Convívio Fraterno precisa de ti…

Prestes a comemorar 50 anos de existência, o Movimento dos Convívios Fraternos está presente na Diocese de Leiria-Fátima desde 1994, tendo já realizado 22 encontros que envolveram cerca de 600 jovens. Mais um está agendado para o início de agosto e fomos conhecer melhor o que é.

Ah! E se nunca fizeste, há um convite para ti ao fundo desta página…

 

Jovens à procura de si, de Deus e do próximo

2017-07-25 convivios entreO Movimento dos Convívios Fraternos só se conhece verdadeiramente quando se vive a experiência por dentro. Ainda assim, podemos tentar explicar através dos testemunhos dos “convivas”, nome que identifica quem o fez. Falámos com Pedro Santos, um dos membros da equipa coordenadora diocesana. Designer e músico, nascido há 36 anos na Calvaria e atualmente morador na Marinha Grande, é casado e foi pai recentemente.

 

Como foi o teu primeiro contacto com o Movimento?

Os meus irmãos já tinham feito um Convívio e a minha irmã convidou-me a fazer também. Não sabia ao que ia, mas também não fiz muitas perguntas. Foram três dias intensos de encontro com Deus de uma forma que nunca tinha vivido, de emoções muito distintas.

Correspondeu às expectativas?

Como aceitei o convite sem questionar o que é ou o que se faz, também não criei muitas expectativas. Posso dizer que me surpreendeu, pois o modo como se desenrolou foi diferente da ideia e da experiência que tinha de retiros que tinha feito anteriormente.

O que mais te marcou nessa experiência?

O modo como me reencontrei com Deus mudou a ideia que tinha de d’Ele e da relação que Ele tem connosco. Por conseguinte, mudou a minha relação com Ele e também o papel que tenho enquanto cristão católico na comunidade e na Igreja.

O que mudou concretamente?

Bem, já era um jovem que participava ativamente na paróquia, mas mudou o modo e o compromisso, pois a partir daí tudo fazia mais sentido, desde participar na Eucaristia e na ação comunitária à oração individual, que se tornou numa relação mais pessoal e próxima de Deus.

Entretanto, decidiste juntar-te à equipa…

Não decidi. Fui convidado num momento em que estava mais desligado de Deus, como qualquer cristão que passa por momentos mais baixos. Parece-me que foi no momento certo, pois senti que fui chamado de novo por Cristo a esta missão, de ser testemunha e de ser apóstolo. A decisão de aceitar não surgiu logo, mas sim depois de alguma reflexão. Foi um período em que recomecei a minha caminhada, me reencontrei de novo, que culminou com o compromisso de aceitar este desafio e dar testemunho da alegria de conhecer Cristo através dos Convívios Fraternos.

E como tem sido estar do lado de “lá”, dos que organizam?

Tem sido alimento de fé. Sobretudo, porque estamos a dar-nos aos que se inscrevem pela primeira vez. E também termos ao nosso lado os restantes elementos da equipa, que são mais do que isso, são amigos que partilham da mesma alegria e compromisso, que dão tempo do seu tempo aos outros nas mais variadas tarefas.

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Como funciona

Como são constituídas as equipas?

Somos uma equipa com uma tarefa comum: dar testemunho. Seja através da palavra, seja pelo sorriso, seja pelo trabalho das nossas mãos.

Afinal, o que acontece num encontro?

Acontece um encontro. Um encontro comigo, com Deus e com os que me rodeiam. Acontecem momentos de partilha, de diálogo, de reflexão, de oração, de convívio, isto tudo em apenas três dias. Talvez por isso seja uma experiência tão intensa, que nos desinstala e abala os nossos alicerces.

Quais as expectativas que costumam trazer os participantes?

Chegam sempre curiosos, pois não sabem o que irão encontrar. Também nós não sabemos explicar muito bem o que devemos esperar de um Convívio Fraterno. É uma experiência muito pessoal… só fazendo.

O que costuma ser mais apreciado?

O momento mais importante de um cristão, o reencontro com Deus, o retornar à casa do Pai. E o convívio com jovens que partilham das mesmas dúvidas e desejos.

O convite é para todos, ou há condições?

Estabelecemos um limite de idade, dos 17 aos 35 anos, e mais nada. A única condição é estar presente.

Há números mínimos e máximos em cada grupo?

Normalmente, por questões logísticas, estabelecemos um numero mínimo de 15 e um máximo de 25 inscritos.

O encontro pode repetir-se ou o grupo volta a juntar-se?

O Convívio só se faz uma vez na vida. Mas existem encontros de pós-convívio, para que esse grupo específico se torne a juntar. E fazemos o encontro diocesano anual, em que são convidados todos os convivas da Diocese, bem como o encontro nacional, normalmente no segundo fim de semana de setembro, em Fátima, onde participam todas as dioceses.

Sentes que essas pessoas foram mais ricas pessoalmente e enriqueceram também as suas comunidades depois desta experiência?

