Tiago Silva é seminarista da Diocese e vai entrar, no próximo ano pastoral, no 6.º ano, o último do Seminário Maior. É natural da paróquia de Aljubarrota. Foi instituído acólito no passado dia 13 de julho, na Solenidade da dedicação da Catedral.
O PRESENTE falou com o seminarista, amigos e familiares e dá a conhecer o percurso vocacional as pessoas que o marcaram.
“O grupo de jovens que existiu na paróquia teve uma influência grande na caminhada do Tiago, um grupo onde também andou o agora padre Fábio Bernardino”, lembra o padre Ramiro Portela, pároco de Aljubarrota. Em conversa com o PRESENTE, o pároco de Aljubarrota não dispensa os elogios aos dotes musicais do seminarista. “Ele é um organista eminente. Às vezes, ele vinha aqui para o órgão da paróquia tocar obras clássicas e era um consolo para quem o podia ouvir”.
António Silva, pai do seminarista, admite que o gosto do filho pela música poderá ter contribuído para o despertar da vocação, concretamente através de um maior interesse pela riqueza da Liturgia. Foi precisamente numa das viagens que fazia quando levava o filho às aulas no Orfeão de Leiria, que ficou a saber da intenção que este tinha em entrar para o Seminário.
Frequentou o Pré-Seminário e depois o Seminário de Coimbra. Após uma pausa no seu percurso formativo, reentrou aquando da visita de Bento XVI a Portugal e concluiu, este ano, o 5.º ano do Seminário Maior.
O pai recorda também a presença ativa de seminaristas na paróquia da Aljubarrota, que acredita ter motivado alguns jovens a criar uma ligação mais próxima com a Igreja.
O padre Pedro Viva, um dos seminaristas presentes naquela paróquia nos finais da década de 90, admite que o apoio dado naquela paróquia pudesse ter sido uma espécie de “pontapé de saída” para o despertar da vocação do Tiago. No entanto, aponta o ambiente familiar comprometido em que o Tiago cresceu como um fator preponderante para a sua caminhada vocacional. O sacerdote, que foi catequista do Tiago, acredita que a presença pessoal e familiar é um forte contributo para o despertar das vocações. “Cada vez mais me convenço que a pastoral passa sobretudo por um contacto direto e próximo com os jovens e as suas famílias”, refere. “Quando há esta amizade acaba por se criar um ambiente mais favorável”.
ENTREVISTA: O acólito Tiago Silva na 1.ª pessoa…
O que significa, para si, receber o ministério do acolitado?
Estes primeiros passos, que ajudam a consciencializar aquilo que quero prometer no dia da ordenação. É muito importante a confirmação do meu caminho por parte da Igreja, pelo processo canónico que a instituição implica, pelo seu caráter público, pelo diálogo sério com os formadores e com o Bispo e pelo “peso” positivo da responsabilidade que me é confiada.
Em que ações espera concretizar o ministério que agora recebe?
A distribuição da comunhão e a visita aos doentes são algumas expressões concretas daquilo que deve ser toda a minha vida, um “estar junto” da cruz de Cristo, viver o que celebro em todas as coisas, em suma, ter uma vida eucarística.
Quem considera ter contribuído para o despertar da vocação?
Há algo que não tem “preço de troca”, e isso é a fé, que os meus pais me ensinaram logo desde pequenino, e o Batismo que eles pediram, à Igreja, para mim. Depois, o meu pároco, o padre Ramiro, pelo seu exemplo de vida entregue a Deus, boa-disposição, e personalidade fascinante. Também foi providencial a passagem pela paróquia de alguns seminaristas em estágio pastoral, pelo desejo que suscitaram em mim de querer ser como eles. Depois, o meu percurso formativo, no Pré-Seminário e no Seminário, com a constância do caminho e as questões que foi levantando no meu crescimento. Considero que foi muito importante o estudo de música que fiz, ao ponto de quase arriscar dizer que não consigo imaginar a minha vida e a minha relação com Deus sem esta dimensão tão marcante na minha vida que é a música. Enfim, todas essas pessoas que se cruzaram comigo foram importantes a seu modo, os padres formadores, os amigos.
Agora que cumpre mais um passo na caminhada vocacional, como perspetiva o futuro?
Vejo-o com confiança, na Providência divina, isto é, na certeza de fé que é Deus que guia a história e a minha história. Dá vontade de dizer como diziam os miúdos no meu tempo de escola, gabando-se cada um do seu pai: “O meu Pai [do Céu] manda nisto tudo”. Não há perspetivas de futuro que se sobreponham à enorme alegria de poder servir este Senhor! Só espero poder fazer a Sua vontade, ou que se faça a Sua vontade, em mim, através de mim ou apesar de mim.