Texto: Pe. Joaquim Domingos Luís
Vozes: Bernardo Ferreira, Catarina Pereira, Filipe Ferreira
Pós-Produção: José Simões
Jesus, o rosto misericordioso do Pai
Lectio divina para o XXIV Domingo do tempo comum – C | 11.09.2022
Introdução
O evangelho deste domingo apresenta duas das três parábolas da misericórdia que realçam a alegria e satisfação pela recuperação do que estava perdido, através da salvação de Deus. Elas ajudam-nos a tomar consciência e a valorizar o início da celebração da Missa, em que nos reconhecemos pecadores e pedimos ao Senhor que tenha piedade de nós e nos limpe de todo o pecado.
Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo S. Lucas (Lc 15, 1-10)
Aproximavam-se de Jesus todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»
«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»
Meditação
Com as parábolas deste Evangelho, Jesus esclarece qual é a posição de Deus a respeito dos pecadores, mostrando até onde vai o Seu Amor:
– Uma moeda que é perdida e, depois, encontrada;
– Uma ovelha que se perde e é procurada pelo pastor que a encontra;
As duas parábolas têm a mesma estrutura:
– Algo que se PERDE – aspecto negativo; e depois é ENCONTRADO – aspecto positivo;
No momento do Encontro acontece a ALEGRIA e a FESTA, o que significa que, para Deus, é mais importante o aspecto positivo do que o negativo.
As duas parábolas sublinham que a iniciativa da conversão não parte do homem, mas sim de Deus; é Ele que vai à procura do que se perde.
As parábolas são dirigidas aos escribas e aos fariseus que se consideravam justos e melhores do que os outros, a tal ponto que nem se aproximavam deles para não ficarem manchados.
A Palavra de Deus, que escutámos, revela um Deus que usa de Misericórdia para connosco e nos concede o Perdão.
Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva. Deus, Pai de todos, não marginaliza ninguém, mas alegra-se por recuperar e salvar o homem perdido na solidão do pecado, restaurando a sua dignidade própria. Jesus Cristo é imagem e espelho do rosto misericordioso de Deus.
Cristo deixou-nos um sinal visível deste Perdão de Deus no gesto e nas palavras da absolvição, no Sacramento da Reconciliação ou Confissão.
Deus oferece-nos o seu perdão. Em cada Eucaristia, reconhecemos que somos pecadores e pedimos a Deus que tenha piedade de nós. Estou disposto a acolher a misericórdia de Deus na minha vida?
Jesus Cristo morreu por todos, o seu sangue foi derramado por todos. Na eucaristia faço memorial dessa entrega de Jesus por todos. Procuro amar a todos sem barreiras de religião, estatuto social, cor, religião, etc.?
A celebração da Penitência é mesmo um momento festivo de se sentir amado, perdoado incondicionalmente pelo Pai ou é uma experiência de medo?
Oração
Senhor Jesus,
nas tuas obras e nas parábolas da misericórdia
deixaste-nos uma imagem do coração compassivo do Pai.
Faz-nos, Senhor, participar do teu amor,
que não marginaliza ninguém,
mas que se faz encontrar por todos os necessitados.
Ajuda-nos a servir os irmãos,
com um sorriso alegre,
partilhando as suas angústias e esperanças,
para percorrer com eles
o caminho que nos leva a Ti. Ámen.
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