Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
1.1. Cântico (à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
Senhor Jesus,
nós te agradecemos por cuidares de nós continuamente.
Disseste aos teus discípulos
para não se preocuparem com o que deviam comer ou vestir,
pois o Pai do Céu cuida de todos.
Ajuda-nos a sermos gratos por tudo o que somos e temos
e a correspondermos ao amor que tens por nós.
Liberta-nos da nossa rebeldia, do nosso egoísmo e indiferença.
Dá-nos uma memória agradecida pelas Tuas maravilhas
realizadas na nossa vida e no mundo.
Ensina-nos e ajuda-nos a cuidar das pessoas
que se cruzam connosco na caminhada da vida,
para glorificarmos o Teu nome. Ámen.
2. Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura do livro do Deuteronómio (Dt 32, 1-14)
«Escutai, ó céus, que eu vou falar,
ouça a terra as palavras da minha boca.
Derrame-se como chuva o meu ensinamento,
espalhe-se como orvalho a minha palavra,
como aguaceiros sobre a erva,
como chuvisco sobre a relva!
Eu vou proclamar o nome do Senhor,
enaltecei a grandeza do nosso Deus!
Ele é o rochedo, perfeitas são as suas obras.
Todos os seus caminhos são justiça!
Deus fiel, sem iniquidade, Ele é justo e recto.
Pecaram contra Ele seus filhos degenerados, geração perversa e falsa.
É assim que agradeceis ao Senhor, povo louco e insensato?
Não é Ele o teu pai, o teu criador?
Foi Ele que te formou e te constituiu!
Recorda-te dos dias antigos, medita nos anos de outrora.
Pergunta ao teu pai e ele te contará, aos teus anciãos e eles te dirão!
Quando o Altíssimo distribuía os povos, quando agrupava os filhos de Adão,
estabeleceu as fronteiras dos povos segundo o número dos filhos de Israel.
A porção do Senhor é o seu povo, Jacob é a parte da sua herança.
Encontrou-o numa terra deserta, numa desordem de gritos selvagens;
protegeu-o e velou por ele, guardou-o como à menina dos seus olhos.
Ele é como a águia a incentivar os seus filhos,
esvoaçando sobre os seus filhotes:
estendeu as suas asas, tomou-os, levantando-os sobre as suas penas.
Só o Senhor o conduzia; nenhum outro deus estava com ele.
Fê-lo cavalgar pelas montanhas do país, alimentou-o com frutos dos campos;
deu-lhe a beber mel do rochedo, e azeite da pedra dura,
manteiga das vacas e leite das ovelhas,
com a gordura dos cordeiros, dos carneiros de Basan e dos cabritos,
com a melhor farinha do trigo.
Bebestes o sangue vermelho das uvas.
Palavra do Senhor
2.2. Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
Esta composição rítmica canta a história das relações entre Deus e Israel e resulta numa acusação contra o povo eleito, que não soube corresponder à bondade do seu Deus. Cantado pelos ministros do santuário e pelo povo, seria um convite contínuo à penitência e ao regresso a Deus. O autor põe em contraste, por um lado, a providência de Deus para com o seu povo ao formá-lo como nação; e por outro, a infidelidade de Israel, merecedora dos maiores castigos. Tudo indica que há uma distribuição coral de estrofes: dois coros vão cantando alternadamente as estrofes, intercalando com algumas estrofes comuns aos dois coros. O conjunto parece ser obra de um salmista da época sapiencial, que o atribui a Moisés.
Podemos distinguir três partes no texto: uma em que se exalta a fidelidade de Deus; vem depois, por contraste, a denúncia das infidelidades de Israel; por fim, é proclamada a bondade de Deus para com o seu povo.
A fidelidade de Deus
O poeta invoca os céus, apresentando-os como testemunhas silenciosas das grandes verdades que vai proclamar. É uma introdução solene e enfática para centrar a atenção nos louvores de Deus pelas suas obras portentosas. Só os céus e a terra são dignos de escutar as suas palavras de glorificação de Deus e de acusação contra Israel (cf. Is 1, 2; Miq 1, 2; Sl 1, 4). A perfeição de Deus revela-se no mundo com as suas maravilhas; a sua justiça e rectidão aparecem no governo da humanidade e especialmente na história de Israel; a sua fidelidade brilha no cumprimento das antigas promessas para com o povo.
