Texto: Pe. Jorge Guarda
Vozes: Lígia Pinto e Francisco Pinto
Pós-Produção: José Simões
Deus quer-nos felizes
Lectio Divina para o Domingo IV do Tempo Comum (Ano A), 29.01.2023
Introdução
Todos os homens e mulheres desejam ser felizes e procuram-no ao seu modo. Nisso investem todos os seus esforços e mobilizam os meios à sua disposição. Vamos escutar como Jesus, nas bem-aventuranças, ensina que Deus nos quer e faz felizes. A celebração da Eucaristia, fonte e alimento de alegria, gera em nós sentimentos de fraternidade e sentido de missão para fazermos os outros felizes.
Palavra de Deus
Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo São Mateus (Mt 5, 1-12)
Naquele tempo,
ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.
Rodearam-n’O os discípulos
e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os humildes,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,
vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Meditação
“A liturgia deste domingo faz-nos meditar sobre as Bem-Aventuranças (cf. Mt 5, 1-12a) (…). Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade.” (Papa Francisco)
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus.»
“O pobre em espírito é o cristão que não confia em si mesmo, nas riquezas materiais, não se obstina nas suas opiniões pessoais, mas escuta com respeito e aceita de bom grado as decisões de outros. Se nas nossas comunidades existissem mais pobres em espírito, haveria menos divisões, contrastes e polémicas! A humildade, como a caridade, é uma virtude essencial para a convivência nas comunidades cristãs.” (Papa Francisco)
Reconheço-me de algum modo nesta bem-aventurança e espero a promessa que ela contém?
«Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.»
“Esta justiça começa por se tornar realidade na vida de cada um, sendo justo nas próprias decisões, e depois manifesta-se na busca da justiça para os pobres e vulneráveis. «Procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas» (Is 1,17). (Papa Francisco, Alegrai-vos e exultai, n. 79)
Que faço e posso fazer mais com outros para defender os oprimidos, injustiçados e esquecidos?
«Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.»
“A misericórdia tem dois aspetos: é dar, ajudar, servir os outros, mas também perdoar, compreender. Mateus resume-o numa regra de ouro: «O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles» (7,12). (Papa Francisco, Alegrai-vos e exultai, n. 80).
Compreendo os outros nas suas fraquezas e falhas como desejo que façam para comigo?
«Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.»
“Esta bem-aventurança faz-nos pensar nas numerosas situações de guerra que perduram. Da nossa parte, é muito comum sermos causa de conflitos ou, pelo menos, de incompreensões. (…) O mundo das murmurações, feito por pessoas que se dedicam a criticar e destruir, não constrói a paz. Pelo contrário, tais pessoas são inimigas da paz e, de modo nenhum, bem-aventuradas. Os pacíficos são fonte de paz, constroem paz e amizade social. (Papa Francisco, Alegrai-vos e exultai, n. 87-88).
Já reparei na oração pela paz e na saudação que fazemos em cada Eucaristia, antes da comunhão? Reconheço o apelo a tornar-me artífice da paz em todo o lado onde estou?
Oração
Jesus, nosso mestre e amigo,
Tu nos ensinas como Deus nos quer felizes.
Com o teu Evangelho geras em nós alegria
e nos impeles à compaixão e à generosidade.
Dá-nos o Espírito Santo, uma vez mais,
para que escutemos as tuas palavras com docilidade,
acreditemos nelas com confiança e sabedoria
e as ponhamos em prática com diligência,
partilhando com outros o dom da felicidade.
Ámen.
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