Preparação para o Pentecostes (II)

Lemos nos Evangelhos como Jesus Cristo nos fala sobre o pecado contra o Espírito Santo e como esse pecado não tem perdão nem agora, nem sempre.
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«Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfémia contra o Espírito Santo» consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se. Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus. Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos. Ora a blasfémia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção. O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida. É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.» (Encíclica DOMINUM ET VIVIFICANTEM do Papa João Paulo II sobre o Espírito Santo (46))

Lemos nos Evangelhos como Jesus Cristo nos fala sobre o pecado contra o Espírito Santo e como esse pecado não tem perdão nem agora, nem sempre.

São João Paulo II explica-nos que pecado é esse nesta passagem da sua Encíclica Dominum et Vivicantem.

É o Espírito Santo que nos dá a consciência do pecado, o reconhecermos o pecado em nós, seja ele qual for do mais “pequeno” ao “maior”.

Mas também nos dá a consciência, mais do que a consciência a certeza na fé, de que o amor de Deus é sempre maior do que o nosso pecado, seja ele qual for, que o Seu perdão é constante perante o nosso arrependimento e propósito de emenda, confessando o nosso pecado.

Mas se recusamos esse amor, se recusamos esse perdão, como pode Deus actuar em nós, Ele que nos criou em inteira liberdade?

Deus nada faz contra a nossa vontade e se a nossa vontade é recusar o Espírito Santo, porque nos dá a consciência do nosso pecado, então fechamos a porta a Deus e Ele nada pode fazer, porque nunca viola a liberdade que nos deu.

A fé, que o Espírito Santo nos dá e faz crescer em nós, depende da nossa vontade de querer acreditar, mais do que querer, a vontade de nos abrirmos inteiramente a Deus para que o Espírito Santo faça a Sua obra em nós.

Se recusamos o Espírito Santo, recusamos também o Pai e o Filho, porque se rejeitamos Um rejeitamos a unidade perfeita que é Deus.

E se rejeitamos o Espírito Santo não temos a consciência do pecado e não tendo a consciência do pecado somos tomados pelo pecado e fechamo-nos nele até à nossa total perdição.

Por isso, agora e sempre, abramo-nos ao Espírito Santo derramado nos nossos corações, para que, guiados por Ele, reconhecendo-nos pecadores, acreditemos sempre que o amor de Deus e o Seu perdão, estão sempre ao nosso alcance, porque «Ele permanece fiel» (2 Tm 2, 13), mesmo na nossa infidelidade.

Vem Espírito Santo, leva-nos à consciência do sermos pecadores e enche-nos do teu amor, para que saibamos sempre reconhecer o nosso pecado, dele nos arrependermos, confessando-o, abrindo-nos ao perdão e à misericórdia de Deus.

Baixamos a cabeça, fechamos os olhos, abrimos os braços, levantamos as mãos para o céu e dentro de nós em surdina vamos repetindo:
Vem Espírito Santo! Vem Espírito Santo! Vem Espírito Santo!

Não sabemos como pedir, como rezar, mas o nosso desejo de receber o Espírito Santo é imenso e Deus lê os nossos corações e sabe das nossas intenções.

Há uma melodia, um qualquer som que não entendemos, mas sai de nós, da nossa boca, quase inaudível, mas repousante, terno, amoroso, que se vai repetindo quase sem darmos conta.

Parece que os limites do local em que estamos se abrem de tal modo que já não são limites, mas apenas um estar, um ser, um pertencer, um receber para dar.

Chega-nos um cântico ao coração e, interiormente, apenas com a voz do amor, vamos cantando:

Vem agora Santo Espírito
vem e habita em todo o meu ser
leva-me ao silêncio
ensina-me a rezar
mostra-me a glória de Deus. (Cântico do Renovamento Carismático Católico)

Lentamente o peso do “nós” em nós vai desaparecendo, e no seu lugar um vazio doce preenchido de amor, vai tomando conta de nós.

Uma leve brisa na face, um calor puro no coração, um frémito que nos percorre, e vamos tomando consciência de que o Espírito Santo nos preenche.

Há uma alegria tranquila que não sabemos explicar, umas lágrimas de amor que rolam nas nossas faces, um sentir tão profundo e intenso de amor, que nos deixamos levar, e assim repousamos no Espírito Santo que se faz vida em nós.

Nem sequer conseguimos pedir nada, mas apenas louvar, dar glória, cantar as maravilhas de Deus, deixando-se encantar.

Queremos ficar naquele momento e não mais o deixar, mas o Espírito Santo sussurra-nos ao coração:

Agora abre os olhos, levanta a cabeça e vai!
Vai levar o amor que te dei aos outros!
Vai testemunhar o amor do Pai, do Filho, do Espírito Santo até onde Eu te levar!

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