Lectio divina para o 2º Domingo do Tempo Comum, Ano A

No início do tempo comum, escutamos, neste domingo, um texto do Evangelho segundo São João, antes de entrar na leitura continuada do Evangelho segundo São Mateus, que nos acompanha ao longo deste ano litúrgico.

 

«Eis o Cordeiro de Deus»

Lectio Divina para o Domingo II do Tempo Comum (Ano A), 15.01.2023

Breve introdução

No início do tempo comum, escutamos, neste domingo, um texto do Evangelho segundo São João, antes de entrar na leitura continuada do Evangelho segundo São Mateus, que nos acompanha ao longo deste ano litúrgico. Ainda em ambiente de epifania, a liturgia convida-nos a reconhecer em Jesus “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Com esta apresentação, João Batista transporta-nos já para ambiente pascal, em que o sangue do Cordeiro é sinal da salvação que Deus oferece à humanidade. Jesus é este Cordeiro que se faz presente na Eucaristia, memorial da salvação que Deus nos oferece.

1. Invocação

Senhor Jesus,
Acreditamos que Tu és o Cordeiro de Deus,
que na cruz te ofereceste por nós,
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Acreditamos que és o Filho de Deus:
acolhendo o dom da tua vida no Batismo,
em ti, pelo Espírito, somos, também nós, filhos de Deus.
Faz-nos encontrar em ti, Senhor,
a luz que veio ao mundo para iluminar o nosso caminhar,
aprendendo contigo a viver como filhos de Deus.
Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo São João

São João não narra o momento do batismo de Jesus como os outros evangelistas. Oferece-nos, porém, o testemunho de João Batista que, ao ver Jesus aproximar-se, recorda como sobre Ele desceu e permaneceu o Espírito, e proclama Jesus como o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus.

2.2. Leitura do Evangelho segundo São João (Jo 1, 29-34)

Naquele tempo, João Batista viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim’. Eu não O conhecia, mas foi para Ele Se manifestar a Israel que eu vim batizar na água». João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou a batizar na água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que batiza no Espírito Santo’. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus».

(momento de silêncio para interiorizar a Palavra)

2.3. Breve comentário

João Batista, no Evangelho de São João, tem a missão de apresentar Jesus. O Batista já tinha sido apresentado, no prólogo, como «testemunha, para dar testemunho da Luz» (1, 7) afirmando que o Verbo, Jesus, é «o que me passou à frente, porque existia antes de mim» (1, 15). Quando interrogado diretamente, apresentou-se como «a voz» (1, 23) que fala daquele que está no meio de vós e «vós não conheceis» (1, 26). Agora vai assumir a tarefa de apontar para Jesus e de dar a conhecer a sua identidade.

O texto do Evangelho deste domingo oferece-nos, assim, uma catequese sobre a identidade de Jesus apresentado por João Batista como «o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo» e como o «Filho de Deus» que possui o Espírito e batiza no Espírito.

Sente-se como que uma “urgência” da parte do Precursor: chegou o momento para o qual fora escolhido e preparado por Deus, o momento de dar testemunho do Messias. Há uma novidade que não pode ficar calada: Deus faz-se próximo e solidário com a humanidade pecadora, e vem Ele mesmo para se oferecer pela sua salvação: «no evento Jesus é Deus que oferece o seu Filho para a salvação da humanidade. João manifesta a sua admiração e o seu consentimento a esta novidade que Jesus trouxe, através de uma expressão significativa que repetimos em todas as missas: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (v. 29)» (Papa Francisco, Angelus, 19 de janeiro de 2020).

Ao falar do “cordeiro”, João Batista terá certamente presente duas imagens bíblicas sugestivas: recorda-nos não apenas o “cordeiro pascal”, que nos transporta até ao êxodo do Povo do Egipto, símbolo da ação libertadora de Deus que poupa as casas marcadas pelo sangue do cordeiro; mas também a imagem do “servo sofredor”, de que fala o profeta Isaías, esse cordeiro levado ao matadouro que assume os pecados do Povo e realiza a expiação do pecado. Jesus, o “Cordeiro de Deus” é, assim, Aquele que vem libertar, é o que “tira o pecado do mundo”.

João dá testemunho de que Jesus é também o “Filho de Deus”, ou seja, é o próprio Deus que assume a nossa humanidade: nele permanece o Espírito Santo e, por Ele, toda a vida de Deus, a sua misericórdia e amor, envolve a humanidade que é batizada, ou seja, é “submergida” e “empapada” no Espírito Santo.

