No passado sábado, dia 28 de novembro, o Santuário de Fátima inaugurou a exposição temporária evocativa da aparição da Virgem Maria em setembro de 1917. Sob o título “Terra e Céu. Peregrinos e Santos de Fátima”, a exposição é descrita sumariamente no guia disponível para a visitar com estas palavras: “De pés firmes porque sulcaram a Terra, os peregrinos de Fátima olham para o Céu. Entre a Terra e o Céu, tantos nomes que um dia experimentaram Fátima como lugar de eternidade”.
Está patente no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da basílica da Santíssima Trindade, de 28 de novembro de 2015 a 31 de outubro de 2016. Pode ser visitada, com entrada livre, todos os dias das 09h00 às 19h00. É uma das ações do vasto programa para o 6º ano do caminho de preparação para o centenário das Aparições, que agora teve início.
A exposição está organizada como um itinerário espiritual dos peregrinos cristãos em seis etapas. Começa no encontro com Cristo e na iluminação recebida no batismo, continua nas marcas deixadas pelos pés de quem está a caminho e prossegue com as referências aos alimentos da jornada: a palavra e o pão repartidos e as obras de misericórdias. A etapa seguinte faz memória dos santos devotos da Virgem Maria cujas estátuas se erguem no “céu de Fátima” por cima da colunata do Santuário e são como “pontos luminosos” que encorajam e atraem os peregrinos. Segue-se a lembrança de cristãos modernos cuja vida passou por Fátima, que se tornou “lugar de santidade”, pois eles estão em processo para a sua beatificação pela Igreja. Mencionam-se papas, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas e fiéis leigos. Entre estes há um professor universitário e um adolescente. A meta da peregrinação do fiel cristão é o encontro com Cristo, que é “prémio e coroa da vida”. A coroa é assim a metáfora da vitória, “imagem da recompensa pelo caminhar do peregrino na senda do bom combate”. A Virgem Maria é exemplo de peregrina na fé e “garantia de que é possível alcançar a meta”, a união espiritual com Cristo.
A exposição, comissariada por Marco Daniel Duarte, com projeto da arquiteta Joana Delgado e design de Inês do Carmo, reveste admirável qualidade estética e apresenta algumas peças e objetos curiosos, como umas alpercatas da irmã Lúcia, um avental da beata Jacinta Marto, a alva usada pelo Papa Paulo VI em 1967, um vestido de batismo e o registo do que primeiro se celebrou no Santuário, coroas de Nossa Senhora, entre outros. As peças expostas, além das pertencentes ao Santuário de Fátima, foram emprestadas por várias instituições.
No mesmo dia, no Centro Pastoral Paulo VI, teve lugar a apresentação do tema do ano, “Eu vim para que tenham vida”, as principais atividades do programa do Santuário e o livro com vários textos e apoios para o seu aprofundamento e vivência.
Coube ao bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, o desenvolvimento do tema. Segundo o site do Santuário, o orador afirmou que «o mesmo Deus que salva a humanidade é aquele que a criou e nos oferece um percurso terreno aberto aos horizontes da eternidade». Para o bispo de Coimbra, «Deus é verdadeiramente a fonte da vida» e um dos principais objetivos do acontecimento de Fátima é o «crescimento da fé».
O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, disse ainda aos muitos presentes que «é na misericórdia de Deus que encontramos a palavra-chave para interpretarmos a mensagem de Fátima»
Houve ainda um apontamento musical a cargo do Coro do Santuário de Fátima, que executou várias peças.
A concluir a sessão, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, partindo do tema do ano, disse que a frase de Jesus “Eu vim para que tenham vida” traduz o “evangelho da vida” e que “a mensagem de Fátima é uma mensagem de vida e de esperança para a vida. Ela vive-se, no nosso quotidiano, como “ternura, compaixão e cuidado por todos os que sofrem” e é para todos “anúncio de esperança na vida eterna”.