Um só corpo em ação de graças
Acolhimento e saudação entre os participantes
- Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
- Cântico (à escolha, ver anexo)
- Prece
Pai Santo,
no mistério da tua bondade nos escolhes, santificas e amas,
fazendo-nos continuamente tocar e saborear a Tua vida divina:
reveste a nossa fragilidade e a nossa pequenez,
com os sentimentos que habitavam o mais íntimo do coração do teu Filho.
Pela graça do Espírito, faz-nos reconhecer sempre a imensa riqueza do perdão,
tal como o recebemos de Jesus Cristo pela oferta do seu corpo na Cruz,
para que nunca recusemos a ninguém esse amor misericordioso,
que já nos foi oferecido gratuitamente, como dom imerecido.
Na Igreja, que é o Corpo do Teu Filho,
encontramos o caminho e o alimento
que nos conduz à vida da perfeição, a plenitude do amor e da paz,
à qual fomos chamados num só corpo com Ele.
Tudo isto te pedimos, louvando-te e dando graças,
em nome do Senhor Jesus.
Ámen.
- Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
- Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses (Col 3, 12-17)
12Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também. 14E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição. 15Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados num só corpo. E sede agradecidos. 16A palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza: ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria; cantai a Deus, nos vossos corações, o vosso reconhecimento, com salmos, hinos e cânticos inspirados. 17E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai.
Palavra da salvação.
- Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
- Notas para a compreensão do texto
A comunidade dos cristãos de Colossos, cidade situada na Ásia Menor, não foi evangelizada diretamente por São Paulo, mas por um dos seus discípulos. Contudo, tendo conhecimento de uma crise, por causa de alguns erros de doutrina que circulavam naquele ambiente, São Paulo dirige imediatamente uma carta à comunidade para lhes reforçar os alicerces da doutrina, ajudando-os a permanecer na verdadeira fé. O Apóstolo faz-se presente, escrevendo por sua própria mão, pois nesta altura, cerca do ano 60, estava preso em Roma, onde viria, poucos anos depois, a dar a sua vida por Cristo (cf. Col 4, 18). Neste excerto da carta, São Paulo incentiva os membros da comunidade cristã a viverem comprometidos uns com os outros, tendo o amor e a ação de graças, como atitudes principais da vida cristã ao serviço de Jesus Cristo e do Evangelho.
A Igreja é comunidade dos crentes no Deus fiel da Aliança, dos filhos muito amados do Pai, que o Espírito Santo congrega para celebrar o dom deste amor gratuito, que nos foi dado em Jesus Cristo. Por isso, embora formada por muitos membros, é também um único corpo dinâmico e harmonioso, que tem Cristo como cabeça e está revestido de uma vida nova que tem de ser alimentada e mantida em permanente renovação interior.
Esta vida nova em Cristo, celebramos na Igreja em ação de graças, só é possível pela unidade, que é dom de Deus e tarefa nossa. A unidade é dom que o próprio Jesus pediu ao Pai, na última ceia: “Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti” (Jo 17, 21). Em cada Eucaristia, continua a ser dispensado o dom da unidade. Esta é tarefa que depende da nossa resposta ao dom de Deus e necessita que nos esforcemos “por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz” (Ef 4, 3). Assim, a paz, reinará no coração de cada crente, enquanto se move no coração do mundo, por meio de palavras e obras, realizadas em nome do Senhor Jesus, sem nunca se afastar do Coração de Deus.
O cumprimento de todo e qualquer dever para com Deus é sempre resposta ao chamamento e amor iniciais da parte dele. Precisamente, porque somos os eleitos do Senhor, infinitamente amados por Ele, a sua graça precede-nos sempre e impele-nos a responder em amor e em espírito de gratidão, com todas as boas disposições que favorecem a vida comunitária. Assim, viver em família, comunidade ou Igreja, segundo o Espírito do Evangelho, tem uma exigência própria e implica sempre a abertura total ao outro, abraçando-o com tudo o que tem de virtude e de defeito, de santidade e de fragilidade. O outro é sempre alguém muito concreto, é um irmão ou uma irmã com carácter, com rosto e com nome.
- Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«Como eleitos de Deus, santos e amados»
Antes de existirmos na vida terrena, desde sempre o Senhor já nos conhecia e nos escolheu para entrarmos na intimidade do seu amor. Desde o Batismo, a graça do Espírito Santo fez morada em nós, molda o nosso coração à medida do coração de Cristo, purifica-nos dos pecados, robustece-nos na fraqueza e santifica-nos. Por isso, tal como afirmou de Jesus, também a nós o Pai diz: “Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado” (Mc 1, 11).
