As obras do amor
Por Ana e Nuno Gordalina
Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
- Cântico (à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
Senhor Jesus,
ajuda-nos a escutar a Tua Palavra,
e a acolhê-la no nosso coração.
Faz-nos conhecer a Tua vontade
e seguir os Teus ensinamentos
para que, saboreando já a beleza do amor,
possamos alcançar a plenitude da vida eterna.
- Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura do Evangelho segundo São Mateus (25, 31-46)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 31«Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória. 32Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.
34O Rei dirá, então, aos da sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. 35Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, 36estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’
37Então, os justos vão responder-lhe: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? 38Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? 39E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ 40E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’
41Em seguida dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! 42Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, 43era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ 44Por sua vez, eles perguntarão: ‘Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ 45Ele responderá, então: ‘Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
46Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.»
Palavra da Salvação.
- Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
Por volta dos anos 80, Mateus escreve o seu evangelho a uma comunidade a quem era urgente reavivar a fé. O entusiasmo inicial pela vinda iminente de Jesus para instaurar o Reino definitivo já passara e muitos cristãos estão desinteressados e acomodados. A fé é vivida de forma rotineira, morna, pouco exigente e pouco comprometida. Alguns, diante das dificuldades, deixam a comunidade e renunciam ao Evangelho.
O texto do juízo final é a conclusão das três parábolas precedentes: a do mordomo fiel e do infiel, a das jovens previdentes e das descuidadas e a dos talentos. Em todas elas, Mateus apresenta dois grupos de pessoas com comportamentos diversos, enquanto esperavam a vinda do Senhor Jesus. Esta última mostra qual será o fim tanto de uns como de outros: o daqueles que se mantiveram fiéis e vigilantes no cumprimento dos mandamentos do Senhor e o daqueles que não quiseram ou foram capazes de o fazer, conduzindo a vida de acordo com outros interesses e preocupações.
O texto de Mateus está na linha da tradição apocalíptica bíblica e judaica. Trata-se de uma revelação relativa às coisas últimas, ao juízo universal. Nela aparece o “Filho do Homem”, figura simultaneamente humana e celeste que tem um papel fundamental na instauração do Reino de Deus e na recondução dos eleitos para Deus. Jesus identifica-se com esta personagem gloriosa. Ele virá encerrar a história e assumir a realeza que foi escondida no tempo.
A questão decisiva parece ser, na perspetiva de Mateus, a atitude de amor ou de indiferença para com os irmãos mais pequeninos de Jesus, que se encontram em situações dramáticas de necessidade – com fome, sede, como peregrinos, sem ter que vestir, os doentes, os presos… Jesus identifica-Se com os pequenos, os pobres, os débeis, os marginalizados. Manifestar amor e solidariedade para com os necessitados é fazê-lo ao próprio Jesus; e agir com egoísmo e indiferença para com eles é fazê-lo ao próprio Jesus.
- Meditação Pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes».
Este é o amor pelo próximo, que cada um deve manifestar, sabendo que qualquer obra de caridade que fazemos é ao próprio Cristo que a fazemos, que Ele está no necessitado e sussurra-nos: “Sou eu mesmo que estava com fome, que tinha sede, que estava só em terras estranhas, que precisava de roupa, que estava na prisão e no hospital”.
- Sou capaz de ver Jesus no próximo: no que tem fome ou passa sede, no estrangeiro, preso ou doente? Consigo olhar a vida com os olhos de Deus?
«‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? (…) E responderão também eles (os malditos): Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?»
Percebemos que tanto “os justos” como “os malditos” escutaram as mesmas palavras do Senhor e passaram por idênticas situações existenciais: pobreza, fome, sede, etc. e ambos se dirigem a Deus com as mesmas palavras: «Senhor …quando?». O que então distingue uns dos outros é o que fizeram ou deixaram de fazer, se cuidaram ou não dos seus irmãos. Já não é suficiente não fazer o mal. É preciso fazer o bem!
- E eu, será que tenho estado atento às necessidades do próximo? O que tenho feito pelas pessoas necessitadas, desprovidas, marginalizadas? Vivo para as obras de amor ou fechado em mim mesmo no egoísmo?
«Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.»
O critério de Deus é o amor concretizado em ações. Aqueles que não seguiram os seus ensinamentos e desprezaram os pobres, doentes, nus…, estarão destinados a viver longe de Deus e do Seu Amor. Aqueles, porém, que deram atenção às necessidades do seu próximo receberão a herança dos justos. Esta é uma vida eternamente perto de Deus, no paraíso, para o qual fomos criados. Obter a vida eterna é viver plenamente na perfeição da santidade.
- E eu, estou disposto a percorrer o caminho da santidade, praticando as obras do amor? Que atitudes quero assumir na minha vida? E na minha comunidade?
- Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
- Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita.
Posso também fazer a oração proposta para este triénio pastoral ou a que se segue:
Ó Jesus, Divino Modelo da Caridade,
dá-nos aqueles puros sentimentos de amor ao próximo,
de que nos deixaste tão admiráveis exemplos.
Faz com que aprendamos a reconhecer-Te nos mais pequeninos,
a fim de que nos comprometamos com o bem
e sejamos vigilantes na oração e no amor.
Dá-nos a dimensão da Tua divina caridade,
e, que no dia do Juízo Final,
possas reconhecer-nos como servos bons e fiéis,
à Tua semelhança. Ámen.
- Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor? –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal.
Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa:
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a sua vida no dia-a-dia.
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