Texto: P. José Henrique
Seguir Jesus no serviço aos irmãos
Lectio Divina para o Domingo XXV do Tempo Comum (Ano B), 19.09.2021
Introdução
Quando Jesus anuncia a sua paixão, morte e ressurreição, os discípulos, que não compreendem o que Ele diz, e com medo de O interrogar, falam entre si numa lógica completamente diferente: quem de entre nós será o maior? Entrar na lógica de Jesus, num caminho de entrega, em que o maior é quem serve, é um desafio constante para os discípulos de todos os tempos. No abraço a uma criança, sinal da pequenez e fragilidade, exprime-se o desafio a abraçar uma vida vivida na lógica de Jesus, que serve os outros e não se serve dos outros.
Palavra de Deus
Escutemos a passagem do Evangelho de São Marcos deste vigésimo quinto domingo do tempo comum (Mc 9, 30-37):
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse, porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará». Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar. Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?». Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos». E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes: «Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Meditação
O sentido da vida de Jesus passa pela entrega total de si mesmo na cruz. Aí se abre, para a humanidade, o horizonte da esperança da ressurreição. É este dom de vida plena que agradecemos e acolhemos em cada Eucaristia: Jesus, Pão da vida eterna, oferece-se por nós. Em cada Eucaristia anunciamos a sua morte, proclamamos a sua ressurreição, esperamos a sua vinda gloriosa. Em cada Eucaristia, Jesus convida-nos a partilhar da sua lógica de amor e de serviço, no dom de nós mesmos.
- Acolho, em cada Eucaristia, o dom da vida de Jesus que, nos caminhos da minha vida atual, se oferece como fonte de esperança e de vida eterna?
- Encontro, na Eucaristia, o apelo a, como Jesus, fazer da minha vida Pão repartido para a vida do mundo, num caminho de serviço aos outros?
«Os discípulos tinham medo de interrogar Jesus quando Ele lhes falava da sua paixão e da sua morte. Assustava-os, não podiam compreender a ideia de ver Jesus sofrer na Cruz. Também nós temos a tentação de fugir das cruzes próprias e das dos outros, afastar-nos daquele que sofre» (Papa Francisco).
- Sou capaz de permanecer junto da cruz do irmão que sofre?
- Consigo ver Jesus em cada homem caído no caminho da vida, em cada irmão que tem fome ou sede, que está nu, encarcerado ou enfermo?
À questão sobre quem seria o maior entre os discípulos, Jesus responde com o desafio de uma nova forma de pensar e viver: quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. «Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo. São os rostos sofredores, indefesos e angustiados que Jesus nos propõe olhar e convida concretamente a amar» (Papa Francisco).
- Na minha vida concreta, assumo habitualmente atitudes de serviço aos outros? Ou sirvo-me dos outros para os meus interesses pessoais?
- Na comunidade, procuro colaborar em algum serviço dentro das minhas possibilidades e capacidades? Ou estou apenas à espera que ela corresponda às minhas necessidades e interesses?
Oração
Senhor Jesus,
tu que te fizeste servo de todos
entregando-te, por nós, na cruz,
para a todos nos dares a vida plena da ressurreição,
ajuda-nos a compreender e viver a vida
numa atitude de serviço aos outros.
Acolhendo a oferta da tua vida no alimento da Eucaristia,
sejamos, também nós, pão repartido para a vida do mundo.
Ámen.
Esquemas alternativos em texto: https://lectio.leiria-fatima.pt