- Acredito que a graça de Deus habita em mim e me inspira nos pensamentos e ações? Reconheço que Deus me ama pessoalmente, em qualquer circunstância, sem qualquer esforço da minha parte? Como procuro responder ao amor gratuito de Deus por mim?
«Revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição»
O amor aponta sempre para o infinito, para uma realidade muito maior e diferente da que estamos habituados a ver. Se nos vestirmos com a graça do amor cristão, com o mesmo com que Jesus ama, a nossa vida não ficará presa na trama dos nossos egoísmos e interesses, como realidades passageiras. Pelo contrário, em nós hão de nascer “sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência”, até ao ponto de perdoarmos qualquer ofensa, sem guardar ressentimento.
- Quais os sentimentos que mais alimento nas diferentes circunstâncias do meu dia-a-dia? Que virtudes procuro cultivar no meu interior? Reconheço que é no perdão e na misericórdia para com os outros que encontro serenidade e paz interior? Desejo chegar à perfeição do amor, ainda que me custe sacrifícios, ou prefiro ignorar as realidades que me interpelam e desinstalam?
«Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados num só corpo»
A paz é talvez o maior fruto do amor e é o primeiro dom de Jesus ressuscitado. «Cada um de nós é chamado a ser um artífice da paz, unindo e não dividindo, extinguindo o ódio em vez de o conservar, abrindo caminhos de diálogo em vez de erguer novos muros» (Papa Francisco, Fratelli tutti). Por isso, neste desejo de viver a paz de Jesus, somos chamados a procurar o encontro com todos num só corpo, um nós que é mais forte do que a soma de todas as pequenas individualidades que formamos sozinhos.
- Sinto-me unido aos meus irmãos na fé como membro de um só Corpo? Sinto e manifesto gratidão por ser chamado por Deus a construir a paz, não como meta pessoal, mas como missão da Igreja? Na oração dou espaço ao Senhor para que ele conduza a minha vida e reine com a sua paz?
«A palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza»
O Evangelho é a Palavra viva que nos fala de Deus e pela qual falamos com Ele. «O Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual» (Dei verbum). Na medida em que esta Palavra se torna a norma da nossa vida, somos chamados a comunicá-la aos outros e advertirmo-nos mutuamente, com espírito de humildade e gratidão, para crescermos na sabedoria de Deus.
- Que importância dou à Palavra de Deus no caminho de crescimento pessoal e espiritual? A Palavra que escuto na Eucaristia ou leio na Sagrada Escritura é a norma pela qual oriento a minha vida? Sinto que Deus fala comigo, quando medito o Evangelho? O que devo mudar na minha vida, para que a Palavra de Deus habite em mim?
«Tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai»
O cristão é um outro cristo. Por isso, todas as nossas palavras ou ações devem refletir a própria vida de Cristo, que é a imagem do homem perfeito. Ao procurarmos viver uma vida coerente com os valores do Evangelho, estamos a dar ao mundo um testemunho de Cristo, agindo em seu nome, para que toda a humanidade O conheça. Esta é a nossa missão e vocação. Assim, devemos empenhar-nos em sermos fiéis à verdade que Jesus nos revela, enquanto lhe pedimos a graça de nos fortalecer com o seu Espírito e agradecemos por nos conduzir ao Pai, através da Igreja.
- Vivo consciente da minha missão e vocação de ser testemunha de Jesus? Os outros, crentes ou não crentes, dão conta do meu testemunho? Sinto-me parte do corpo que é a Igreja e rezo em unidade com ela? Dou graças pelo dom da Igreja, que me dá a verdadeira imagem de Cristo e me conduz a Ele?
- Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
- Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita.
Posso também fazer a oração proposta para este triénio pastoral ou o salmo 100 (99), que se segue, como Hino de ação de graças:
Aclamai o Senhor, terra inteira!
Servi ao Senhor com alegria,
ide à sua presença com cânticos de júbilo!
Sabei que só o Senhor é Deus;
foi Ele que nos fez e a Ele pertencemos;
somos o seu povo e o rebanho de que Ele é pastor.
Entrai pelas suas portas em ação de graças,
nos seus átrios com hinos de louvor;
agradecei-lhe e bendizei o seu nome.
Pois o Senhor é bom;
é eterna a sua misericórdia,
e a sua fidelidade continua de geração em geração.
Pai nosso…
- Compromisso
-A que convida, hoje, o Senhor? –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal.
Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa:
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.
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