No passado dia 5 de novembro, a Escola de Formação Social Rural de Leiria, instituição da Diocese de Leiria-Fátima, situada nos Marrazes, comemorou 60 anos de existência (1956-2016).
Foi há seis décadas que o padre José Galamba de Oliveira (1903-1984), sacerdote da Diocese de Leiria, decidiu fundar uma escola dedicada à formação académica, social e humana de meninas, vindas sobretudo de zonas rurais. Para assinalar a efeméride, a AEC – Associação de Educação e Cultura, entidade proprietária da Escola, organizou uma singela cerimónia para evocar o fundador e os 60 anos de educação e formação ali ministrada.
Na pequena festa, para além de alunos e funcionários docentes e não docentes, estiveram presentes alguns convidados, como Odete João, deputada da Assembleia da República, Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, Anabela Graça e Ana Valentim, respectivamente, vereadoras da Educação e da Ação Social do Município.
A sessão solene iniciou-se com a celebração da Eucaristia, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima. Seguiu-se uma palestra proferida pelo diretor pedagógico da Escola, Artur Costa, subordinada ao tema “60 anos de ofertas profissionalmente qualificantes”, em que expos alguns dados concretos sobre a formação ao longo da sua existência, nomeadamente, o número de diplomadas na área social, colocadas em instituições privadas e do Estado um pouco por todo o país, incluindo as ilhas e alguns países lusófonos, de onde algumas eram oriundas. “Tratando-se de uma oferta única e pioneira, quiçá ímpar durante várias décadas, formaram-se nesta Escola 875 diplomadas, tendo-se revelado como um inegável contributo desta instituição no panorama educativo nacional e um pilar incontornável na nossa sociedade que importa reconhecer e valorizar”, afirmou.
Da elocução sobressaiu também um conjunto de conclusões extraídas de um trabalho académico, apresentado na Universidade de Coimbra em 2012, testemunhando que, “em termos pessoais e profissionais, as diplomadas desta Escola, de cariz familiar, levaram ‘na bagagem’, para além da formação adquirida, vulgo o curso, um conjunto de valores humanos que as marcou, de forma indelével, para a vida, nomeadamente no que concerne ao ‘saber estar, saber ser e saber fazer’, uma máxima desta instituição”.
O diretor pedagógico destacou ainda as mudanças ocorridas nos últimos tempos nas instalações da Quinta do Amparo, quer em termos de infraestruturas quer em termos humanos, em particular a presença de rapazes – durante cerca de cinco décadas eram apenas jovens do sexo feminino que procuravam este tipo de formação – , bem como a autorização de abertura, por parte do Ministério da Educação, do Curso Profissional de Música, em parceria com o Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes. Neste contexto, mencionou também “os permanentes apertos financeiros ocorridos”, desde que o Ministério decidiu não renovar os contratos de associação com os cursos de planos próprios, em dezembro de 2010, e se passou para o regime de financiamento do POCH/FSE.
No final da sessão, foi descerrada um lápide comemorativa da efeméride, contendo já a nova designação da instituição, em sinal de homenagem ao seu fundador: “Escola Monsenhor José Galamba de Oliveira”. Os presentes foram, depois, convidados para um pequeno lanche, servido no antigo restaurante “Cardápio do Visconde”, atual refeitório da Escola, num convívio em que se partilharam também votos de que este estabelecimento do ensino particular e cooperativo prossiga, por muitos anos ainda, na senda da formação de jovens.