Texto: Pe. Pedro Viva
Vozes: José Simões e Anabela Santos
Pós-Produção: José Simões
A fé na Ressurreição dos mortos
Lectio divina para o XXXII Domingo do Tempo Comum – Ano C, 6.11.2022
Introdução
A liturgia deste domingo, a partir do Evangelho de Lucas, convida-nos a reflectir sobre o fim último do homem e da novidade que é a ressurreição dos mortos, como Jesus no-la deu a entender. A morte parece ser ainda um tema tabu na nossa sociedade contemporânea. Evita-se o uso da palavra e esta experiência humana não é encarada por muitos como realidade natural nas nossas vidas, mas algo escondido, ignorado e assustador. Sendo das experiências humanas mais intensas, seja a consciência da nossa própria morte, seja a de outras pessoas (mesmo daquelas que não conhecemos pessoalmente), ela ganha um horizonte de esperança à luz da fé cristã.
Palavra de Deus
Escutemos o trecho do Evangelho de S. Lucas
Naquele tempo,
aproximaram-se de Jesus alguns saduceus
– que negam a ressurreição –
e fizeram-Lhe a seguinte pergunta:
«Mestre, Moisés deixou-nos escrito:
‘Se morrer a alguém um irmão,
que deixe mulher, mas sem filhos,
esse homem deve casar com a viúva,
para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos.
O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva;
e o mesmo sucedeu aos sete,
que morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição,
uma vez que os sete a tiveram por mulher?»
Disse-lhes Jesus:
«Os filhos deste mundo
casam-se e dão-se em casamento.
Mas aqueles que forem dignos
de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos,
nem se casam nem se dão em casamento.
Na verdade, já nem podem morrer,
pois são como os Anjos,
e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam,
até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente,
quando chama ao Senhor
‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos,
porque para Ele todos estão vivos».
Palavra da Salvação
– A Eucaristia é o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Ao participarmos nela, não apenas fazemos memória do Senhor. Não é um rito que nos lembra alguém que morreu (para uns um herói, para outros, um profeta ou um santo) e que queremos recordar. Mas fazemos memorial do Senhor. Do Senhor que é a Ressurreição e a Vida, e, nesta comunhão de destino, também um dia com Ele ressuscitaremos. É marcada por esta esperança a nossa participação na Eucaristia?
– Na celebração da Eucaristia estamos em comunhão com os irmãos que já partiram: os que se encontram já em plena comunhão com Deus e os fiéis defuntos que, através dos nossos sufrágios e orações, aguardam esse encontro definitivo com Deus. Assim cantamos no Sanctus: «o céu e a terra proclamam a Vossa glória. Hossana nas alturas». Tenho consciência do valor infinito da Eucaristia e de que, através dela, posso viver não apenas a comunhão com Deus mas também com os irmãos? Limito-me a mandar celebrar missas pelos que já partiram, ou esforço-me em participar e usufruir desse bem espiritual?
– A realidade cristã da ressurreição dos mortos é a afirmação de que, uma vez criados por Deus, passando pela morte biológica, a nossa identidade não se perderá, pois só temos uma vida que se há-de transformar à luz e semelhança do corpo glorioso de Cristo. No mundo atual, em que são muito sedutoras as crenças na reencarnação dos mortos (terás outras oportunidades noutras vidas de fazer o que não fizeste nesta), como vivo a vida única que Deus me deu e como aproveito o tempo, que é precioso, para a fazer frutificar?
Oração
Na confiança de filhos, rezemos como Jesus, exaltado nos céus, nos ensinou:
Pai-nosso
http://l-f.pt/podlec
Esquemas alternativos em texto: https://lectio.leiria-fatima.pt