Irmãs Franciscanas da Imaculada

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Na lufada renovadora do Vaticano II, este foi um dos institutos que surgiu para retomar o sentido mais puro da Regra original. Com vida simples e austera e um voto específico de consagração a Nossa Senhora, a contemplação e a ação misturam-se na missão de evangelizar, sobretudo pelos media.

 

Regresso às origens do franciscanismo mariano

Tomando como inspiração as orientações do Concílio Vaticano II para a renovação da Igreja a partir do regresso às “origens”, os padres Stefano Maria Manelli e Gabriele Maria Pellettieri promoveram uma reforma da regra franciscana, seguindo a espiritualidade de S. Maximiliano Maria Kolbe. Assim surgia, em 1970, a primeira comunidade dos Frades Franciscanos da Imaculada, instalada no pequeno e pobre convento de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Frigento, Itália.

Procurando uma vida austera, os frades esforçavam-se por imitar as primitivas comunidades franciscanas e espalhar essa vivência em missões pelo mundo. Foi numa delas, nas Filipinas, que surgiu a oportunidade de fundar um sector feminino, em 1982. O Instituto das Irmãs Franciscanas da Imaculada foi aprovado canonicamente como associação pública de fiéis em 1985, recebeu o reconhecimento de direito diocesano em 1993 e o de direito pontifício em 1998.

 

Carisma e missão

2015-12-09 sopra1O lema “Totus Tuus” indica, desde logo, o seu carisma mariano. É o único instituto religioso feminino que observa a primeira Regra, redigida em 1223 por S. Francisco de Assis, e que assume como principal e constitutivo o voto de consagração à Imaculada Conceição, proferido na profissão religiosa com os de obediência, pobreza e castidade.

Este franciscanismo desenhado diretamente das fontes primitivas é proposto conforme os ensinamentos e exemplo de S. Maximiliano Maria Kolbe, que soube reencarnar o mais puro espírito de contemplação e de ação, utilizando os meios de vanguarda para a evangelização e a santificação das almas. Nessa linha, o Instituto tem como características a missão e a divulgação da mensagem evangélica através dos mass media, assumindo como tarefa a promoção da “boa imprensa”.

A fonte principal e ininterrupta das missões e atividades do Instituto é a vida comunitária de oração e de contemplação, de pobreza e de penitência, sobre a qual se apoia também a vida pessoal dos seus membros. Desde o ano de 2001, o Instituto tem também comunidades de estreita clausura.

 

Na Diocese

2015-12-09 sopra2Em 1986, surgia a associação “Cidade do Imaculado Coração de Maria”, com o objetivo de difundir pelo mundo esta devoção especialmente revelada em Fátima. Devoto de S. Maximiliano Kolbe, o fundador, Aureliano Dias Gonçalves, desejava que a obra fosse conduzida por religiosos com ligação a esse santo e consagrados a Nossa Senhora. Os Franciscanos da Imaculada eram a opção certa e para tal foram abordados.

Não o conseguiu em vida, mas, em 2007, esse desígnio realizou-se, com o bispo de Leiria a autorizar a entrega dos destinos da associação ao Instituto, constituindo-se a sua sede, em Fátima, com uma comunidade das Irmãs Franciscanas da Imaculada.

 

MIM

Têm florescido, entretanto, os cenáculos MIM (Missão da Imaculada Medianeira), constituídos por sacerdotes e leigos que partilham a espiritualidade do Instituto, procurando vivê-la no próprio estado de vida no mundo. Proferem a consagração ilimitada à Imaculada, em consagração ou voto privado, e vivem o “Caminho Mariano Seráfico” como Terciários Franciscanos da Imaculada.

 

Testemunho vocacional

Da “prisão interior” ao “monte seguro”

2015-12-09 sopra3Em criança, aprendi as “orações do cristão” com a minha mãe, frequentei a catequese e os sacramentos até ao Crisma. Mas, aos 18 anos, atraída por um ideal de falsa liberdade, escolhi uma vida em tudo independente de Deus, manifestando um comportamento de revolta com a busca da felicidade no torpor. Frequentava a Universidade de Pádua, num ambiente juvenil muito corrompido, subjugado pela toxicodependência, pela delinquência e pelo satanismo.

Quando me parecia ter atingido o meu ideal de liberdade, morando com duas amigas sem ter nenhum controlo de horários, comecei a sentir um profundo desnorteamento e uma angústia indescritível, um sufoco espiritual exacerbado pelos estudos ateus e materialistas daquele tempo. Como sair da minha prisão interior? Estes estados de espírito eram para mim um mistério que não conseguia explicar.

Essa situação durou uns dois anos e meio, até que comecei a recordar a alegria que sentia em pequena, quando cantava na igreja diante da imagem do Sagrado Coração, ou quando brincava com os meus primos e me parecia que o crucifixo em casa da minha avó me seguia com o olhar, ou ainda, quando, na Sexta-Feira Santa, depositava com imensa satisfação as minhas pequenas poupanças em favor das crianças pobres de África. Percebi, então, o enorme erro que tinha cometido ao afastar Deus da minha existência e excluir-me do seu amor, do qual precisava desesperadamente.

Decidi prontamente abandonar a universidade e voltar para casa dos meus pais. A minha mãe, que rezava incessantemente pela minha conversão, levou-me a falar com um sacerdote, que me pediu que voltasse a frequentar a Eucaristia dominical. Com surpresa, vi que alguns jovens que tinham andado por maus caminhos também tinham voltado aos sacramentos (um deles tinha acabado de sair da prisão), e desejei ardentemente imitá-los.

Nessa altura, quis a Providência que fosse convidada a participar numa peregrinação jovem mariana. Foi esse o começo da minha verdadeira vida. Estes novos amigos ensinaram-me a amar Nossa Senhora com o Santo Rosário que passei a recitar diariamente e voltei a aproximar-me da Reconciliação e da Eucaristia. Finalmente, a vida da graça preenchia de serenidade e paz o abismo da minha infelicidade, o amor de Deus sorria-me, tinha voltado e ser criança!

Cerca de um ano após a minha conversão, a intensa vida espiritual com Missa diária já não me chegava. Tinha um desejo cada vez mais intenso de doar a Deus toda a minha existência. Assim, comecei a ponderar uma eventual escolha de consagração. Tinha experimentado que apenas Deus poderia saciar o meu coração e não queria outros amores na terra senão o seu.

Sabia que não podia tomar sozinha uma decisão tão importante e pedia a ajuda da minha boa Mãe do Céu para que me desse um sinal claro da vocação. Ela acabou por me conduzir a Frigento, onde conheci o padre Stefano Maria Manelli, fundador das Franciscanas da Imaculada, que estavam naquela altura a expandir-se das Filipinas para a Itália.

Assim, após ter passado um período de retiro na casa-mãe, decidi definitivamente consagrar-me a Deus, seguindo os passos de S. Francisco e de S. Maximiliano. Entrei no Instituto, onde terminei os estudos de Psicologia e fiz profissão perpétua em 1993. Após diversas experiências, como a abertura de novas casas em Itália e França e sete anos de missão em África, estou agora em Fátima para levar uma vida retirada e de oração intensa. Espero assim contribuir para agilizar o triunfo do Coração Imaculado daquela que, “pescando-me no mar tempestuoso do mundo”, me colocou no “monte seguro” da vida religiosa.

Ir. Maria Pia

Números

No mundo

Casas: 46

Membros: 379

Em Portugal/Diocese

Casas: 1

Membros: 5

Mais nova: 31 anos

Mais velha: 50 anos

Média etária: 39 anos

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