Infidelidades de Israel
Quão distante está Israel de responder ao que Deus lhe pede! É um povo sem sabedoria, néscio, rebelde, de dura cerviz, que desconhece o seu Deus e não sabe apreciar os favores com que Ele o cumulou na sua solicitude paternal. À rectidão, justiça e fidelidade de Deus responde com a perversidade e a insensatez. Não soube responder à sua vocação de nação santa e povo sacerdotal (Ex 3, 19,6). Todavia, Deus não é apenas o seu Deus; é também o seu Pai.
A bondade de Deus para com o seu povo
O poeta, inspirado, convida o povo a olhar para as origens. Se, como está escrito em Ez 19, 5, todos os povos são de Deus, pois Ele os criou, Israel é a sua herança escolhida, e para ele destinou uma terra, prometida aos patriarcas para os seus descendentes. Esta predestinação é a primeira amostra do amor paterno de Deus para com Israel. Depois, o autor menciona o percurso do povo no deserto, protegido e guardado por Deus, Pai de Israel, até o introduzir na terra prometida. Instalado na terra de Canaã, Israel alimentou-se dos seus frutos, vindimou as vinhas que não tinha plantado, semeou os campos que não tinha arado, habitou as casas que não tinha construído e saciou-se da carne dos touros e carneiros, do pão dos campos, do vinho das suas vinhas, dos frutos da terra.
3. Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«Eu vou proclamar o nome do Senhor, enaltecei a grandeza do nosso Deus!
Ele é o rochedo, perfeitas são as suas obras»
Deus fez inúmeras maravilhas em favor do povo de Israel: escolheu-o entre todos os povos da terra, libertou-o da escravidão do Egipto, conduziu-o pelo deserto, cuidou dele, deu-lhe uma terra…
* Sou capaz de identificar e enumerar as obras que Deus realiza ainda hoje e com que cuida de nós? Olho para a minha vida e medito sobre as maravilhas que Deus faz nela, na Igreja e no mundo.
«Pecaram contra Ele seus filhos degenerados, geração perversa e falsa.
É assim que agradeceis ao Senhor, povo louco e insensato? Não é Ele o teu pai, o teu criador?»
No passado e no pressente, nem sempre os homens e mulheres reconhecem e correspondem às maravilhas que Deus fez e continua a fazer por eles. Quantas vezes, ignoramos a sua Palavra e ficamos surdos à sua voz com que nos declara o seu amor!
* E eu, escuto Deus, leio a sua Palavra, ouço a sua voz na consciência e deixo-me orientar por Ele nas decisões importantes e mesmo no quotidiano da vida? Medito na minha vida e no mundo que me rodeia e olho para as situações de orgulho e ingratidão que existem…
«Recorda-te dos dias antigos, medita nos anos de outrora.
Pergunta ao teu pai e ele te contará, aos teus anciãos e eles te dirão!»
Nas suas celebrações, o povo de Deus faz memória dos grandes eventos salvíficos que Ele fez em seu favor. Os anciãos vão transmitindo às gerações mais jovens as maravilhas do passado. Este testemunho de geração para geração acontece também na Igreja, na sua liturgia, nas comunidades cristãs e nas famílias, embora não sem dificuldades e desinteresse.
* Como posso, hoje, transmitir às gerações mais jovens as maravilhas que Deus fez e continua a fazer na minha vida, na Igreja e no mundo? A catequese cumpre esta missão?
«A porção do Senhor é o seu povo, Jacob é a parte da sua herança.
… protegeu-o e velou por ele, guardou-o como à menina dos seus olhos. (…)
Fê-lo cavalgar pelas montanhas do país, alimentou-o com frutos dos campos.»
O povo de Deus e os seus fiéis, também na atualidade, devem recordar as maravilhas de Deus e os dons que dele recebem. A palavra eucaristia significa “ação de graças”. Na celebração da Eucaristia, damos graças a Deus por todas as obras do seu amor, em especial, por Jesus, seu Filho, e pela salvação que oferece a todos os homens.
* Que motivos tenho para dar graças ao Senhor? É com este fim que participo na Eucaristia? O agradecimento a Deus está presente também na minha oração diária?
4. Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
5. Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita. Posso também rezar com os outros a oração proposta para este biénio pastoral, o salmo 78 ou o Salmo 105 que cantam as maravilhas de Deus em favor do seu povo ou o Magnificat (Lc 1, 46-55):
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva.
De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência, para sempre.»
6. Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal. Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.