Quarta-feira de Cinzas: D. António Marto “subiu o monte” com a paróquia de Leiria

A noite fria não era convidativa para sair do calor do lar. Mesmo assim, quase duas centenas de pessoas quiseram marcar o início da Quaresma na celebração realizada na quarta-feira de 6 de março. Como vem sendo habitual, a paróquia de Leiria desloca-se ao Santuário de Nossa Senhora da Encarnação para proceder ao ritual da imposição das cinzas.

O ponto de encontro foi o fundo da escadaria do Santuário onde se deu início à caminhada penitencial. Desta vez, com a participação especial de uma equipa ligada ao Serviço de Pastoral do Ensino Superior (SPES) que dinamizou a reflexão que antecedeu a celebração eucarística. Textos bíblicos, intercalados com reflexões e cânticos acompanhados por guitarras, ajudaram os participantes a fazer a meditação sobre o tempo litúrgico que está a iniciar enquanto subiam o caminho que ladeia a encosta até ao topo. Entre os participantes, contava-se a presença do cardeal D. António Marto que, desde há 6 anos, faz questão de presidir a este momento. O Bispo revela que “é espiritualmente gratificante subir o monte como penitente juntamente com todos os irmãos presentes”.

Duas interpelações

Durante a homilia, o Bispo diocesano quis salientar as duas interpelações que foram feitas na Liturgia da Palavra. A primeira, do livro do profeta Joel, apelava à mudança: “convertei-vos a Mim de todo o coração”. A segunda, da Carta de São Paulo aos Coríntios, continuava a mesma linha: “reconciliai-vos com Deus”. D. António Marto apelou os presentes a viver a Quaresma nesta perspetiva e não “reduzi-la a um conjunto de práticas”.  “Este é um tempo de graça que Deus nos oferece, mas é Ele que faz o diagnóstico do nosso coração”, acrescentou, explicando que, da parte dos cristãos, apenas se espera que estejam abertos à Sua misericórdia.

Duas ideias do Papa

A homilia também foi um oportunidade para relembrar algumas ideias que o Bispo expõe na sua mensagem para a Quaresma deste ano. São “dois aspetos de premente atualidade, facilmente esquecidos ou descuidados” que são descritos pelo Santo Padre na sua própria mensagem quaresmal, a saber: “a força destruidora do pecado” e “a força sanadora do arrependimento e do perdão”. 

Relativamente ao primeiro, D. António dava exemplos concretos: “basta abrir a televisão para ver a onda crescente de violência a todos os níveis”. Referiu a violência doméstica, cujos números são alarmantes. Lembrou também os escândalos dos abusos de crianças dentro da própria Igreja e que está na ordem do dia. E não esqueceu também “o cancro da corrupção”. Segundo ele, e ainda inspirado nas palavras do Papa, “quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes vivemos comportamentos destruidores”. Por isso, o tempo da Quaresma é para “tomar consciência da profundidade do pecado, ao qual não podemos fechar os olhos e passar ao lado”. E acrescenta que “o pecado deixa estragos, deixa feridas no coração e na alma de cada um, nas relações interpessoais, na própria Igreja e na sociedade. Diante desta realidade, a solução, no entender do prelado, passa por “confiar na força sanadora do arrependimento e do perdão”

Três remédios

O D. António Marto não quis perder o ensejo para lembrar algumas orientações práticas para a Quaresma a que chamou de “remédios ou medicinas”: oração, jejum e partilha. 

Sobre a oração, que designou de “comunhão íntima e familiar com Deus”, referiu que “antes de falarmos de Deus, devemos falar com Deus, escutar Deus”. “Através da oração, mergulhamos no mar imenso da sua misericórdia”, constatou. 

Embora o jejum até esteja hoje “na moda do ponto de vista estético e dietético, nós precisamos do jejum espiritual, de quem não se deixa levar pelo consumismo desenfreado”. Daí que chame a atenção que cada um deve procurar os seu próprio jejum, dando como exemplo o “jejum das redes sociais” que, a ser levado a sério, “torna-nos mais disponíveis para Deus e para os outros”.

Já a partilha, permite-nos abrir os olhos para os que nos são próximos e distantes, para as suas necessidades. Este apelo a que se façam gestos de generosidade é concretizado através da renúncia quaresmal que, por sua vez, por ser uma partilha é, também ela, um gesto de amor. “Vivemos num mundo em que nada se faz sem se avaliar o que se vai ganhar ou vai perder”, alertou, acrescentando que “vivemos tanto de aparências!”.

A coleta da renúncia quaresmal na Diocese será canalizada para a construção de um Lar para idosos – a Casa Betânia – na ilha do Príncipe, diocese de S. Tomé e Príncipe. D. António considera que “é uma necessidade urgente, dada a situação dramática a que ali estão votados os idosos privados de condições mínimas para uma vida com dignidade”. 

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