UM TEXTO QUE NÃO QUERIA ESCREVER

Talvez seja desagradável este meu texto.

Debati-me se o devia ou não escrever, mas, perante a insistência do meu coração, decidi que o tinha de fazer.

Publiquei, há dias atrás, aqui neste meu espaço um texto sobre os cristãos perseguidos, torturados e mortos em África, o que, infelizmente, continua a ser uma realidade quase diária daqueles nossos irmãos na fé.

A comunicação social nem disso fala, ou então fá-lo com notícias quase imperceptíveis, e apenas as agências noticiosas da Igreja o fazem, embora também muito diminutamente, excepção feita a AIS – Ajuda à Igreja que sofre, que não se cansa de denunciar esta barbárie permanentemente cometida em África e não só.

Essa minha publicação teve apenas 36 “reações” de interesse e apenas, também, 9 partilhas.

Não escrevo e publico nada para ter “audiência”, mas faço-o porque sinto necessidade de partilhar a minha vivência da fé cristã que mudou totalmente a minha vida e me faz ser, hoje em dia, um homem mais calmo e feliz.

As minhas publicações costumam atingir cerca de 100 ou mais “reações” e esta, como acima refiro, deve ter sido aquela que menos “reações” teve.

O que me incomoda e devia incomodar os cristãos, e não só, que vêm a este espaço, é o facto de muito poucos se incomodarem com o conteúdo da notícia, e não a partilharem para que o mundo tome verdadeiro conhecimento de todo este horror.

Custa-me perceber, desculpem, a certeza de que se tivesse publicado uma bela imagem de Jesus, Maria ou semelhantes, com um texto muito “piedoso”, os “registos” e partilhas alcançados seriam muito maiores, e isso, desculpem mais uma vez, incomoda-me, porque parece revelar um desinteresse da nossa parte, nós que por aqui vivemos comodamente, e porque são estes mártires que necessitam da nossa atenção, das nossas orações, das nossas partilhas, para que aqueles que cometem tais actos sejam condenados na opinião pública e levados à justiça, parando de vez tais atentados.

Que Deus nos abençoe e dê coragem para lutarmos pelos nossos constantemente irmãos martirizados.

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