No encontro do D. António com os jovens da vigararia da Marinha Grande e que é destaque nesta edição, chamou a atenção dos presentes o vídeo que foi mostrado no início e que introduziu o tema do biénio pastoral.
Numa realização simples de cerca de 13 minutos, sucedem-se entrevistas com respostas curtas, feitas a jovens, alternadas com excertos da carta que o Bispo escreveu para orientar a pastoral destes dois anos. Tudo normal, não fosse o facto de… ter qualidade. É suposto ter qualidade, pois é. Mas a verdade, é que esse é um problema recorrente da Igreja atual, que nem sempre prima pelo brio e pela dedicação profissional que deveria colocar em tudo que faz. Parece que existem alguns anticorpos a tudo o que junte na mesma frase “profissionalismo” e “Igreja”, talvez por estar associado a contrapartidas financeiras.
No já longínquo Ano Internacional do Voluntariado ocorrido em 2001, ficou-me na memória a frase: o voluntariado tem que ser feito com profissionalismo. Aplicado aos dinamismos eclesiais, o tom mantém-se: os agentes da pastoral devem ser competentes e responsáveis; isso é que é sinal de compromisso. Não tenhamos ilusões: a Providência Divina nunca fará questão de interferir nesta área.
Num tempo em que os avanços tecnológicos aliados ao acesso democratizado à informação são uma evidência e uma normalidade, é motivo de reflexão a Igreja — todos os batizados, sem excepção — não apostar ainda mais, mais vezes e com mais força, na qualidade. Não nos podemos contentar em fazer o melhor que sabemos, porque esse melhor, fica, não raras vezes, aquém do que deve ser exigível. Esta constatação é transversal a todos os setores da vida eclesial. Imagina-se que a razão esteja na falta de recursos humanos convenientemente preparados ou, então, é culpa da falta de tempo. Como já dizia a canção: “quase ninguém tem tempo”. Um argumento que se apresenta invariavelmente antes de sequer fazer o esforço necessário para dar o salto que transforme uma tarefa ou uma atividade em valor acrescentado. Dizem também que a qualidade custa dinheiro. Não: o brio e o empenho não custam dinheiro; são exigentes, mas não custam dinheiro. Custam, ponto.
No biénio dedicado aos jovens, temos uma oportunidade de ouro para dar esse salto qualitativo. A inovação e a criatividade, bem como o atrevimento para sair fora da caixa, próprios dos mais novos, são o ponto de partida que nos pode trazer histórias com finais muito felizes. Foi o próprio D. António Marto que disse que “temos de ter oferta de qualidade para a caminhada de fé dos jovens”.
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