A vigararia de Leiria realizou, no passado dia 1 de Abril, a Peregrinação Vicarial a Fátima, terminando o ciclo das várias peregrinações programadas pela Diocese para o presente ano pastoral.
Sendo a última, beneficiou da possibilidade de uma longa preparação que envolveu as comunidades paroquiais, nos seus vários movimentos e serviços. Muitas foram as reuniões de programação e longo foi o trabalho de motivação e envolvimento das comunidades. Esta preparação envolveu de forma mais detalhada o setor da catequese, adolescência, juvenil e escuteiros. Este foi um tempo rico de partilha e de oração vividos nas paróquias.
Finalmente, o dia 1 foi o dia esperado e de alguma forma ansiado com muita expetativa. Embora a aposta fosse no sentido de que a famílias se deslocassem de forma individual, houve algumas paróquias que organizaram transporte coletivo, de modo que não faltaram motivos para que os paroquianos se deslocassem e participassem na peregrinação. De facto, foram mais de 1500 os que marcaram presença.
A concentração fez-se junto à Cruz Alta, de onde, guiados pelas bandeiras das paróquias, os peregrinos se deslocaram em massa até à Capelinha das Aparições. Aí se fez a saudação inicial. O sentido da peregrinação foi então lembrado: “retribuir a Nossa Senhora a visita que Ela fez à vigararia no passado mês de maio de 2016”.
Às 16h00, houve vários momentos: os adultos (mais de 600) participaram na reflexão sobre a Mensagem de Fátima que se realizou no Centro Paulo VI. Uma exposição bem conduzida pela irmã Ângela Oliveira, que apontou quatro blocos de reflexão sobre a mensagem: a fé, a Igreja, a paz e a consagração. Pela forma como fez a sua exposição, permitiu que de imediato se sentisse a compreensão e anuência da assembleia. De forma fácil e subtil, a exposição feita reavivou ideias e sublinhou aspetos importantes e centrais da Mensagem de Fátima.
Entretanto… as crianças e adolescentes percorriam vários locais do santuário, onde lhes foi possível fazer uma catequese sobre as aparições e a importância da mensagem de Fátima. Igualmente os jovens tiveram uma dinâmica própria que os levou à reflexão sobre os conteúdos das aparições. Nos testemunhos ouvidos pareceu que foi compreensível uma visão do acontecimento de Fátima para lá de um fenómeno extraordinário para chegar à experiência de um encontro com Deus.
Este foi depois celebrado na Basílica da Santíssima Trindade, onde D. António presidiu à celebração da Eucaristia. As palavras que dirigiu aos peregrinos foram um eco da liturgia própria do V domingo da Quaresma, centrada na narração da ressurreição de Lázaro. D. António desafiou os participantes a “sair do túmulo” ou dos túmulos que tantas vezes nos aprisionam e não deixam ver nem viver a fé de forma genuína. O grupo coral que animou a celebração, composto por membros dos vários grupos paroquiais, abrilhantou a celebração e deixou ecoar o desafio dado por D. António: “sai do túmulo que te aprisiona e não te deixa viver”.
O Albergue do Peregrino tornou-se, depois, pequeno para albergar os muitos convivas que se sentaram à mesa e partilharam o pão quotidiano. Pão feito de diálogo, e de alegria que todos quiseram mostrar nos rostos e nas palavras.
Como corolário de todo o dia, a meditação do Rosário e a procissão de velas trouxeram um colorido novo ao recinto do Santuário que se tornou luminoso quando a escuridão da noite caiu e trouxe consigo o frio habitual, apenas contrariado pelos corações aquecidos que assim permaneceram até ao regresso a casa.
No geral, o dia tornou-se pequeno para a experiência que se viveu e se desejava viver ainda mais. Ficou o desejo de outros encontros que sejam expressão da Igreja que somos nesta área geográfica da Diocese de Leiria-Fátima.
P. Rui Ribeiro (colaboração)