Se as próprias comunidades pudessem conhecer a importância dos Convívios Fraternos para elas mesmas, fariam os possíveis para que os seus jovens participassem neste encontro. Porque, apesar de ser uma experiência de enriquecimento pessoal, é também um despertar para a missão de um cristão e da importância que cada um de nós tem na nossa comunidade, na nossa Igreja.

O resultado satisfaz os objetivos do movimento ou esperavam mais resposta, interesse e mudança de vida por parte dos que participam?

No final do encontro, sentimos que os objetivos, na grande maioria, foram cumpridos. Se o foram ou não, só Deus sabe, e cabe a cada jovem continuar a caminhada pós-convívio. Todos nós somos engolidos por uma sociedade que cria barreiras à vivência na fé e na Igreja. Esse é o desafio maior de qualquer cristão: ser perseverante na resposta que dá na vida de cada dia.

Continua a haver jovens a procurar os Convívios?

No último ano, lançámos várias datas e em nenhuma tivemos inscrições suficientes para que o encontro se realizasse. Na minha opinião, deveria haver um trabalho de divulgação nas próprias paróquias, pois, como disse, é um encontro que contribui para que o jovem se insira nelas. Neste momento, a divulgação tem sido feita pelos próprios convivas, o que a meu ver não é suficiente.

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Os jovens em Igreja

Achas que será importante o próximo Sínodo dos Bispos de 2018 e, no caso da Diocese de Leiria-Fátima, um biénio de 2018-2021 totalmente dedicado à pastoral juvenil?

Sem dúvida. Os jovens não são apenas o futuro da Igreja, são o presente! E esta Igreja só é jovem se pensar nos jovens e desafiar os jovens à participação. Além disso, em 2019, este movimento fará 25 anos em que está presente na nossa Diocese, o que será uma feliz coincidência.

O que esperas que resulte deste “olhar” mais centrado na juventude?

Espero um outro olhar recíproco, por parte dos jovens, centrado na Igreja. Por isso, o “olhar” não pode ser distante, tem de ser desafiante, tem de ser sedutor, como o olhar de Cristo.

No caso concreto dos Convívios, achas que poderá contribuir para o sucesso dessa proposta?

O contributo deve ser dado por cada um, seja conviva ou não. É o desafio primordial de cada cristão, ser evangelizador! Se cada um de nós fizer aquilo a que foi chamado, então tudo será bem-sucedido. Todos nós somos as mãos, os pés, os olhos, a voz e o coração de Cristo, e temos de O mostrar sem reservas.

Em tua opinião, o que esperam os jovens da Igreja?

Esperam aquele olhar cativante, nas palavras, nos gestos de cada cristão ativo e comprometido. Eu só me sinto cativado porque compreendo melhor esta Igreja que somos, porque isso me foi mostrado, não só nos Convívios Fraternos, mas no exemplo de cada um. A história de cada cristão como eu cativa-me. E só me cativa se me for mostrada. Por isso, não nos devemos fechar, a Igreja não se deve fechar, mas mostrar esta alegria que é ser Igreja e que muitos jovens não sabem sequer que existe.

E achas que esperam dela algo que não pode oferecer-lhes?

Aí parece-me que sim. Mas não é só uma questão de expectativas ou de ofertas. Todos nós, em determinado momento da nossa vida, fabricamos uma ideia do que deveria ser a Igreja para responder às nossas necessidades. Falta descobrir que a resposta é darmo-nos apenas e sem reservas. É mais uma questão de olharmos tudo noutra perspetiva…

Completa a frase: Um jovem cristão é….

…festa, alegria e vida em Cristo, é esperança inquieta, é Igreja rejuvenescida.

 

Duas perguntas ao assistente diocesano

Ação positiva na pastoral juvenil

2017-07-25 convivios mhjO padre Manuel Henrique Jesus é diretor do Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil e assistente deste movimento em Leiria-Fátima.

Como avalia o trabalho que tem sido feito pelo Movimento dos Convívios Fraternos na Diocese?

Tem sido um trabalho muito gratificante, principalmente porque é feito por jovens e para jovens. É uma forma de os jovens em equipa darem testemunho ressuscitado a outros jovens. Muitos destes jovens que fizeram convívio estão integrados nas paróquias como catequistas e outros serviços.

Acha relevante o seu papel no contexto da pastoral juvenil?

Sim, tem sido importante, pois muitos destes jovens, depois do Convívio Fraterno, sentem a necessidade de contribuir pastoralmente nas suas paróquias. Há um maior sentido de Igreja e os frutos acabam por ser naturais e normais.

