O teólogo Juan Ambrosio, professor da Universidade Católica Portuguesa, foi o convidado para proferir uma conferência na Assembleia Diocesana sobre o tema do ano, “Amor conjugal, dom e vocação”.
“Deus criou a humanidade quando criou o homem e a mulher”, o que quer dizer que “a humanidade para ser plena tem de contar com esta complementaridade entre o homem e a mulher”. Foi com base nesta verdade que o conferencista defendeu que “a humanidade não se limita a factos biológicos”, mas implica “um processo de humanização onde o acolhimento e reconhecimento da comunidade são fundamentais”. Um processo no qual “todos são corresponsáveis”, especialmente quando “vivido à luz da fé”. Foi assim, perante uma plateia atenta e interessada, que Juan Ambrosio explicou como a família, a sociedade e a religião são “os três pilares nos quais se edifica a pessoa humana”.
Como o resultado “de um dom do outro” e “uma enorme responsabilidade na qualidade da comunidade” que acolhe, e o pode fazer “à luz da fé”, todos são chamados a valorizar a “relação com o outro”. Um diálogo muito peculiar quando toma a forma de uma relação de amor entre um homem e uma mulher. Aqui, segundo o orador, “as relações não procuram a posse mas antes a dádiva, uma dádiva recíproca, onde o centro da relação está no outro”, disse.
É assim que o professor entende o amor conjugal. Na sua conferência, com o título “Eu quero ser para ti – pistas para um itinerário”, o professor defendeu ainda o Matrimónio como uma realidade que pressupõe “sempre a heterossexualidade, alteridade, liberdade, entrega total sem reservas conscientes, fidelidade (que deixa de ser regra do exterior), exclusividade, dádiva e fecundidade que não se esgota no biológico”.
E assim, quando vivido à luz da fé e testemunhado pela comunidade, “o amor conjugal toma outras dimensões”, explica o professor. No seu entender, é esta a dimensão que torna “o Matrimónio num sacramento”, numa “caminhada para o perdão e para a santidade”. Este amor, continuou, “não se esgota na amizade ou na compreensão, mas antes na vida privada e numa comunidade de sentimentos e afetos. É ainda um compromisso de projeto comum perante Deus e a comunidade eclesial” que só faz sentido quando “vivido no dia a dia”. É aqui, no quotidiano, que reside “a matéria do Matrimónio”, concluiu.
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– Vídeo integral da Conferência de Juan Ambrosio