Um bom amigo enviou-me há dias um vídeo com a história do cântico natalício, “Noite Feliz”, que me comoveu até às lágrimas.
A história é de uma simplicidade extraordinária e mostra como da mais pequena contrariedade, Deus, (se assim quisermos acreditar), pode fazer e faz coisas maravilhosas.
Lembrei-me imediatamente das Bodas de Caná!
A história que me foi dado ver, relata como da avaria de um órgão, o padre dessa igreja, na Áustria, ficou preocupado porque o mesmo não poderia ser utilizado para acompanhar os cânticos nessa noite de Natal.
Lembrou-se então de um pequeno poema que tinha escrito anos antes e levou-o a um músico da aldeia, para ele compor uma música que pudesse ser tocada e cantada nessa noite de Natal.
E assim aconteceu tendo sido cantado pela primeira vez a “Noite Feliz”, que depois percorreu todo o mundo, e será sem dúvida hoje em dia, o cântico natalício mais conhecido no mundo inteiro.
É tudo muito simples, o poema, a melodia, a história que leva a que tal acontecimento se desse.
E, afinal, tudo isto se encaixa perfeitamente na simplicidade de Deus.
Tantas vezes complicamos Deus, quando Ele é apenas e só amor.
E o amor, contrariamente ao que se diz, é simples, porque todo ele é dar e receber sem esperar mais nada que o próprio amor.
Claro que este amor, digamos perfeito, é o amor de Deus, e, por isso mesmo, só amando-O primeiro, podemos amar com o Seu amor todos os outros que Ele coloca no nosso caminho.
Estamos na Semana Santa, na qual vivemos o incrível amor de Deus que se dá por aqueles que Ele ama infinitamente no Seu coração, e que somos todos nós.
Devemos estremecer quando lermos, mais do que lermos, vivermos, a Paixão de Cristo, deixando-nos levar pelo amor que entrará nos nossos corações e nos fará sentir esse entrega total de Deus por cada um de nós.
A alguns de nós virão as lágrimas aos olhos quando vivermos o relato da Paixão, mas não serão lágrimas de tristeza, mas sim lágrimas de compaixão, lágrimas de amor, lágrimas de confiança porque sabemos e acreditamos que Aquele que morreu por cada um de nós, se vai levantar de entre os mortos e ressuscitar verdadeiramente, cumprindo assim a promessa da vida eterna junto de Deus, no amor perfeito, dada aos homens de boa vontade que O quiserem seguir, segundo a Sua vontade.
E é curioso também ter recebido esta história de Natal, quando estamos a viver os momentos que antecedem a Páscoa.
Realmente sem Natal, não haveria Páscoa, porque o Natal deve sempre levar-nos à Páscoa.
Realmente o Filho de Deus encarnou e fez-se homem, mas Ele mesmo nos disse que «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos … tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.» Lc 9, 22