Primeira Comunhão das crianças

O sacramento da Eucaristia, a par do Batismo e da Confirmação, integra os chamados sacramentos de iniciação cristã. Entre nós, o percurso das crianças no conhecimento e na relação pessoal com Jesus leva-as até à “Primeira Comunhão”, o momento festivo em que recebem Jesus pela primeira vez na Eucaristia.

No percurso catequético, este sacramento é proposto às crianças no final do 3.ºano. Esta semana, o PRESENTE foi falar com sacerdotes, catequistas, pais e adultos, que nos falaram da importância e da riqueza desta celebração na caminhada cristã.

 

Já passaram vinte anos desde o dia em que recebeu a Primeira Comunhão, ainda assim, Diana Oliveira recorda a “ansiedade” de um dia que se viria a tornar “especial e de grande alegria”. “Lembro-me que estava impaciente para saber a que sabia a hóstia e no que ia sentir assim que Jesus entrasse no meu coração”, conta. Hoje, enquanto catequista, consegue rever os mesmos sentimentos que experimentou nesse dia, nas crianças que acompanha.

Uma “participação plena na Eucaristia”

Por ser “fonte e cume de toda a vida cristã”, o sacramento da Eucaristia assume uma centralidade em relação aos restantes sacramentos, que a ele se ordenam e estão vinculados, pois é através deste que se realiza “a comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus”, que constitui a Igreja que somos.
Entre nós, designa-se como “Primeira Comunhão” a primeira vez em que o fiel cristão comunga a partícula de hóstia consagrada, que o torna participante do corpo e do sangue de Cristo. Para o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima e membro do Secretariado Nacional de Liturgia, a designação mais adequada seria a de “primeira participação plena da criança na Eucaristia”.
“A designação deste ato como Primeira Comunhão, faz com que toda a ação se centre no elemento comunhão, quando a atenção deve centrar-se no elemento Eucaristia. Aquilo que esta festa põe em destaque é a primeira participação plena na Eucaristia, por isso, a participação também pela comunhão. Assim encarada, sublinha-se muito mais a Eucaristia como elemento da iniciação Cristã e não propriamente a Comunhão. Não é a Comunhão em si, isolada, que é elemento ou Sacramento da iniciação cristã, mas a participação na Eucaristia”, explica o sacerdote.

A caminhada catequética

No modelo atual, o sacramento da Eucaristia é proposto às crianças no final do 3.ºano da catequese. “O que está proposto ao nível de caminhada do catecismo é que a Primeira Comunhão possa acontecer por volta da Páscoa”, refere o padre José Henrique Pedrosa, diretor do Departamento de Educação Cristã na Diocese (DEC). Até essa altura, é oferecida uma caminhada catequética que ajuda a perceber o verdadeiro sentido do sacramento da Eucaristia.
Este é também o culminar da primeira etapa da caminhada catequética, que começa no 1.º ano, no qual se procura uma “inserção plena na comunidade, através da qual as crianças percebem que participam da vida da Igreja a partir da relação com Deus”, explica o sacerdote. “Durante este período, os sacramentos são apresentados como um meio de vivermos a nossa relação com Deus, dentro da comunidade cristã.”
“O 3.º ano, em concreto, está dividido em três blocos, que se inicia com uma abordagem ao sentido do Batismo. No bloco seguinte, que acompanha o tempo Pascal ou da Quaresma, a criança é preparada para receber os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia. No final, é feita uma abordagem aos restantes sacramentos.”

Com a ajuda dos catequistas

Joana Santos foi catequista do grupo do 3.º ano do centro dos Franciscanos, da paróquia de Leiria, que celebrou, no passado dia 26 de abril, a Primeira Comunhão. Na caminhada feita ao longo do ano, a catequista procurou “situar as crianças no percurso de Fé enquanto dimensão necessária ao seu crescimento”, possibilitando um reconhecimento da sua existência como um “dom de Deus e uma missão bela para os irmãos.
“Algumas crianças desfrutaram de modo intenso os conteúdos previstos no percurso de preparação, e viram nesse trajeto uma oportunidade de sentirem com o coração o que as suas palavras já afirmavam saber. Outros viveram também esse momento movidos pela curiosidade, novidade, ou expectativa revelada pelos pais”, conta Joana Santos, que considera “fundamental” que haja um envolvimento dos pais que confirme, pelo exemplo, o valor e a relação que nos une a Jesus Cristo, enquanto cristãos assumidos.
Nesta caminhada, a participação dos pais é um fator importante que é tido em conta, sublinha o padre José Henrique. “O 3.º ano possibilita uma relação muito próxima com os pais, através de várias celebrações, em que estes são convidados a participar e preparar”. Os pais são, também eles, convidados a “revisitar a sua história de fé”.
Sobre a participação da família na caminhada catequética, o diretor do DEC fala de situações de pais que, ao acompanharem os filhos nas celebrações, se reaproximaram e voltaram ao sacramento do perdão.

Os pais também participam

A acompanhar o percurso da filha Mafalda, que este ano se preparou para a Primeira Comunhão naquele centro dos Franciscanos da paróquia de Leiria, estiveram os pais, Dídimo Santos e Cristina Simões. “Num ano em que ela foi convidada a tornar-se mais participativa da vida cristã, procurámos acompanhá-la nos vários encontros de preparação e nas celebrações que decorreram ao longo do ano, participando e dando sempre grande ênfase a esta nova etapa”, refere a mãe.
“Procurei fazê-la ver que é apenas a primeira de muitas comunhões e que, a partir de agora, já participa na íntegra na Eucaristia!”
Para evidenciar a importância da celebração, Cristina e o marido fizeram questão de assinalar o dia com uma festa, para a qual convidaram a família, padrinhos e alguns amigos da Mafalda. “Mandei fazer um bolo alusivo e, em vez de cantarmos os parabéns, cantámos todos o ‘Sou de Cristo, sou Feliz’”, conta.

Cada vez mais presente

Hoje, vinte anos depois, Diana Oliveira continua a celebrar o dia em que recebeu a Primeira Comunhão, “na memória e no coração”. “Aquele dia foi muito importante na minha caminhada porque, apesar das dúvidas que surgiram durante a adolescência e que me fizeram vacilar um pouco, hoje posso dizer que, apesar de nem sempre O ter sentido, Ele nunca me abandonou e que se faz cada vez mais presente na minha vida!” 

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