A última peregrinação internacional aniversária, nos dias 12 e 13 de outubro, encerrou o ano jubilar do Centenário das Aparições de Fátima. Foi presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, que apontou a centralidade e atualidade da Mensagem de Fátima no apelo à paz.
LMF, com Santuário de Fátima
O Bispo de Leiria-Fátima encerrou as grandes peregrinações do ano do Centenário, nos dias 12 e 13 de outubro, com a indicação de que a Mensagem de Fátima é uma “promessa consoladora de paz e não de destruição” e recordou as palavras deixadas, no cinquentenário das Aparições, pelo Papa Paulo VI, alertando para a ameaça de uma guerra nuclear “que é tão aguda como então”.
Na homilia da Missa Internacional, concelebrada por 36 bispos e 1070 sacerdotes, participada por dezenas de milhares de peregrinos e transmitida em direto para alguns milhões de pessoas por vários canais de televisão e na internet, D. António Marto lembrou que “persistem as tensões entre as grandes potências, continuam os conflitos configurando uma ‘terceira guerra mundial em episódios’, alastra o terrorismo e a ameaça nuclear”. É para este mundo que Fátima representa “uma mensagem profética de esperança e não um segredo intimidatório, de medo; uma palavra de bênção e não de maldição; uma promessa consoladora de paz e não de destruição”.
Considerando que “a paz é um tema central da Mensagem”, o Bispo diocesano remeteu para o pedido de Nossa Senhora, de oração diária do Terço por esta intenção, que levará ao “compromisso ativo pela paz”. Apontando a atual “indiferença religiosa, uma espécie de eclipse, ocultamento cultural de Deus”, afirmou que “Maria convida-nos hoje a descobrir o gosto e o encanto de Deus e da sua beleza, a proclamar como Deus é grande”.
D. António Marto citou ainda os vários Papas que passaram por Fátima ao longo dos anos, terminando com o Papa Francisco e a sua expressão “Temos Mãe!”. “Eu permito-me acrescentar: sim, temos mãe de ternura e de misericórdia, solícita e defensora dos pobres, dos que sofrem, dos humildes e humilhados, dos oprimidos, dos sós, dos abandonados e descartados pela cultura da indiferença”, disse o Bispo de Leiria-Fátima.
Papa pede aos peregrinos: “Nunca deixeis o Rosário”
No final da celebração eucarística de 13 de outubro, foi emitida uma mensagem de vídeo do Papa Francisco, que quis assim associar-se aos peregrinos presentes no encerramento do centenário das Aparições.
Após a sua “bênção” e “saudação”, o Papa disse trazer ainda no “coração a memória da viagem e as bênçãos que a Virgem me quis dar e dar à Igreja”, aquando da sua presença em Fátima, a 13 de maio deste ano. “Nunca tenhais medo, Deus é muito melhor do que todas as nossas misérias; e gosta muito de nós. Ide em frente. E nunca vos afasteis da Mãe. Como uma criança que está junto a sua mãe e se sente segura, assim também nós ao lado da Virgem nos sentimos muito seguros. Ela é a nossa garantia.”, disse o Papa, terminando com o conselho: “Nunca deixeis o Rosário, rezai o Rosário, como Ela o pediu”.
Presidente da República no encerramento
A sessão solene de encerramento das celebrações do Centenário, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na noite de 13 de outubro, contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre os cerca de 400 convidados. No exterior, mais alguns milhares de peregrinos puderam acompanhar, através de ecrãs televisivos.
O Bispo de Leiria-Fátima abriu a sessão com a referência ao Centenário como momento “histórico e único para Fátima, para a Igreja e para Portugal”, um “itinerário de festa” para públicos variados e um momento de ação de graças por Fátima “se ter espalhado pelo mundo inteiro deixando um rasto de luz e de esperança”. Nessa linha, Fátima é um espaço de acolhimento incondicional de todos os homens e um oásis espiritual “onde as pessoas encontram a frescura capaz de regenerar a alma e a fé”, referiu D. António Marto.
Também Marcelo Rebelo de Sousa destacou Fátima como “lugar de projeção de Portugal” no mundo e afirmou que “é em nome de Portugal, de todo o Portugal, de todos os portugueses, de todos os crentes e não-crentes, católicos, cristãos e não-cristãos, de todos eles, que aqui está o Presidente da República, cumprindo uma missão nacional”. Disse ainda que “a mensagem de Fátima, a mensagem da paz, a mensagem da fraternidade, a mensagem da solidariedade, a mensagem da humanidade, a mensagem do amor em todas as suas dimensões possa inspirar-nos a todos, possa inspirar a sociedade portuguesa, possa inspirar a humanidade, no presente e no futuro”. Isto porque, “é uma mensagem que, mesmo quando virada para o Alto, olha para cada um dos seres humanos e apela à paz, à fraternidade, à solidariedade, à atenção relativamente aos que mais sofrem, aos que mais necessitam, àqueles que tantas vezes se encontram nas periferias de que tantos outros tão depressa se esqueçam”.
A sessão terminou com o concerto da Orquestra e Coro Gulbenkian, dirigidos por Joana Carneiro. A primeira parte do programa integrou a estreia absoluta das obras ‘Salve Regina’ e ‘The Sun Danced’, de Eurico Carrapatoso e James MacMillan.
Projeção audiovisual “Fátima – Tempo de Luz”
Mais de 300 mil pessoas assistiram à projeção multimedia “Fátima-Tempo de Luz”, apresentada por quatro vezes nos dias 12 a 14 de outubro, na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário. O espetáculo, que descreveu os marcos espirituais e históricos mais importantes da história do acontecimento e da Mensagem de Fátima, foi também visto e comentado por milhares de pessoas nas redes sociais.