Em linha com decisões proferidas hoje pelo Bispo da nossa Diocese, e outras decisões produzidas pelos padres da Vigararia de Leiria, publica-se o seguinte:
Como cristãos, neste momento que vivemos, sentimos uma responsabilidade cívica acrescida de velar, não só por cada um de nós, mas, sobretudo, pelos mais frágeis e vulneráveis e de os proteger.
Esta consciência leva-nos a enfrentar a atual crise de pandemia com um espírito de autêntica caridade cristã e uma maior disponibilidade para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Nesse sentido, seguiremos com todo o rigor as indicações que vão sendo emanadas pelas autoridades de saúde. Em certos casos, pela consciência já referida, acreditamos que temos o dever moral de ir um pouco mais longe, desde que tal não traga consequências indesejadas mais graves.
Assim, tendo em conta o comunicado do Bispo diocesano hoje publicado, tendo em vista a sua aplicação e outras medidas que consideramos necessárias devido às particularidades das nossas comunidades e ao contexto citadino em que se inserem, expomos o que se segue:
Celebrações da Eucaristia e distribuição da comunhão
Até indicações contrárias, manteremos as celebrações da eucaristia nos horários habituais. A igreja matriz dos Pousos apenas será usada para oração individual. Na chegada às celebrações, durante as mesmas e no seu termo, os fiéis acomodam-se mantendo distância entre si (nunca inferior a 1,5 metros.
Como referem as normas emanadas pelo Bispo diocesano, os Sacerdotes e os Ministros Extraordinários da Comunhão desinfetarão as mãos imediatamente antes e depois da distribuição da Sagrada Comunhão. Enquanto durar a presente pandemia, a Sagrada Comunhão só pode ser recebida na mão. Convém recordar, que, receber a Sagrada Comunhão na mão, desde que feito com a necessária reverência e delicadeza, não é menos digno que recebê-la na boca.
A animação musical não será levada a cabo pelos coros, que cessarão os seus ensaios, mas por solistas.
As pessoas mais vulneráveis a doenças ou mais fragilizadas pela idade, devem proteger-se e, abster-se de participar nas celebrações. Nesse caso, mesmo que tal não tenha o mesmo valor e em circunstâncias normais não substitua a participação na eucaristia, são convidadas a acompanhar as celebrações transmitidas pelos meios de comunicação social. Esse será o seu modo de se unir ao Senhor e ser fiéis a Ele.
Sacramento da Reconciliação (confissão)
O Sacramento da Reconciliação (confissão) será administrado a quem o desejar, nos horários habituais, na Sé ou no Convento de São Francisco, pois ambas as igrejas dispõem de condições que podem atenuar a transmissão de vírus nesse momento tão delicado. Mesmo com essas condições, não deixa de ser um espaço de risco. Por isso, recomenda-se, sempre que espiritualmente for possível, que cada pessoa faça o seu exame de consciência e se arrependa diante de Deus, e que recorra a este sacramento assim que a situação normalizar.
As habituais celebrações comunitárias da reconciliação antes da Páscoa não se realizarão.
Celebração das exéquias
As celebrações das exéquias (funerais) mantêm-se como habitual. No entanto, alerta-se que estes momentos são sempre caraterizados por maior risco de contágio, nomeadamente o tempo e local de velório. Também nestes casos, se devem seguir as orientações das autoridades de saúde e adequar os comportamentos com vista a uma maior moderação nas expressões de proximidade.
Catequese e outras reuniões pastorais ou administrativas
Tendo em conta as limitações dos espaços de que dispomos, propensos a maiores contágios, e sendo difícil implementar medidas suplementares de proteção, a catequese de crianças e jovens, e todas as atividades a ela associadas, estão suspensa até indicações em contrário.
O mesmo sucede com todas as outras reuniões e encontros previstos, quer promovidos pela paróquia, quer por Movimentos e Associações de Fiéis.
Em relação às festas da catequese previstas para os meses de abril e maio, oportunamente serão dadas indicações.
Visitas aos doentes
As visitas aos doentes decorrerão cumprindo as normas indicadas pelo Bispo diocesano. Os Ministros da Eucaristia não administram a comunhão, neste período, nem visitam os doentes.
Escutismo
O Agrupamento 877 já publicou indicações internas, em linha com estas.
“24 horas para o Senhor”
Até eventuais indicações em contrário, a iniciativa “24 horas para o Senhor” será realizada sem programa de grupo; permite-se a adoração individual, mediante inscrição prévia (e sujeito a isso), e com número limitado de participantes em cada hora.
Conclusão
Todas estas orientações podem ser alteradas a qualquer momento, por indicação das autoridades de saúde ou diocesanas, ou por nova avaliação da situação local.
Esta situação causa-nos transtornos a todos e alterações de hábitos e planos. Na serenidade, à qual temos sido convidados insistentemente, queremos viver estas limitações e alterações num espírito de verdadeira quaresma. É outro modo de viver o ‘deserto’ a que nos convida a quaresma.
Pode ser também ocasião para aprofundarmos a oração pessoal e familiar, numa vivência mais interior e profunda.
Não deixemos de viver neste espírito verdadeiramente cristão e solidário, pedindo ao Senhor que seja a nossa força neste momento mais difícil.
Rezemos por todos os que se dedicam aos cuidados de saúde, pelos que possam estar a sofrer mais ou vir a ser vítimas deste vírus e de outras doenças, pelos que sentem medo e também pelos que têm maior dificuldade em reconhecer a necessidade destas medidas agora apresentadas e de outras que venham a ser implementadas.
Continuação de uma Santa e verdadeira Quaresma!
Pousos, 12 de março de 2020
Pe. Luís Manuel Morouço Almeida Ferreira, pároco