Antes de mais, os meus sinceros parabéns à nossa revista REDE por assinalar o seu número 300.
Fui um dos que acompanharam de perto e que contribuíram com a escrita de vários artigos, desde A Voz de Domingo, passando pelo Presente, até à REDE que temos hoje.
Na verdade, vários anos se passaram, e devo dizer, sem saudosismos, que tenho gratas memórias do jornal em papel A Voz de Domingo.
Quando passou para o jornal Presente, percebi rapidamente que este não tinha pernas para andar, não só por questões económicas e sonhos ilusórios, mas acima de tudo pelo decréscimo de qualidade em todos os seus artigos, opiniões e notícias. Um erro que deve ser assumido.
Relativamente à nossa revista REDE, agora num espaço online/digital e sem impressão, devo dizer que poderia ter muito mais qualidade no que lá se escreve e publica.
Não podemos ficar pela mera dimensão informativa, funcionando apenas como caixa de ressonância do que se faz e acontece na nossa diocese, nas paróquias e nos seus movimentos. Isso é muito pouco.
É fundamental que seja um espaço de maior e melhor formação a todos os níveis.
Sem medos e sem censuras, deve ser um espaço aberto de franca e fraterna discussão sobre tudo o que diz respeito à nossa Igreja diocesana e à nossa Igreja em Portugal.
Não podemos continuar, apenas e só, no religiosamente ou politicamente correto. Esse tempo já passou, e quase nada disso interessa nos dias de hoje. Precisamos de ser audazes, sem medos ou receios, denunciando tantos atropelos e injustiças à nossa condição de cristãos.
Mesmo o jornalismo de inspiração cristã deverá ter essa coragem. E, para isso, não nos podemos acobardar perante as opiniões e ideologias dominantes, o que, infelizmente, quase sempre acontece por parte da hierarquia da Igreja e dos seus meios de comunicação social.
Se informar é um dever, formar consciências críticas cristãs é essencial para a nossa missão como Igreja.
Se não o fizermos, continuaremos a ter mais do mesmo. E isso, hoje, pouco interessa aos cristãos mais bem formados e conscientes da sua missão.
Desejo ousadia, coragem e sentido crítico à nossa revista REDE.