Marinha Grande: primeiro encontro de divorciados e recasados

O salão paroquial da Marinha Grande acolheu cristãos que, em situação irregular, quiseram dar o seu testemunho e partilhar as suas angústias. Pretende-se que o grupo, que agora está a dar os seus primeiros passos, ganhe coesão.

E possa ser um contributo para aliviar a dor e tristezas que estas pessoas sentem por obediência, privando-se de momentos importantes na vivência cristã.

Casou-se, depois divorciou-se e passou a viver maritalmente. Recorreu ao Tribunal Eclesiástico e pediu a nulidade do seu casamento. Passados oito anos, foi-lhe reconhecida e, finalmente, pôde voltar a casar. Teve filhos e batizou-os. Hoje está, aos olhos da doutrina cristã, em situação regular e pode finalmente viver em sintonia com a educação que os pais lhe deram.

Esta é a história de Joaquim Mexia Alves, paroquiano da Marinha Grande, que, por ter experimentado as dificuldades inerentes à sua antiga situação de irregularidade, decidiu promover, com o padre Armindo Ferreira, os encontros para divorciados e recasados.

A iniciativa é inédita na diocese de Leiria-Fátima. A primeira sessão decorreu no passado dia 21 de fevereiro, no salão paroquial. Ao longo de quase duas horas, 25 pessoas, de várias paróquias, deram o seu testemunho e partilharam experiências.

Ali se falou da dor de não poder comungar, da tristeza de não ser absolvido, da sensação de ser apontado e discriminado pela comunidade. Falou-se da importância da comunhão espiritual e da capacidade de viver da melhor forma a doutrina cristã. Comentaram-se episódios extremos e divergências de critérios entre sacerdotes. Ouviram-se desabafos e deram-se esclarecimentos. Falou-se das dificuldades de conseguir a declaração de nulidade do Matrimónio (processo que na diocese de Leiria-Fátima pode já decorrer num espaço de dois anos).

É que, afinal, “fazemos parte da Igreja e a Igreja faz parte de nós”. É preciso saber como ultrapassar os constrangimentos que a doutrina cristã impõe e aos quais o cristão deve obediência.

Para o padre Armindo Ferreira, pároco da Marinha Grande, esta iniciativa reveste-se de grande importância, porque “a Igreja não vira as costas a ninguém” e é preciso que “ninguém se sinta rejeitado pela Igreja”. Reconhecendo que “nunca é de ânimo leve que se opta pelo divórcio”, o sacerdote espera que estes encontros sejam uma ajuda real para “os cristãos que se encontrem em situação irregular”. É importante que percebam “que a Igreja não exclui ninguém, a comunidade cristã é que muitas vezes o faz e, em muitos casos, são os próprios casais que se sentem pouco à-vontade na sua comunidade”.

A intenção é tornar estas reuniões em momentos íntimos, onde os participantes se sintam capazes de contribuir para que cada um possa superar as suas angústias. A ideia é que o grupo se vá tornando cada vez mais coeso e consiga refletir por si e acabar por ser um espaço de acolhimento e oração. Estão previstas presenças de várias entidades que poderão ajudar na reflexão e dar esclarecimentos sobre diversos aspetos inerentes à espiritualidade dos divorciados e recasados.

O serão terminou na igreja paroquial, com um momento de adoração ao Santíssimo. A próxima reunião ficou agendada para dia 21 de março, às 21h00, no salão paroquial da Marinha Grande.

 

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