Lectio divina para o 21º Domingo do Tempo Comum

Neste domingo, XXI do Tempo Comum, escutamos, praticamente, o final do capítulo sexto do Evangelho de S. João.

Palavras de Vida Eterna

Lectio Divina para o Domingo XXI do Tempo Comum (Ano B), 22/8/2021

Breve introdução

Neste domingo, XXI do Tempo Comum, escutamos, praticamente, o final do capítulo sexto do Evangelho de S. João. Ao longo das últimas semanas temos vindo a escutar este capítulo que começa com a multiplicação dos pães. Esta leitura foi interrompida no passado domingo em que celebramos a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. O texto de hoje começa com o abandono de muitos discípulos que consideram as palavras de Jesus duras. Não as podem escutar. O texto termina com a profissão de fé de Pedro: “Tu tens palavras de vida eterna.” 

1. Invocação

Senhor Deus,
que unis os corações dos fiéis num único desejo,
fazei que o vosso povo ame o que mandais
e espere o que prometeis,
para que, no meio da instabilidade deste mundo,
fixemos os nossos corações
onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1.Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São João (Jo 6, 60-69)

Naquele tempo,
muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram:
«Estas palavras são duras.
Quem pode escutá-las?».
Jesus, conhecendo interiormente
que os discípulos murmuravam por causa disso,
perguntou-lhes:
«Isto escandaliza-vos?
E se virdes o Filho do homem
subir para onde estava anteriormente?
O espírito é que dá vida,
a carne não serve de nada.
As palavras que Eu vos disse são espírito e vida.
Mas, entre vós, há alguns que não acreditam».
Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início,
quais eram os que não acreditavam
e quem era aquele que O havia de entregar.
E acrescentou:
«Por isso é que vos disse:
Ninguém pode vir a Mim,
se não lhe for concedido por meu Pai».
A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se
e já não andavam com Ele.
Jesus disse aos Doze:
«Também vós quereis ir embora?».
Respondeu-Lhe Simão Pedro:
«Para quem iremos, Senhor?
Tu tens palavras de vida eterna.
Nós acreditamos
e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Palavra da salvação.

2.2. Breve comentário

Escutamos a parte final do capítulo VI do Evangelho de S. João. Temos acompanhado a leitura do discurso do Pão da Vida. As palavras de Jesus causam admiração e mesmo repulsa, primeiramente entre os Judeus em geral, e, depois, são os próprios discípulos a sentirem-se incomodados com as palavras do Mestre. 

A quem andava iludido, à procura do milagre do pão que sacia a fome do corpo, Jesus apresenta um outro pão que é Ele mesmo e que Se dará na Fracção do Pão, na Eucaristia.

João, quando escreve este texto, está a pensar em tantos discípulos de Jesus, membros das comunidades cristãs, que sentem vacilar a sua fé na Eucaristia. Que perderam o encanto pela Fracção do Pão como momento alto da sua vida de fé e de comunhão com o Senhor.

A alternativa que se colocava aos seus discípulos e que se coloca agora a nós, é o crer ou não crer n’Ele. É uma proposta radical que se aceita ou rejeita. Não há meio-termo. Por isso as palavras de Jesus são duras. Também nós, hoje, perante a Eucaristia, cada Eucaristia em que participamos ou podemos participar, somos chamados a decidir sobre Quem ou o quê queremos seguir. Ao comungar o Corpo de Cristo, sabemos que estamos a assumir um compromisso de viver da sua vida. Receber Jesus Eucaristia compromete-nos com o modo de vida do próprio Jesus. Quem vive centrado em si mesmo, quem pensa só em si e não repara, não ama o irmão que está ao seu lado, não pode receber Jesus Eucaristia. Não aprende a viver ao jeito de Jesus. “A Eucaristia é o pão e o sacramento da fraternidade e isto deve aparecer na estrutura da celebração e na vida quotidiana. Onde há divisão, desinteresse recíproco, incapacidade de partilha, fechamento em si mesmo, desrespeito da dignidade humana, descarte dos pobres e frágeis, a Eucaristia é profanada, como nos mostram as palavras duras que brotam do coração amargurado do apóstolo Paulo face ao comportamento incoerente dos cristãos de Corinto (cf. 1 Cor 11, 17-22)” (D. António Marto, 8). Isto não nos deve assustar ou levar-nos a considerar que não somos dignos. Deve, antes, comprometer-nos a crescer cada vez mais na identificação com Jesus Cristo. Ter sempre presente que a Eucaristia não é um prémio para justos mas um auxílio para peregrinos pecadores que abrem a vida e o coração à misericórdia de Deus.

Se, por causa destas palavras, muitos o abandonaram, os que eram mais próximos fortaleceram a sua relação com Jesus, professando que só Ele tem palavras de vida eterna. Ele é o Santo de Deus.

3. Silêncio meditativo e diálogo

«Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». 

Ao lermos o Evangelho, há palavras de Jesus que nos incomodam porque tocam em algum ponto da nossa vida que ainda não está evangelizado. Aí Deus está a falar-nos e somos convidados a perceber de onde vem o incómodo. O que Deus quer dizer à nossa vida.

– Que palavras de Jesus são duras para mim? 

– Em que aspectos da minha vida tocam? 

As palavras que Eu vos disse são espírito e vida.

O Senhor anuncia-nos palavras que dão vida. O que Ele quer fazer em nós é cuidar os ramos que dão fruto para que ainda dêem mais fruto. Para isso pode ser necessário podar alguns galhos que nos estão a impedir de dar o nosso melhor.

– Descubro o Evangelho como fonte de vida para mim? 

– Vivo a Eucaristia como encontro com o Senhor que me diz palavras de vida?

«Também vós quereis ir embora?»

Jesus não teme perder popularidade. Quer que quem está com Ele esteja plenamente consciente daquilo a que é chamado. Não prende ninguém. Todo o discípulo deve sentir-se livre no seguimento do Mestre.

– Sinto-me livre na vivência da minha fé?

– Que responderia ao Senhor perante esta pergunta?

«Para quem iremos, Senhor?

Tu tens palavras de vida eterna.

O Senhor tem palavras de vida e eterna porque Ele é a Palavra Eterna do Pai. Quando Jesus fala é o próprio Deus que Se dá a conhecer e nos diz quem somos para Ele.

– Acredito que o Senhor tem Palavras de Vida Eterna?

– Como vivo isso?

4. Gesto e oração final

– Como propósito durante a semana, tirar 30 minutos, voltar a ler o texto e notas que possa ter tirado durante esta lectio divina.

– Termino com a oração seguinte:

Nós Vos damos graças, Senhor Jesus Cristo,
que na Eucaristia, fonte de amor,
convidais o vosso povo a alimentar-se
do pão da vida e do cálice da salvação,
memorial da vossa paixão, morte e ressurreição.
A força que nos dais
com o vosso sacrifício e a vossa presença
nos ajude a ser, para os outros,
pão que alimenta e vinho que dá alegria,
humildes servidores da reconciliação
entre as pessoas e os povos
para anunciar com gestos e palavras,
que Vós sois o único Senhor,
a fonte de toda a vida. Ámen”

(D. António Marto, 29)

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