Peregrinação diocesana sob o signo da “missão da família”

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Presidida pelo seu Bispo, a diocese de Leiria-Fátima rumou ao “altar do mundo” no passado fim de semana de 21 e 22 de março. Estima-se que a larga maioria dos cerca de 20 mil peregrinos presentes no Santuário de Fátima no domingo tenha vindo das 75 paróquias desta Igreja particular, trazendo como lema comum “Com Maria fortalecer as famílias e apoiar a sua missão”.

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As estradas, num raio máximo de cerca de 40 quilómetros, começaram a receber caminhantes na noite anterior. Pela madrugada, várias centenas foram partindo de suas casas. A maioria, no entanto, usou um transporte rodoviário, seguindo as instruções dos serviços diocesanos, que privilegiam a participação integral no programa do dia à caminhada a pé.

Ao romper da manhã, quatro grandes grupos se formaram nos pontos cardeais, por conjuntos de vigararias, para uma “caminhada sobre a família”. Confluindo para a Capelinha das Aparições, percorreram cinco “estações” com cânticos, silêncios, orações e textos para reflexão sobre a relação da família com a transmissão da fé, a vivência das virtudes humanas e cristãs, a aprendizagem da cidadania e dos valores, a escola e o trabalho. À chegada, rezaram o Rosário em comum, tendo as famílias como principal intenção.

 

“O Matrimónio não está fora de moda”

Podemos dizer que a caminhada e o tema começaram há dois anos, num biénio todo ele dedicado à pastoral familiar, focando este ano em particular a família como “dom e missão”. Isso mesmo frisou D. António Marto na homilia da Missa, celebração central desta peregrinação, depois de manifestar a sua alegria pela presença de tantos diocesanos, sobretudo os mais pequenos “amiguitos e amiguitas” e os jovens, “sinal do rosto jovem desta Igreja e do próprio Deus, sempre novo”

O Bispo diocesano começou por referir que “o Matrimónio é sacramento – sinal – da aliança de comunhão e amor fiel entre Deus e o seu Povo, não apenas uma união de sentimentos, mas algo mais profundo em que Deus se faz presente a consagrar e santificar a união de amor entre os esposos”. Apontando o “medo de compromisso” que revelam tantos jovens de hoje e que tem levado à “moda” das uniões de facto, sublinhou que “o que está em causa é a fé, acreditar ou não que Deus abençoa, está presente e dá a graça para a vida em família”. Por isso, “para o cristão não basta a união de facto, é preciso pôr Deus dentro da relação”, e é uma obrigação anunciar que “o Matrimónio não está fora de moda”.

2015-03-23 peregrina3Num segundo ponto de reflexão, D. António Marto afirmou que “como o grão de trigo tem de ser lançado à terra para frutificar, também as famílias cristãs são destinadas a multiplicar-se em vida”, desde a geração generosa dos filhos à vivência com a família alargada e com os amigos e vizinhos. “É nessa teia de relações que a família oferece sabor, calor e testemunho de fé ao mundo”, uma missão de “anúncio da Boa-Nova familiar” que o seu testemunho “levará mais longe do qualquer discurso dos padres ou bispos”.

Por fim, “tal como Cristo experimentou momentos de sofrimento em gritos e lágrimas e os transformou em oração”, também as famílias cristãs devem “ter consciência das limitações, provações e conflitos e conseguir fazer delas oração, confiando sempre na misericórdia e no amor de Deus para as ultrapassar”, rematou o Bispo diocesano.

 

Outros modos de falar de família

A jornada diocesana continuou pela tarde. Embora sem a imagem de outros tempos, dos grandes almoços partilhados por vigararias, são ainda algumas centenas as pessoas que se espalham pelos parques em ambiente de piquenique. Depois, aproveitam algumas sugestões que decorreram em simultâneo para continuar a celebrar o tema da peregrinação ou da Mensagem de Fátima.

 

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Cerca de meia centena acompanharam a visita guiada por Sónia Vazão, do Departamento do Património Cultural da diocese, à exposição “Neste Vale de Lágrimas”, sobre a aparição de agosto, que está patente no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.

 

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Enquanto isso, dezena e meia de pessoas participavam na conferência sobre “Família, escola de afetos para a vida”, pelo padre salesiano Rui Alberto, no salão João Paulo II, no Centro Pastoral Paulo VI.

 

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Ali ao lado, no salão do Bom Pastor, foram cerca de sete dezenas os que assistiram a um documentário em vídeo, sobre a relação dos vários Papas, desde Bento XV a Bento XVI, com o Santuário e a Mensagem de Fátima.

 

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Bem mais numeroso, cerca de um milhar, foi o público no anfiteatro do Centro Paulo VI, onde os alunos do Colégio de São Miguel, com a participação de alguns colegas do Colégio de Nossa Senhora de Fátima, apresentaram a encenação “Dias não são dias!…”. Conjugando situações da vida real com a Via-Sacra de Jesus, a história mostrou como Deus está sempre presente na vida das pessoas e das famílias, ajudando a resolver e que parece não ter solução.

 

Escuteiros celebram 90 anos

Como habitual, os escuteiros participaram ativamente na peregrinação, este ano com motivo de festa adicional, já que se comemora o 90.º aniversário do CNE na Diocese. As atividades começaram na tarde de sábado, com distribuição das insígnias comemorativas que foram abençoadas pelo Bispo diocesano no final da Missa de domingo, nas mãos de cerca de 1500 escuteiros.

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Envio missionário

Um dos atos que marcou esta peregrinação foi o envio de Diamantino Vieira Narciso, paroquiano dos Parceiros, de 65 anos, para a missão da diocese de Leiria-Fátima no Gungo, Angola.

O momento foi celebrado no final da jornada, antes da consagração final a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições. O Bispo diocesano apontou o exemplo deste voluntário do grupo Ondjoyetu para elogiar os que “são capazes de partir ao serviço dos mais pobres dos pobres, dos que vivem na miséria”. D. António já visitou esta missão pessoalmente e testemunhou como são “necessários e bem recebidos os padres e leigos, que representam para eles a presença fiel de Deus junto do seu povo”. E assegurou ao que parte que “estaremos com ele com o nosso afeto, na oração e no apoio de retaguarda”.

Diamantino Narciso partirá para Angola no dia 26 de março, para uma missão de seis meses.

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