A despedida ao padre Albino… no jornal Presente

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Na edição desta semana (09.01.2013) o semanário diocesano Presente Leiria-Fátima dedica o seu destaque à memória do padre Albino Carreira, cujo funeral se realizou no passado dia 1. Partilhamos uma parte desse trabalho, cuja edição completa poderá encontrar na edição em papel.

 

 

Um sacerdote marcado pela ternura

“Deus confiou aos sacerdotes a bênção de serem portadores da beleza revolucionária da sua ternura e da sua paz, ao serviço do povo e para a salvação do mundo”. Assim começou D. António Marto a sua homilia, na Missa em que mais de duas mil pessoas se uniram em despedida ao padre Albino Carreira, enchendo por completo o pavilhão Ana Sonsa, em Minde, no primeiro dia deste ano de 2014.

E foi essa a sua marca. “O padre Albino foi exemplo de quem soube acolher e levar a todos esta ternura de Deus, sobretudo aos marginalizados das periferias humanas, aos mais necessitados de perdão, de presença sincera, de conforto e de esperança”, continuou o Bispo, lembrando a sua capacidade de “curar as feridas com o calor da esperança e a alegria do Evangelho”.

Por isso era “estimado e amado pelo seu povo, como prova esta coroa de corações que aqui se reuniu para o abraçar”, referiu D. António, partilhando com os presentes algumas palavras do testamento espiritual do padre Albino, como estes: “Peço que surjam novos sacerdotes na minha terra e nesta diocese, que façam mais e melhor do eu”. A esse propósito, o Bispo diocesano apelou à escuta e acolhimento deste apelo, afirmando que “não é lícito entregar ao Bispo a responsabilidade de termos mais sacerdotes”, pois “Deus continua a chamar e somos todos responsáveis por ajudar a sua voz a chegar ao coração dos jovens”.

E terminou: “Caro padre Albino, hoje não podemos dizer-te feliz ano novo, mas podemos dizer-te feliz eternidade junto de Deus!”.

 

Nota biográfica

Albino da Luz Carreira nasceu em São Mamede, concelho da Batalha, a 6 de junho de 1938, filho de Joaquim da Conceição Carreira e de Maria da Luz.

Entrou para o Seminário Diocesano de Leiria em 1951 e terminou o curso de teologia no ano de 1964. Foi ordenado sacerdote neste mesmo ano, no dia 15 de agosto, na Sé de Leiria, pelo bispo D. João Pereira Venâncio. Fez quatro cursos superiores (Pastoral, Psicologia, Ciências Etnológicas e Antropológicas e Estudos Portugueses), foi coadjutor do pároco do Souto da Carpalhosa e auxiliar do dos Pousos, lecionou no Seminário e noutras escolas, foi diretor espiritual do Seminário, diretor da pastoral das vocações, capelão das prisões de Leiria, assistente da Cáritas Diocesana de Leiria, da pastoral dos ciganos e diversos movimentos  e obras eclesiais. Muito do seu tempo foi dedicado ao atendimento a pessoas e famílias que o procuravam e nele encontravam alívio e conselho para a resolução dos seus problemas e sofrimentos, o que o tornou muito querido por centenas de diocesanos e não só.

Era pároco de Minde desde 2004, onde uma doença súbita o acometeu no dia de Natal de 2013, vindo a falecer na manhã de 31 de dezembro, no hospital de Abrantes. As exéquias foram celebradas em Minde, presididas pelo Bispo de Leiria-Fátima, com a participação de cerca de seis dezenas de sacerdotes e dois mil outros fiéis. Foi sepultado no cemitério do Casal Vieira, na sua paróquia natal.

Luís Miguel Ferraz

 

“Partilho a vida com o meu povo”

Dizia que, antes de ser pároco de Minde, tinha sido o “padre dos ciganos”. Na sua entrevista ao PRESENTE, publicada a 4 de julho de 2013, explicou que foi “o Espírito do Senhor que me enviou a anunciar a Boa Nova aos pobres, a proclamar a liberdade aos cativos”. A sua “grande paixão” foi ter sido capelão do Estabelecimento Prisional de Leiria (antiga Prisão-Escola) e do Estabelecimento Prisional Regional de Leiria e também ter sido responsável pelo Serviço de Apoio à Pastoral da mobilidade onde era conhecido como “padre dos ciganos”.

Em Minde, foi pároco durante quase dez anos. Aqui, dizia ser o seu lema pastoral “estar com o meu povo”. Fazia-o “na dor e na alegria”. Citando o Evangelho, afirmava: “estou no meio de vós como aquele que serve”. E servia com um semblante jovial porque a creditava que “um sorriso não custa nada e rende muito”.

Na sua entrevista, defendia ainda que “os que fazem parte da Igreja e da sociedade hoje são responsáveis pelo amanhã do mundo”. Assim era consigo, gostava “de ter tudo organizado de tal maneira que, quem vier a seguir encontre a casa arrumada”.

Sandrina Faustino

 

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