Paróquias da vigararia de Ourém vêem as unidades pastorais como um caminho necessário

No dia 24 de abril, no centro pastoral de Nossa Senhora da Piedade, Ourém, representantes das catorze paróquias que integram a vigararia de Ourém, reuniram-se em assembleia vicarial.
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No dia 24 de abril, no centro pastoral de Nossa Senhora da Piedade, Ourém, representantes das catorze paróquias que integram a vigararia de Ourém, reuniram-se em assembleia vicarial para partilhar o resultado da reflexão feita nas paróquias sobre a conversão pastoral da diocese e a sua reestruturação em Unidades Pastorais. Participaram cerca de 150 pessoas. Presidiu à assembleia o Bispo diocesano, D. José Ornelas.

O encontro começou com um momento de oração. Foi a expressão e o louvor da assembleia que se reconhece ser Igreja, pelo dom do Batismo, uma Igreja que caminha e busca caminhos de renovação para que, guiada pelo Espírito que a anima, seja resposta adequada aos desafios dos novos tempos.

Depois da oração, os delegados das três zonas em que tinha sido dividida a vigararia apresentaram a síntese da reflexão que tinha sido feita em cada uma das paróquias a partir das questões que atempadamente tinham sido enviadas para debate e discernimento pastoral.

“O que é que Deus hoje nos está a pedir”

À questão de fundo “o que é que Deus hoje nos está a pedir?”, surgiram como respostas: a capacidade de acolher a realidade dos novos tempos, com a sua projeção na diminuição da prática religiosa, na ausência dos jovens, na “fé morna” de quem se limita a assistir a eventos e não se compromete; a necessidade de conversão do coração para poder assumir a sinodalidade como dinamismo intrínseco à missão da Igreja; a disponibilidade e o compromisso dos leigos para servir esta Igreja que se quer cada vez mais missionária e não demissionária.

“Qual deverá ser o nosso primeiro passo?

Sobre a questão “Qual deverá ser o nosso primeiro passo para podermos concretizar as Unidades Pastorais como oportunidade para nos tornarmos mais e melhor Igreja?, vieram ao de cima as seguintes ideias: É necessário informar e formar as comunidades; não excluir, mas antes incluir; reformular as funções dos leigos na igreja; encontrar pessoas disponíveis para assumir o diaconado permanente; criar nos cristãos a necessidade de formação teológica e doutrinal; organizar mais debates e fazer maior divulgação desta iniciativa em toda a diocese; preparar as comunidades e sensibilizá-las para a necessidade de unir esforços, em ordem ao estabelecimento de parcerias e à organização do trabalho em rede.

“Com que paróquias se poderia criar uma Unidade Pastoral?”

Outra questão já com implicações práticas na reestruturação da diocese era a de saber “com que paróquias se poderia criar uma Unidade Pastoral”. Nas respostas apresentadas deu para perceber que, de um modo geral, sejam criadas nesta vigararia três Unidades Pastorais: Freixianda, Formigais, Ribeira do Fárrio, Rio de Couros e Casal dos Bernardos; Caxarias, Urqueira, Olival, Gondemaria e Cercal; Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Misericórdias, Seiça e Alburitel. Em relação à Gondemaria há quem a veja mais ligada a Ourém. Também não há unanimidade em relação ao Cercal, até porque formalmente pertence a outra vigararia.

“Que abertura e que dificuldades para acolher esta proposta?”

Acerca da “abertura e dificuldades para acolher esta proposta de conversão pastoral”, foi sublinhado que vai havendo alguma abertura, numas paróquias mais do que noutras, pois trata-se de um caminho necessário, não só pela emergência da realidade em que vivemos, mas sobretudo por ser o que a Igreja hoje é chamada a se tornar. Mas também foi sublinhado que há alguma resistência e até ceticismo da parte de alguns padres e de muitos leigos. Há muita dificuldade em mudar hábitos, em aceitar a supressão da celebração da eucaristia nas igrejas não paroquiais, em eliminar alguns centros de catequese, em entender a nova rotina da paróquia no que toca aos horários para celebração de casamentos, batizados, funerais… dificuldades nos setores da administração dos bens, do trabalho em rede e outras que só a prática ditará.

Finda esta apresentação das sínteses de cada zona da vigararia, foi dada aos participantes a oportunidade de intervir livremente. Foram vários os que o fizeram. Deu para perceber que há quem se sinta Igreja, esteja envolvido e comprometido na sua renovação, mas também há quem esteja ainda muito fechado e avesso a qualquer tipo de renovação ou alteração, sobretudo se isso implicar a perda de estatuto das comunidades ou ferir bairrismos excessivos.

Foi a vez do Bispo diocesano usar da palavra

Terminadas todas as apresentações, foi a vez do bispo diocesano, D. José Ornelas, usar da palavra. A partir de tudo o que ouviu, valendo-se da sua experiência de religioso, missionário e agora Bispo, explicou à assembleia o que é ser Igreja e como cada batizado se deve sentir nela e nela desempenhar a sua missão. Insistiu muito na abertura da Igreja a todos, na necessidade de conversão da mente e do coração a Jesus Cristo, na abertura ao dom do Espírito que atua em todos, na sinodalidade como caminho de renovação, na capacidade de escuta tão essencial ao discernimento. Por fim, incentivou a assembleia a prosseguir, buscando sempre caminhos de renovação para sermos hoje a Igreja que Deus quer que sejamos.

A assembleia vicarial terminou com um momento breve de oração, ao qual se seguiu algum tempo de convívio. Foi um serão bem participado, enriquecido pela partilha daquele que é o sentir das várias paróquias relativamente a este processo de conversão e reestruturação pastoral da Diocese.

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