O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) e a Diocese de Leiria-Fátima assinaram, no passado dia 4 de abril, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Leiria, um protocolo de colaboração que visa a “salvaguarda e valorização do património histórico-cultural material e imaterial”.
O documento aponta “o interesse comum de desenvolvimento e aprofundamento de ações de cooperação em domínio de interesse relacionados com a cultura, ciência, tecnologia preservação e transmissão do património” e indica que deverá ser concretizado “em várias iniciativas e ações concretizáveis”.
O trabalho futuro deverá ser realizado em áreas como a “caracterização, inspeção, modelação, georreferenciação, valorização e reabilitação do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima”, entre outras, possibilitando, também, a realização de teses académicas por parte dos alunos. Ações de divulgação cultural, investigação e criação de documentação técnica estão também contempladas.
Em termos práticos, esta colaboração centra-se na valorização do património cultural da Diocese e concretiza-se na realização de trabalhos técnicos e teses de mestrado; na promoção de ações conjuntas de formação e divulgação e na criação de manuais, documentos, ferramentas e projetos.
O protocolo foi assinado pelo presidente do IPLeiria, Nuno Mangas, em representação daquela instituição de ensino e, a representar a Diocese, pelo diretor do Departamento Diocesano de Património Cultural, Marco Daniel Duarte, que partilhou a sua expetativa para o futuro.
“É com muito agrado que a Diocese constata o interessa das instituições académicas pelo património construído de Leiria-Fátima. Esperamos, agora, que este protocolo seja cumprido de cada vez que seja necessário analisar o estado de conservação dos edifícios para uma reabilitação do património diocesano”.
Para o presidente do IPLeiria trata-se de um protocolo de “grande significado”, que se enquadra no eixo estratégico de ligação à comunidade, que permite a transferência de conhecimento.
“Se podemos colocar as novas tecnologias e o conhecimento ao serviço da conservação, da manutenção e de um melhor conhecimento do património diocesano, há que potenciar as valências nesse sentido. É gratificante saber que, para além do conhecimento que os estudantes vão poder adquirir, ficará também um trabalho que tem utilidade para a comunidade”, disse Nuno Mangas.
A acompanhar a assinatura, e em representação do Bispo, esteve o vigário geral diocesano, padre Jorge Guarda, que lembrou a importância do património eclesial como “testemunho, memória e sinal das vivências, convicções e sensibilidade de pessoas e comunidades crentes” e sublinhou a importância da cooperação que acabava de ser oficializada, enumerando as suas vantagens.
“O estudo e valorização do património da Diocese permite, a quem dele cuida e o quer dar a conhecer, nomeadamente ao Departamento do Património Cultural, maiores possibilidades de frutificar na sua missão para que estes bens se preservem e se tornem acessível a um público maior.”
As conversações para o presente protocolo iniciaram há cerca de um ano, revelou João Veludo, docente do Departamento de Engenharia Civil do IPLeiria e um dos responsáveis pela concretização desta cooperação.
“É uma área de interesse dos docentes e dos alunos. O estudo deste património pode ser muito transversal nas áreas da engenharia. Esperamos que, no futuro, haja trabalhos realizados em conjunto, que sejam do interesse do Departamento de Engenharia Civil e da Diocese”, afirmou o docente.
A gestão do protocolo de cooperação fica assegurada por uma comissão coordenadora, com representantes de ambas as partes, que, sempre que considerar oportuno, poderá solicitar a colaboração de outras instituições que disponham de meios/equipamentos indispensáveis à prossecução de objetivos específicos.