 

Testemunhos

2017-07-25 convivios guidaFoi algo muito especial para mim em todos os momentos e em todos os sentidos, sentir que Deus me ama e sentir esse mesmo amor vindo de cada um dos convivas. – Guida, CF 842

2017-07-25 convivios Pedro1102

 

Este Convívio foi para mim uma pausa, foi um recarregar de forças que alimentam a minha fé. E, tal como eu, também para todos os que participaram. Assumimos um compromisso com Deus, assumimos responsabilidades como cristãos e seguidores de Cristo. No fundo, aquilo que define o que é ser cristão: amar e servir. – Pedro, CF 1102

2017-07-25 convivios eduardo

 

Todos os momentos no Convívio tiveram a sua subtileza e marcaram-me de uma maneira profunda… pese embora nem sempre me expressar verbalmente, mas cá dentro isto ferve que se farta… e o culminar com o momento do encerramento foi como “a cereja no topo do bolo”, muita emoção… sem palavras… Deus é de uma grandeza sem limites! – Eduardo, CF 880

2017-07-25 convivios catia

 

Finalmente, encontrei e senti Jesus Cristo dentro de mim! Foi este encontro com Ele e o seu perdão que me fizeram perdoar-me a mim mesma e voltar a encontrar-me! – Cátia, CF 1215

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Único, inigualável, inesquecível. São palavras que se tornam muito mais do que isso num Convívio Fraterno. Tornam-se realidades bem visíveis, não para os simples olhos, mas sim para os complexos coração e alma que as sentem tão intensamente durante três dias. – Pedro, CF 1187

2017-07-25 convivios marine

 

 

Duvidei que alguém pudesse abalar este corpo de aço, que sempre julguei ter, esta razão confiante que fui construindo e esta alma certa do seu caminho, que sempre tive. Cada certeza, cada erro. Em três dias, tudo isto foi abalado e a Marine, outrora imponente, conseguiu ver de perto a pontinha dos dedos dos pés – conheci a minha pequenez. – Marine, CF 1134

 

 

O Movimento

O que é? – Os Convívios Fraternos são um movimento da Igreja Católica criado em 1968, em Castelo Branco, entretanto estendido a todo o território nacional e a outros países. Propõe um encontro com a duração de três dias, liderado por um diretor espiritual e por uma equipa de jovens, que procura desafiar os jovens a serem apóstolos dos jovens, num ambiente de total liberdade e respeito de opinião, tendo como desejo ter Jesus Cristo como modelo de Vida. A nível mundial, promoveu já mais de 1200 encontros, envolvendo cerca de 40.000 jovens.

A quem se dirige? – Destina-se a jovens de ambos os sexos com 17 anos ou mais, estudantes ou trabalhadores, com ou sem grau académico, alguma inquietação religiosa e preparados para viver três dias que se pretendem ser de reflexão séria.

O que se faz? – Promove-se o encontro consigo próprio, com Deus e com os outros. Como se faz isso em concreto… a surpresa faz parte de cada encontro.

Qual o objetivo? – Pretende responder às necessidades, interrogações e aspirações mais profundas da juventude dos nossos dias e em especial suscitar nos jovens o desejo e empenho de viver o seu cristianismo na vida privada, social e familiar. Trata-se de incentivar e motivar os jovens na renovação e tomada de consciência das suas responsabilidades, a viver em união com Cristo.

E depois? – Depois do Convívio Fraterno, os jovens são convidados a integrar os diversos grupos de jovens da paróquia a que pertencem, realizando aí um trabalho e uma formação que visam o crescimento na fé e a colaboração na edificação da Igreja.

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Celebração do Cinquentenário

A comemoração dos 50 anos do Movimento em Portugal será iniciada no 44.º Encontro Nacional, a realizar em Fátima, nos dias 9 e 10 de setembro de 2017, prolongando-se por todo o ano de 2018. Este próximo encontro nacional coincidirá e será integrado no programa alargado do Jubileu dos Jovens, promovido pelo Santuário de Fátima, com o tema “O segredo da paz, o caminho da oração”.

Após o programa geral, o Movimento fará a sua festa de despedida, no Parque 2, das 15h00 às 17h00 do dia 10 de setembro. Na ocasião será feito o envio da “cruz peregrina”, que percorrerá todas as dioceses do País e algumas de França, Suíça e Luxemburgo, durante um ano. Na Diocese de Leiria-Fátima, estará de 17 de dezembro de 2017 a 6 de janeiro de 2018. O périplo terminará em Fátima, onde a “cruz peregrina” estará de 22 de julho a 4 de agosto.

Além de outras iniciativas locais e nacionais, em todas as dioceses deverá ser organizado o “Convívio do Cinquentenário” e uma Missa diocesana, em maio do próximo ano. Será ainda criada uma página de facebook para partilha de eventos e experiências.

 

Inscreve-te já!

Está agendado um Convívio Fraterno para os dias 11 a 14 de Agosto, no Espaço Jovem Papa Francisco, em Fátima, cuja realização dependerá do número de inscrições. Aproveita esta oportunidade para experimentar por ti a magnífica experiência relatada nestas páginas. Inscreve-te já, até ao dia 29 de julho, em cf.sdpjleiria.com, ou por um destes contactos: 914148433, 963345778 ou cf.leiria.carteiro@gmail.com.

 

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