Papa Francisco vem a Fátima no dia 5 de agosto

É a primeira vez que um Papa se desloca à Cova da Iria fora de uma peregrinação internacional aniversária de maio.


O Bispo de Leiria-Fátima e o Reitor do Santuário acolhem “com alegria” o regresso do Papa Francisco à Cova da Iria a 5 de agosto, no âmbito da sua deslocação a Portugal, para participar na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.

“Temos a alegria de vos comunicar que teremos o Papa entre nós aqui em Fátima a 5 de agosto. Como me disse pessoalmente vem para rezar à Senhora de Fátima. Disse-me, aliás, que já é tradição que numa Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Santo Padre vá rezar num santuário dedicado a Nossa Senhora, que seja particularmente simbólico para o lugar onde se realizam as jornadas”, afirma o bispo da diocese de Leiria-Fátima, D. José Ornelas Carvalho, numa declaração em vídeo à Sala de Imprensa do Santuário, depois da santa Sé ter anunciado esta segunda-feira o programa da visita do Santo Padre a Portugal no âmbito da JMJ, que se realiza de 1 a 6 de agosto na capital portuguesa.

“Entre nós virá para rezar e rezar connosco. O motivo da sua vinda é a oração” diz o prelado lembrando que embora “o tempo não seja longo” e o motivo da sua deslocação a Portugal seja a Jornada Mundial da Juventude, “vamos aproveitar a oração com o Papa para rezarmos em Fátima pela JMJ, pelos jovens e pela paz, os temas que rezamos habitualmente aqui no Santuário”.

“Rezá-los com o Papa presente terá outro significado e será muito mais emotivo para todos os que aqui vierem”, conclui.

Também o reitor do Santuário de Fátima sublinha a “grande alegria” que é acolher Francisco de novo neste lugar das aparições de Nossa Senhora a três crianças, duas delas canonizadas pelo papa em 2017.

“É para nós uma grande alegria poder acolher de novo o Papa Francisco aqui no Santuário de Fátima”, afirma o padre Carlos Cabecinhas num vídeo gravado pela Sala de Imprensa.

“Todos sabemos o quanto a mensagem de Fátima está ligada ao Papa e à oração pelo Papa. Por isso, poder acolhê-lo de novo, para rezar com ele e por ele é para nós motivo de grande contentamento e, por isso, é essa alegria que expressamos”, refere o responsável pelo Santuário.

“Esperamos que todos os peregrinos que aqui estarão para o acolher também vivam aqui essa grande alegria de estar de novo com o Papa”, diz o sacerdote.

A chegada a Lisboa está prevista para o dia 2 de agosto e o seu regresso a Roma ocorrerá a dia 6 de agosto.

“Por vontade expressa do Papa Francisco, no programa oficial da visita constará ainda uma deslocação a Fátima, que decorrerá a 5 de agosto”, refere o comunicado da Sala Stampa.

Francisco esteve em Fátima a 12 e 13 de maio de 2017 por ocasião do Centenário das Aparições.

“Com Maria, peregrino na esperança e na paz”: assim reza o lema desta nossa peregrinação, sendo todo ele um programa de conversão. Para esse momento abençoado que culmina um centenário de momentos abençoados, alegra-me saber que vos estais a preparar com intensa oração. Esta alarga o nosso coração e prepara-o para receber os dons de Deus. Agradeço-vos as orações e sacrifícios que diariamente ofereceis por mim e de que muito preciso(…) A oração ilumina os meus olhos para saber olhar os outros como Deus os vê, para amar os outros como Ele os ama”, dizia o papa Francisco numa mensagem enviada aos peregrinos de Fátima a 10 de maio de 2017, véspera da sua chegada, entusiasmando-os para o encontro.

Já na Cova da Iria, na saudação introdutória à Vigília mariana, a 12 de maio de 2017, o Papa que logo que foi eleito pediu ao então cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para consagrar o seu Pontificado a Nossa Senhora de Fátima, afirmou: “sempre que rezamos o terço, neste lugar bendito como em qualquer outro lugar, o Evangelho retoma o seu caminha vida de cada um, das famílias, dos povos e do mundo(…) Possamos com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus, que perdoa sempre, perdoa tudo”.

O Papa chegou ao final da tarde de dia 12 e esteve oito minutos em silêncio, rezando diante da Imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, onde foi acompanhado por crianças dos colégios de Fátima. Os mais frágeis, os excluídos e as periferiais existenciais estão sempre na primeira linha da atenção do Papa.

É a primeira vez que um Papa se desloca à Cova da Iria fora de uma peregrinação internacional aniversária de maio.

O primeiro a deslocar-se a Fátima, até com alguma resistência do Vaticano e das autoridades portuguesas, foi Paulo VI em 1967; João Paulo II, promotor da Jornada Mundial da Juventude, deslocou-se a Fátima como peregrino três vezes, a primeira das quais em 1982, um ano depois do atentado que sofreu na praça de São Pedro e que quase lhe roubou a vida. O papa polaco entendeu a sua salvação como um milagre e no ano seguinte ao atentado veio agradecer a Nossa Senhora de Fátima. Regressaria à Cova da Iria em 1991 e depois em 2000, por ocasião da beatificação de Francisco e Jacinta Marto. Em 2010 deslocou-se a Fátima bento XVI, inaugurando o ciclo comemorativo do Centenário das Aparições.

Francisco esteve na Cova da Iria em maio de 2017.

A história da mensagem de Fátima está intimamente ligada ao Papa, nomeadamente na terceira parte do Segredo, quando se fala do “bispo vestido de branco”.

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