Texto: Padre Pedro Viva
Vozes: Miguel Ferreira e Marta Henriques
Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis
Introdução
O Evangelho deste domingo diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos.
Também na Eucaristia dominical vivemos este duplo mandamento: juntos louvamos e adoramos a Deus e agimos como irmãos, acolhendo-nos e rezando uns com e pelos outros. O que se experimenta e alimenta na celebração deverá continuar na vida quotidiana.
Palavra de Deus (Mc 12,28-34)
Vamos escutar uma passagem do evangelho segundo São Marcos
Naquele tempo,
aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe:
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?»
Jesus respondeu:
«O primeiro é este: ‘Escuta, Israel:
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus
com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba:
«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes:
Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração,
com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo,
vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe:
«Não estás longe do reino de Deus».
E ninguém mais se atrevia a interrogá-I’O.
Meditação
O diálogo entre o escriba e Jesus não deixa dúvidas: o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. Não se pode praticar um sem o outro. O verdadeiro discípulo de Jesus, como ele, ama a Deus de todo o coração e ao seu próximo.
– aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe…
Aproximar-se e travar conversa é fundamental para que se conheça o outro, na verdade do seu ser, na verdade das suas palavras.
Procuro sinceramente o encontro com Jesus e com os outros na vida quotidiana?
– ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
O amor a Deus não pode desvincular-se do amor ao próximo. Próximo não é apenas o miserável que vive nas ruas ou o doente que não tem cura. Próximo é todo aquele que não é «eu». Quer dizer: próximo é cada pessoa além de mim mesmo.
Sinto como «próximo» aquele que me agrada, o que está comigo… ou tomo consciência de que o é também o desconhecido que encontro e até o inimigo?
– amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios
Amar, amar de verdade, não sob aparência de amor, vale mais do que tudo na nossa relação com Deus. Naturalmente, amando como Deus ama.
Vejo Deus nos outros e os outros em Deus?
– «Não estás longe do reino de Deus».
O Reino de Deus acontece no agora da vida, não apenas na eternidade do «amanhã».
O que pode dizer-me Deus agora, quanto ao estar longe ou perto de mim o seu Reino?
– “Ele está no meio de nós!”
Em cada Eucaristia, reconhecemos a presença do Senhor que nos reúne e ama, repetindo esta confissão de fé.
É o desejo de amar a Deus e aos irmãos que me leva à Missa dominical? A comunhão do seu Corpo que o Senhor nos oferece aviva em nós esse amor na vida quotidiana?
Oração
Senhor Jesus,
que fizestes consistir em a plenitude da Lei
no amor a Deus e ao próximo,
fazei que, movidos pelo Espírito,
vivamos na prática o que afirmamos viver na fé.
Vós, que sois Deus com o Pai
na Unidade do espírito Santo. Ámen
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