Com este testemunho, abre-se o caminho para o verdadeiro encontro com Jesus. João desafia aqueles que o escutam a passar das primeiras aparências para o um conhecimento íntimo. É o que irá acontecer com os primeiros discípulos que, escutando João, seguem Jesus e iniciam o caminho da fé.

3. Silêncio meditativo e diálogo

  • «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo»

Em cada Eucaristia, escutamos de novo a afirmação de João Batista. Diante da presença de Jesus no Pão consagrado, respondemos com as palavras do centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Neste diálogo professamos a nossa fé no Filho de Deus, o Cordeiro entregue para tirar o pecado, Ele que se faz presente e alimento na Eucaristia, e reconhecemos sempre, com humildade, que é Ele quem nos procura, nos salva e nos alimenta, apesar da nossa fragilidade e indignidade. Ao comungar, voltamos sempre a querer deixar-nos “submergir”, por dentro, do seu Espírito de amor.

Procuro viver a Eucaristia e, de modo particular, a comunhão sacramental, como um verdadeiro encontro com Jesus Cristo, acolhendo a sua presença e ação salvadora na minha vida? O louvor e ação de graças pela salvação que Jesus me oferece, fazem parte da minha vida e oração?

  • «Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele»

Pelo Batismo, somos “submergidos” na vida divina, acolhidos como filhos no Filho, tornados templos do Espírito de Deus. Jesus fez-nos um connosco, para permanecermos um com Ele. Cheio do Espírito Santo, Jesus é para nós o caminho da verdadeira humanidade: com Ele, seguindo os seus passos, viveremos também nós, plenamente, a nossa humanidade. Animados pelo seu Espírito, podemos ser portadores da sua luz e esperança ao nosso mundo.

Reconheço a presença e ação do Espírito Santo de Deus na minha vida? Procuro olhar os que me rodeiam como templos do mesmo Espírito? O que faço para aprofundar a minha relação pessoal com o Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade?

  • «Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus»

«O testemunho de João Batista convida-nos a recomeçar sempre de novo o nosso caminho de fé: recomeçar de Jesus Cristo, o Cordeiro cheio de misericórdia que o Pai nos deu. (…) Aprendamos de João Batista a não presumir que já conhecemos Jesus, que já sabemos tudo sobre Ele. Não é assim. Paremos no Evangelho, talvez até contemplando um ícone de Cristo, uma “Sagrada Face”. Contemplemos com os olhos e ainda mais com o coração; e deixemo-nos instruir pelo Espírito Santo, que interiormente nos diz: É Ele! Ele é o Filho de Deus feito cordeiro, sacrificado por amor. Ele, só Ele carregou, só Ele sofreu, expiou o pecado, o pecado de cada um de nós, o pecado do mundo, e também os meus pecados. Todos. Assumiu-os todos sobre si e libertou-nos deles para que finalmente fôssemos livres, já não escravos do mal. Sim, somos ainda pobres pecadores, mas não escravos, não, não escravos: filhos, filhos de Deus!» (Papa Francisco).

Como procuro aprofundar o meu conhecimento, comunhão e intimidade com Jesus Cristo? Sinto-me verdadeiramente um pecador a quem Jesus ofereceu a salvação? Como dou testemunho de Jesus com a minha vida e palavra? Participo na missão evangelizadora da Igreja, sendo “discípulo missionário” numa Igreja em saída?

4. Propósito e Oração final

– Durante esta semana, rezo este texto do Evangelho, pedindo a Deus que me ajude a crescer na certeza de que Deus me procura constantemente para me oferecer o dom do seu amor, a sua salvação.

– Pai Nosso

Repositório LECTIO DIVINA
https://bit.ly/2W4uDI6
O módulo não pode ser fornecido porque o conteúdo solicitado não é (por mais tempo) acessível. Entre em contato com o administrador para obter acesso.
Formação sobre administração de bens da Igreja
22 de Fevereiro
, às 14:30
Encontro Interdiocesano de Catequistas
1 de Março
ENDIAD – Encontro Diocesano de Adolescentes
8 de Março
, às 09:30
Partilhar

Leia esta e outras notícias na...

Receba as notícias no seu email
em tempo real

Pode escolher quais as notícias que quer receber: destaques, da sua paróquia

plugins premium WordPress