Solenidade da Dedicação da Catedral

 

Homilia Eucaristia Solenidade da Dedicação da Catedral de Leiria e

ação de graças pela nomeação cardinalícia de D. António Marto

 

 

Solenidade da Dedicação da Catedral

† António Marto

Leiria, 13 de julho de 2018

Refª.: CE2018B-008

 

Hoje celebramos com solenidade o aniversário da Dedicação da nossa catedral, Igreja – mãe e centro litúrgico, espiritual e pastoral da vida da Diocese.

A catedral não é só um monumento, uma obra de arte, um edifício imponente. A festa da dedicação evoca não apenas os muros do edifício, mas antes de mais o mistério da Igreja diocesana reunida em nome do Senhor; evoca o templo de pedras vivas de que o edifício é imagem; evoca a figura do bispo que precisamente a partir da catedral garante a comunhão com a fé dos apóstolos e exprime a unidade na caridade que nos une  como membros da Igreja local e nos liga à Igreja universal em comunhão com o Papa. Por isso, a catedral é como que a síntese de todo o caminho do povo católico peregrino nesta região.

É belo que hoje, nesta festa diocesana, celebremos o envio em missão de 16 membros do grupo missionário Ondjoyetu para Angola ou para Figueiró dos Vinhos e o envio de 100 caminheiros do CNE de Leiria para o Roverway na Holanda. Todos partem para levar e partilhar a alegria do Evangelho.

É belo e significativo que também hoje celebremos ação de graças pelo dom do novo serviço confiado pelo Papa Francisco ao bispo diocesano no colégio cardinalício unindo-nos mais intimamente à Sé de Pedro. A todos saúdo e manifesto a minha gratidão e o meu afeto num abraço de comunhão, de alegria e de paz. Gostaria, contudo, de parafrasear S. Leão Magno a propósito da sua eleição como bispo de Roma: “é digno e justo que vos alegreis neste dia como se se tratasse da vossa própria honra. Se este dom traz à diocese tão grande alegria, muito mais verdadeiro e excelente será o motivo do nosso júbilo se não vos detiverdes a considerar a nossa humilde pessoa”. De facto, não se trata de promoção na carreira. Nesse sentido, a minha pessoa não conta nada. Sou o vosso irmão bispo agora chamado pelo Papa Francisco a ser seu colaborador mais próximo no serviço à Igreja universal. Por isso, o meu coração exclama com o salmista: “não a nós Senhor, não a nós, mas ao Teu Nome seja dada glória” para o bem do teu povo. 

As leituras da missa de hoje ajudam-nos a compreender que a catedral mais bela não é o edifício material, que as realidades mais importantes não são os seus muros imponentes e as obras de arte, mas sim as pessoas que reconhecem o Senhor Jesus como pedra angular e que se reconhecem como “pedras vivas” de um edifício espiritual. Este apresenta a beleza da santidade que as pedras não podem exprimir: a beleza de uma vida santa e dedicada a obras boas, belas e úteis para a comunidade e para o mundo. 

A grande reforma da Igreja a que o Papa Francisco nos convida para a tornar mais fiel ao estilo evangélico realiza-se precisamente a partir da dimensão da santidade e da dimensão missionária. Sem elas nenhuma reforma poderá renovar a Igreja.

 

“A santidade é o rosto mais belo da Igreja”

“A santidade é o mais belo rosto da Igreja” (GE 9). Não é nada de extraordinário, há-de ser a condição ordinária dos cristãos. É simples, está ao alcance de todos, não está reservada a elites, vive-se na vida ordinária de cada dia. “Todos somos chamados a ser santos vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais” (GE 14).

Verificamos que se está a referir aos “santos da rua” (Madeleine Debrel) ou “santos ao pé da porta”, aqueles que vivem perto de nós, ao nosso lado, como podem ser a nossa mãe, uma avó, vizinhos, outras pessoas próximas de nós, mesmo com as suas imperfeições mas que continuam a caminhar à luz da fé.

O Papa Francisco descreve o conteúdo da santidade seguindo a pauta das bem-aventuranças. Elas são a descrição do amor nas suas diversas manifestações e que resume telegraficamente, do seguinte modo:

1. Ser pobre no coração (que põe a sua confiança em Deus): isto é santidade.

2. Reagir com humilde mansidão: isto é santidade.

3. Saber chorar com os que choram: isto é santidade.

4. Buscar a justiça com fome e sede (intensamente): isto é santidade.

5. Olhar e agir com misericórdia: isto é santidade.

6. Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade.

7. Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade.

8. Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade.

A santidade do povo de Deus, com os seus pastores à frente, far-nos-á encontrar facilmente os verdadeiros caminhos da renovação e da evangelização.

A tua missão em Cristo

Por fim, a santidade leva-nos à missão e a missão é, por sua vez, caminho de santidade. A nossa conversão, a transformação do nosso coração e a reforma da Igreja realizam-se – e devem realizar-se – em chave missionária. Porque pressupõem olhar e servir os projetos de Deus e as necessidades dos irmãos, servir Cristo no povo fiel e nos mais necessitados.

“Para um cristão não é possível imaginar a própria missão na terra sem a conceber como um caminho de santidade… Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão”. Sim, a missão deve ser encarada como desafio e aventura, que é a própria vida em saída ao encontro dos outros. 

Assim como somos convidados a ser santos no nosso quotidiano trivial, também somos exortados a fazer com que a nossa existência seja uma verdadeira missão de encontro, de comunhão, de serviço e entrega para levar a todos a luz, o conforto, a misericórdia, a paz e a alegria do evangelho. Sim, a alegria do evangelho é a nossa missão! Só assim viveremos a alegria de ser Igreja em missão. Só assim seremos discípulos missionários.

Por isso é muito significativo o envio em missão que aqui realizamos. É uma interpelação que Deus faz a todos, com palavras do Papa Francisco: “esforçai-vos por edificar uma Igreja mais santa, mais missionária e humilde… uma Igreja que ama e adora Deus procurando servir os pobres, as pessoas sós, os doentes e marginalizados… Não tenhais medo! Sede corajosos! Deixai-vos surpreender pelo amor de Deus. Não tenhais medo das suas surpresas!…”.

 

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