Diz-nos o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente e do Idoso/2023 que “ (…) a doença faz parte da nossa experiência humana, podendo tornar-se desumana, se for vivida no isolamento e no abandono, se não for acompanhada pelo desvelo e a compaixão. Ao caminhar juntos, é normal que alguém se sinta mal, tenha de parar pelo cansaço ou por qualquer percalço no percurso”. É nesses momentos que descobrimos quem caminha connosco caminhando juntos.
O Santo Padre alerta para a necessidade de combater a condição de solidão e de abandono, considerando que se trata de uma atrocidade que pode ser superada antes de qualquer outra injustiça, porque para a eliminar basta um momento de atenção, o movimento interior da compaixão. Aceitar a doença, o avanço da idade, o reconhecimento da fragilidade humana assusta-nos. Numa sociedade onde se descarta “o que não rende” não há espaço para a vulnerabilidade…para a fragilidade. “Então pode acontecer que os outros nos abandonem, ou nos pareça que devemos abandoná-los a fim de não nos sentirem como um peso para eles. Começa assim a solidão, e envenena-nos a sensação amarga duma injustiça, devido à qual até o Céu parece fechar-se-nos. Na realidade, sentimos dificuldade em permanecer em paz com Deus, quando se arruína a relação com os outros e connosco próprios”, diz-nos o Papa Francisco. Impõe-se o Cuidar…o estar perto, o ser fraterno, ser reconhecido e grato… como nos lembra a Profecia de Ezequiel, «Vós bebestes o leite, vestistes-vos com a sua lã, matastes as reses mais gordas e não apascentastes as ovelhas. Não tratastes das que eram fracas, não cuidastes da que estava doente, não curastes a que estava ferida; não reconduzistes a transviada; não procurastes a que se tinha perdido, mas a todas tratastes com violência e dureza» (34, 3-4).
Precisamos de Agradecer, Cuidar e ser Cuidados para que saibamos aceitar a doença e a velhice com alegria, com respeito pelo caminho percorrido e “sem vontade de voltar para trás” como nos disse o Padre Augusto Gonçalves. Viver cumprindo e aceitando os Mandamentos como se de sinais de transito se tratassem na nossa vida de respeito pelo que Deus espera de cada um de nós.
Neste dia 11 de fevereiro, voltámos à Sé onde acolhemos pessoas, algumas com uma longa história, outras com o peso da doença… acolhemos alegremente, cerca de 100 pessoas entre doentes, idosos, familiares, cuidadores, voluntários e amigos e vivemos uma celebração de acolhimento, de afetos, …pedido ajuda a Deus através do Sacramento da Unção dos Doentes, força para nos sentirmos mais fortes e mais capazes de aceitar a vida que Deus nos oferece em cada dia. Sentimo-nos unidos e aproveitamos para agradecer ao Padre Augusto pela alegria contagiante que coloca no serviço aos outros…
Saímos mais ricos e mais felizes… e que todos saibamos responder ao que esperam de nós enquanto Igreja que caminha e acolhe…saibamos responder ao apelo do Samaritano ao Estalajadeiro:
«Trata bem dele!» (Lc 10, 35)!
… e que Jesus repete a cada um de nós… «Vai e faz tu também o mesmo»!