Foi no passado dia 15 de junho que decorreu no lugar do Vale Tacão o encerramento da catequese da paróquia de Santa Catarina da Serra. Este evento anual reuniu mais de 250 pessoas inscritas, incluindo crianças, pré-adolescentes, adolescentes, catequistas, pais e inúmeros voluntários, habitantes do referido lugar. Foi também dentro deste regime de voluntariado que a AHBVC, através do seu departamento de formação, esteve presente com oito voluntários, duas viaturas e uma moto, como suporte na prevenção e na segurança de todos os intervenientes.
A manhã desse dia marcante para toda a comunidade catequética iniciou-se com a receção e distribuição das inúmeras atividades constantes do programa, com 10 pontos de interesse, os “ateliers”. Estes incluíam: a Veste, Jacinta Pereira das Neves, a Água, Centro Cultural e Recreativo do Vale Tacão Cruz, o Óleo, a igreja do Vale Tacão e a sua padroeira, Nossa Senhora da Purificação, o monsenhor Manuel Marques dos Santos, a vela e a Igreja Viva.
Além destes temas, o percurso incluiu jogos e perguntas de cultura geral, sobretudo referentes ao lugar onde decorreu, durante cerca de quatro horas, incluindo, claro, a Eucaristia, ponto alto do evento, celebrada pelo pároco, padre Mário Verdasca. Este fez dessa celebração um grande dia de festa, falando do Batismo e do amor de Deus. Fechando os olhos, não vemos; os ouvidos, não ouvimos! Daí Jesus falar no Evangelho, através de parábolas acerca do reino de Deus.
O mesmo é semelhante, por exemplo, ao grão de mostarda, que é a mais pequena das sementes, mas ao nascer, transforma-se, através do seu crescimento, na mais bela das árvores, que, através da sua dimensão, pode albergar uma quantidade imensa de aves! Assim também é a fé. É necessário que cresça, e para tal é necessário cuidar dela. Contou a história do “Lápis”, através de cinco qualidades.
Primeira qualidade: todos podem fazer grandes coisas, mas nunca esquecer que existe uma mão que guia os nossos passos. Chama-se Deus, que nos conduz em direção à Sua vontade.
Segunda qualidade: de vez em quando, precisamos parar o que estamos a fazer e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, é necessário saber suportar algumas dores, porque elas farão de nós pessoas melhores.
Terceira qualidade: o lápis permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Corrigir algo que fizemos não é necessariamente mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, cuidemos sempre daquilo que acontece dentro de nós.
Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele deixa sempre uma marca. Da mesma maneira, saibamos que tudo o que fizermos na vida deixará traços. Procuremos ser conscientes de cada ação que fizermos.
A terminar, fez um agradecimento final comunitário ao Ramo do Vale Tacão, pais e catequistas. A comunidade local quis também fazer um agradecimento especial a Sandra Silva, a grande responsável pela realização de tão grande e bonita festa. Com alguma emoção, proferiu palavras de gratidão, não se sentindo sozinha na realização de uma festa, da qual fez a passagem de testemunho à responsável do Centro Catequético do Ramo do Vale Sumo, Irene Vieira, que assim acolherá em 2025, o encerramento da catequese de toda a paróquia – Festa da Fé!
Para além desta descrição, deixo o testemunho de uma das participantes, como responsável pela descrição de um dos locais por onde todos os grupos tinham de passar, o nº 6, cujo tema foi o “ÓLEO”.
A Irmã Maria do Rosário Gonçalves Neves, nasceu no Vale Tacão há 76 anos. Pertence à Congregação “Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição”. À pergunta sobre o que sentia sobre a realização da Festa da Fé no lugar onde nasceu, referiu ser uma atividade muito interessante e uma ideia formidável realizar nos Centros catequéticos dos vários Ramos da paróquia. Destacou também o empenho e a alegria dos catequistas locais.
Depois de ter estado em várias cidades do país, como, por exemplo, Faro e Vila Real, onde exerceu em vários colégios da Congregação a missão de professora, está atualmente a residir no Vale Tacão, pois está a tomar conta da sua mãe, que conta com quase 98 anos de idade. Sentindo-se feliz por colaborar, explicou no “seu” atelier, o “Óleo”, sempre que cada grupo chegava ao local, repetindo com inusitada alegria e confiança, que dos vários óleos que existem, é o da Oliveira o escolhido pela Igreja Católica para seu uso no Batismo, nos catecúmenos (os que se preparam para receber o sacramento da Confirmação, mais conhecido como Crisma) e nos doentes ou enfermos, que hoje se usa nas “Festas dos Doentes e Idosos”, mas que antigamente era mais usado naqueles que se aproximavam da morte.
Desde sempre, o óleo era usado pelos mais diversos povos, sobretudo na Grécia Antiga, pois já então, nos jogos olímpicos e até noutros desportos, os atletas aplicavam óleo como massagem dos músculos e do restante corpo, pois o óleo sempre foi visto como uma força!
Termino dizendo que, apesar de não ter percorrido todo o percurso, os locais em que estive presente permitiram-me ver a alegria, a desenvoltura, o empenho e a vontade de saber mais de todos os participantes!