«Naquele tempo, Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus …»
Realmente percebemos a diferença entre o olhar, o acolher, o chamar de Jesus e o nosso modo de olhar os outros, até mesmo aqueles que nos são próximos.
Jesus viu um homem chamado Mateus, não viu um cobrador de impostos, um homem que trabalhava para o opressor daquele tempo.
Jesus quis ver quem era aquele homem Mateus, não quis ver o que era aquele homem, como ele se portava ou o que ele fazia.
Jesus quis amar e acolher aquele homem e assim poder, pelo amor, libertar aquele homem de tudo o que nele era errado.
Nós veríamos, em primeiro lugar, o tal odiado cobrador de impostos, o tal traidor que colaborava com o opressor, veríamos um pecador, sem cuidarmos de nos lembrarmos que também nós somos pecadores.
E por o vermos assim e assim tantas vezes vermos os outros nos seus defeitos, é que em vez de acolhermos e amarmos, ou melhor, de amarmos e acolhermos, é que não ajudamos ou somos ocasião para também os outros encontrarem o Jesus que amamos e queremos nas nossas vidas, porque só Ele nos dá a vida em abundância.
Mais à frente, na narração do Evangelho, e perante a forma como os fariseus vêem Mateus, (ou como nós vemos os outros, às vezes até mesmo em Igreja), Jesus diz-lhes que percebam bem o que quer dizer «prefiro a misericórdia ao sacrifício».
Realmente quantas vezes fazemos o que fazemos em Igreja por preceito apenas, e não o fazemos em primeiro lugar por amor a Deus e aos outros?
Interpretando literalmente a frase «prefiro a misericórdia ao sacrifício», pergunto-me o que me é mais difícil: Fazer um sacrifício de jejum, (que posso e devo fazer, sem dúvida), ou perdoar a quem me ofendeu?
Claro que uma não invalida a outra, mas de que vale o sacrifício se não faço a paz com o meu irmão, se não amo o meu irmão vivendo o mandamento de amor que Cristo nos deixou: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.»?
Uma coisa Te peço, Senhor, que me faças sempre ver no meu próximo, um irmão, que quero amar em vez de julgar.