Solenidade de Cristo Rei e Encerramento do Ano Jubilar do Centenário

Homilia

 

Solenidade de Cristo Rei e

Encerramento do Ano Jubilar do Centenário

† António Marto

Santuário de Fátima, 26 de novembro de 2017

Refª: CE2017B-006

Neste domingo, a Igreja conclui o Ano Litúrgico com a celebração da solenidade de Jesus Cristo, Rei do universo. Ao mesmo tempo, aqui no Santuário encerramos o Ano Jubilar do Centenário das Aparições de Nossa Senhora e da sua mensagem. São motivos de particular alegria para todos nós e para a Igreja em Portugal. Com o coração em festa desejo, antes de mais, dirigir a todos vós a minha cordial saudação.

É com o olhar de fé que hoje toda a comunidade cristã se recolhe e é convidada a levantar o seu olhar amoroso de adoração e de ação de graças para Aquele que é o seu Senhor e Rei e a deixar-se examinar por Ele no final de um ano litúrgico. Como é que Jesus manifestou a sua realeza e o seu reino? O que significa para nós e o que nos pede? Que relação pode existir entre o reino de Deus e a mensagem de Fátima?

1. Sabemos pelos evangelhos que Jesus recusou o título de rei quando era usado em sentido de poder político, militar ou económico. “O meu reino não é deste mundo”, disse ele a Pilatos. Então de que tipo é? – perguntamos nós.

A primeira leitura de Ezequiel e o salmo ajudam-nos a compreender a realeza de Jesus através de uma imagem simples em contraste com os poderes mundanos: a imagem do Pastor cheio de ternura e amor pelo seu povo. Isso sobressai nos verbos usados: sai em busca das ovelhas e está no meio delas com a proximidade, reúne as dispersas (a vida fraterna), condu-las às fontes da vida, procura a ovelha perdida, enfaixa a ferida, cura a doente, dá vigor à enfraquecida, cuida de todas, apascenta com justiça. Como é cheia de beleza e encanto esta imagem que Jesus aplicou a si. Que outro rei existe como este?

2. Por sua vez, o evangelho de hoje dá-nos a contemplar outra face da realeza universal de Cristo na conhecida parábola do juízo final. É uma página que não se pode escutar sem permanecer com a respiração suspensa e com a alma inquieta. Não é para nos meter medo, mas para nos despertar e chamar ao essencial.

Não estamos perante uma reportagem de tipo jornalístico sobre o fim do mundo e o respetivo julgamento. A mensagem é-nos apresentada numa cena grandiosa cheia de elementos simbólicos. As imagens são simples, a linguagem é popular, mas a mensagem é importantíssima e decisiva. A grande novidade é que Cristo se identifica com aqueles que sofrem e que o critério último e decisivo sobre o exame final da nossa vida é o amor concretizado nas obras de misericórdia: “Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber… Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” e ainda “Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a mim o deixastes de fazer”. Como sintetiza S. João da Cruz: “no entardecer da vida seremos julgados pelo amor” ou pela sua omissão.

A realeza de Cristo não segue os critérios deste mundo. Ele quis assumir o rosto de quantos têm fome e sede, dos estrangeiros, dos sem teto nem vestido, dos doentes, prisioneiros e descartados. Este é o rei que celebramos. Onde quer que levemos pão aos famintos, proximidade aos sós, conforto aos doentes e aflitos, justiça e dignidade aos oprimidos, reconciliação e paz onde reina o conflito, aí levamos o reino de Cristo.

3. O prefácio da missa de hoje sintetiza de modo admirável o reino de Deus manifestado em Jesus: “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”! Quem não vê nesta expressão tão rica e tão bela a síntese e a razão de ser do jubileu do Centenário das aparições?

Verdadeiramente, Nossa Senhora veio aqui proclamar a urgência de acolher o reino de Deus numa hora histórica em que era negado, combatido e perseguido; veio como advogada, defensora e porta-voz dos milhões de inocentes vítimas dos poderes opressores do mundo; veio buscar colaboradores ao serviço do Reino. E quem não vê nos santos pastorinhos o exemplo vivo de acolhimento do “reino de santidade e de graça” na sua entrega a Deus e no seu amor pelos pobres, doentes e aflitos?

Com o encerramento do Ano Jubilar do centenário, nós estamos a confessar e a honrar Cristo Rei, Pastor cheio de amor por toda a humanidade. Que Nossa Senhora nos guie pelo caminho do “reino de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz”; que Ela nos ajude a escutar as palavras de bem-aventurança final “Vinde benditos de meu Pai receber como herança o reino que vos está preparado” como dirigidas desde já a nós e ao nosso compromisso pelos irmãos necessitados, em palavras do Papa Francisco: “Benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem “se” nem “mas”, nem “talvez”: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus”. 

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