(Tema 5 do retiro popular: 5º domingo da quaresma)
DEDICAÇÃO E ENTREGA NO AMOR
Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
1.1. Cântico
(à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
Senhor Jesus,
és fonte de amor.
A Tua palavra alegra a minha vida.
Tu me chamas,
e eu respondo sem temor.
Na Eucaristia encontro a força
para viver e falar aos meus irmãos,
com alegria e verdade.
Sê caminheiro comigo nas dificuldades
e ajuda-me a construir comunidade,
onde não falte a caridade.
Ámen.
2. Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses (2, 1-13)
Irmãos, vós próprios bem sabeis que não foi vã
a nossa estadia entre vós;
mas, tendo sofrido e sido insultados em Filipos, como sabeis,
sentimo-nos encorajados no nosso Deus
a anunciar-vos o Evangelho de Deus no meio de grande luta.
É que a nossa exortação não se inspirava
nem no erro, nem na má fé, nem no engano.
Como fomos postos à prova por Deus
para nos ser confiado o Evangelho,
assim falamos, não para agradar aos homens, mas a Deus,
que põe à prova os nossos corações.
Por isso, nunca nos apresentámos
com palavras de adulação, como sabeis,
nem com pretextos de ambição. Deus é testemunha.
Nem procurámos glória da parte dos homens,
nem de vós, nem de outros.
Quando nos poderíamos impor como apóstolos de Cristo,
fomos, antes, afetuosos no meio de vós,
como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta.
Tanta afeição sentíamos por vós,
que desejávamos ardentemente partilhar convosco
não só o Evangelho de Deus,
mas a própria vida, tão queridos nos éreis.
Na verdade, irmãos, recordais-vos dos nossos esforços
e das nossas canseiras:
trabalhando noite e dia para não sermos um peso a nenhum de vós,
anunciámo-vos o Evangelho de Deus.
Vós sois testemunhas, e Deus também,
de como nos comportámos de modo reto,
justo e irrepreensível para convosco, os que acreditastes.
Sabeis que, tal como um pai trata cada um dos seus filhos,
também a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos
a caminhar de maneira digna de Deus,
que vos chama ao seu reino e à sua glória.
Por isso, damos continuamente graças a Deus,
porque, tendo recebido a palavra de Deus, que nós vos anunciámos,
vós a acolhestes não como palavra de homens,
mas como ela é verdadeiramente, palavra de Deus,
a qual também atua em vós que acreditais.
Palavra do Senhor
2.2. Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
São Paulo apresenta-se a si próprio como exemplo da dedicação ao Corpo de Cristo, que é a Igreja. Para nós, ele é um exemplo claro dessa dedicação, que deve ser atualizada e concretizada na vida de cada cristão. São importantes as referências que ele faz às lutas e às dificuldades, e como reage diante das mesmas.
Também aparece o elemento da liberdade interior relativamente às apreciações dos outros e à glória que deles possa provir. Essa liberdade permite uma atitude humilde, sem autoritarismos nem valorizações humanas de qualquer espécie. Esse modo de estar e de agir é descrito com as imagens da maternidade e da paternidade, que passa pelo dom da própria vida em função do bem dos outros. Esse bem requer do Apóstolo, e de cada crente, posturas diferentes (exortar, encorajar, advertir…) consoante for necessário para o bem dos outros. Agindo desse modo, a vida e o serviço de cada crente permite que a Palavra de Deus possa chegar aos outros.
São Paulo mostra como fazer da própria vida uma Eucaristia, qual prolongamento da Eucaristia sacramental.
3. Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
“Irmãos, vós próprios bem sabeis que não foi vã a nossa estadia entre vós; mas, tendo sofrido e sido insultados em Filipos, como sabeis, sentimo-nos encorajados no nosso Deus a anunciar-vos o Evangelho de Deus no meio de grande luta.”
São Paulo, apesar dos sofrimentos e insultos suportados na cidade de Filipos, encontrou em Deus a coragem para anunciar o Evangelho no meio das grandes lutas. Mesmo nas muitas dificuldades, não considerou a sua visita àquele povo inútil, bem pelo contrário.
Como me dedico a falar de Deus aos outros? Tenho medo de anunciar a Sua Palavra? Ou pelo contrário, sinto que Ele me dá força e coragem para ser um bom e belo testemunho nesta Igreja, em que Ele é a cabeça?
“Nem procurámos glória da parte dos homens, nem de vós, nem de outros. Quando nos poderíamos impor como apóstolos de Cristo, fomos, antes, afetuosos no meio de vós, como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta.”
Aqui é descrita a maneira carinhosa de Paulo e a sua equipa de discípulos para com a comunidade, o tratamento afetuoso é bem visível. Vê-se o carinho que têm por esta gente. Mostram o lado maternal, e nada de alguém que se impõe, que usa o poder ou que procura nome, honra, aclamações.
E eu como vivo em comunidade? Coopero, participo ativamente? Trato as pessoas que vivem ao meu redor com carinho, afeto, tal como uma mãe faz com o seu filho? Ou ajo, de um modo autoritário, na busca do meu próprio bem-estar?
“Por isso, damos continuamente graças a Deus, porque, tendo recebido a Palavra de Deus, que nós vos anunciámos, vós a acolhestes não como palavra de homens, mas como ela é verdadeiramente, Palavra de Deus, a qual atua também em vós que acreditais.”
Quando é acolhida como ela é e não como palavra humana, a Palavra de Deus produz frutos na vida de quem assim a recebe. Por isso, Paulo agradece a Deus e elogia os cristãos por terem aderido à Palavra que lhes anunciou e gerou neles a fé. Assim pode e deve acontecer hoje.
Tenho desejo de conhecer verdadeiramente a Palavra de Deus? Dedico algum do meu tempo a escutá-la? Sinto que na Palavra de Deus está o amor que Ele mostra para com toda a humanidade? Como a recebo, vivo e anuncio?
4. Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
5. Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita.
Podemos rezar juntos a oração proposta para este biénio pastoral ou a seguinte:
Senhor,
Quando eu tiver fome,
dá-me alguém que necessite de comida.
Quando tiver sede,
dá-me alguém que precise de água.
Quando sentir frio,
dá-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento,
dá-me alguém que necessite de consolo.
Quando a minha cruz parecer pesada,
deixa-me compartilhar a cruz do outro.
Quando não tiver tempo,
dá-me alguém que precise de alguns dos meus minutos.
Quando sentir necessidade de que cuidem de mim,
dá-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesmo,
volta a minha atenção para outra pessoa.
Torna-nos dignos, Senhor,
de servir os nossos irmãos.
Dá-lhes, através das nossas mãos,
o pão de cada dia.
E dá-lhes, graças ao nosso amor compassivo,
a paz e a alegria.
(Madre Teresa de Calcutá)
6. Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor? –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal.
Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.