com 50 anos de sacerdócio; Pedro Ferreira, Rui Acácio Ribeiro, Vítor Mira de Jesus e José Alves, ordenados há 25 anos.

Embora ausente por limitação física, foi lembrado o padre Manuel da Silva Gaspar, residente na Casa Diocesana do Clero, que este ano celebra os 75 anos de sacerdócio.

 

– Veja a fotorreportagem

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