A partir da edição do próximo dia 12 de maio, o jornal diocesano Presente Leiria-Fátima irá oferecer, semanalmente, aos seus assinantes um colecção de cerca de 90 postais com as imagens de Nossa Senhora que fazem parte do património de todas as paróquias da Diocese.
“Nomes e rostos da Virgem Maria
na Diocese de Leiria-Fátima”
No âmbito do biénio pastoral dedicado a “Maria, mãe de ternura e de misericórdia”, na Diocese de Leiria-Fátima, esta colecção de imagens marianas irá ser publicada ao ritmo de uma por semana. A oferta tem por título “nomes e rostos da Virgem Maria na Diocese de Leiria-Fátima” e cobrirá todas as paróquias e santuários, pelo que se prolonga por quase dois anos. Cada postal tem na frente a imagem mariana com o seu título e pertença; no verso, há uma oração, na maioria dos casos original, e uma descrição histórico-artística da peça.
A iniciativa tem a colaboração do Departamento Diocesano do Património Cultural, que fornece a descrição histórico-artística, e da redação do jornal, que edita o postal e administra a sua distribuição. Contamos também com o apoio dos santuários marianos e das paróquias para suportar os custos e fazer a distribuição local da imagem ou imagens que lhes pertence. As orações sobre os diferentes nomes e rostos da Virgem Maria são, na maioria dos casos, compostas pelos párocos ou outros fiéis, sendo outras da liturgia ou da tradição da Igreja.
Começamos com a imagem de Nossa Senhora que está na Capelinha das Aparições do Santuário de Fátima, escolhendo para início da publicação esta data significativa da Peregrinação Aniversária de 12 e 13 de Maio, neste último ano de preparação para o grande Centenário das Aparições.
Objetivo espiritual
Com estas publicações queremos honrar Nossa Senhora, fazendo como que uma ladainha com os seus muitos nomes e rostos. São mais de 40 invocações diferentes. Contribuímos também deste modo para difundir a profecia do seu canto de júbilo, o Magnificat, onde Maria cantou: “todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Recolhemos e apresentamos as invocações com que as sucessivas gerações e comunidades de fiéis a chamaram e veneraram, e os rostos que lhe deram os artistas e os devotos a contemplaram no culto público ou na oração pessoal. Perseguimos assim também uma finalidade cultual e espiritual, fomentando a devoção à Virgem Maria em todos os que se interessarem pela coleção ou por uma só imagem.
Objetivo cultural
Queremos também dar a conhecer todo este rico património espiritual e cultural, promovendo o apreço e o cuidado por ele. Este é um objetivo cultural. A divulgação da imagem com a sua caracterização histórico-artística e o significado teológico e espiritual dos vários elementos que a compõem ajudará certamente a descobrir o valor da peça e a fazer crescer a estima por ela. E permitirá igualmente aumentar, assim o esperamos, a devoção a Maria sob aquele determinado título e rosto.
Objetivo pastoral
Há ainda um objetivo pastoral, que já se advinha nos aspetos mencionados. Trata-se ajudar as pessoas e as comunidades a identificar-se com a sua padroeira e a encontrarem nela inspiração e amparo para o seu progresso na vida cristã e nas relações fraternas. E ainda a compreender que, embora os títulos e os rostos da Virgem Maria sejam muitos, ela é uma só, a Mãe de Jesus e Santa Maria, pelo que se há de evitar qualquer rivalidade ou animosidade em relação aos irmãos que a invocam de modo diferente. Ela é igualmente mãe de todos, pelo que nada mais a honra e alegra do que ver os seus filhos reconhecerem-se e tratarem-se como irmãos, colaborando e ajudando-se uns aos outros.
Objetivo comunicacional
Há, por fim, um outro objetivo que gostaríamos de alcançar: dar a conhecer o nosso jornal como instrumento de formação e informação a um maior número de pessoas. E assim aumentar os assinantes, para que a publicação tenha os meios adequados para cumprir mais frutuosamente a sua missão pastoral de levar o testemunho do Evangelho de Cristo aos seus leitores e ser um instrumento para o crescimento espiritual e para a ação apostólica de mais gente.
Votos de bom usufruto desta nossa oferta. Fale dela a outros.
P. Jorge Guarda, diretor do Presente
As cores e as formas da Virgem Maria
na Diocese de Leiria-Fátima:
o culto, a arte e a cultura
Veneradas há muitos séculos ou veneradas há poucas décadas, as esculturas que, em todos os lugares que compõem a diocese de Leiria-Fátima, fazem figuração da Virgem Maria são testemunhos claros do afeto filial que os membros desta igreja diocesana votam à Mãe de Deus, cultuada sob muitos títulos conforme o prisma com que para Ela olham os seus devotos.
A somar aos múltiplos títulos que as imagens da Virgem Maria podem tomar – normalmente relacionados com a umbilical relação de Maria com os mistérios de Cristo descritos pelos evangelistas, mas também decorrentes da toponímia ou do específico patrocínio que dela requerem os que se colocam à sua guarda –, a configuração plástica da figuração da «mulher mais poderosa do mundo», para usarmos as palavras com que há poucos meses a revista “National Geographic” intitulava a Mãe de Jesus Cristo, mostra-se muito diversificada, revelando diferentes escolas e modos estilísticos, diversas opções estéticas, múltiplas técnicas e diversificadas formas de fixar a imagem da Mãe de Cristo, venerada no território diocesano através de esculturas e pinturas cronologicamente situadas entre o século XVI e o século XX.
Para caracterizar a Mãe de Deus, os cristãos da diocese de Leiria-Fátima recorreram à mesma práxis que as restantes comunidades cristãs, não prescindindo dos atributos que tornam presente a ideia que querem sublinhar quando olham para a imagem de Maria. Surgem, assim, entre os principais atributos, sempre com valor cristológico, o cetro, as pombas, o rosário, a espada de dores, o coração cintado de flores ou de espinhos, o livro, as flores. É sobretudo a partir destes pequenos objetos que se constrói a imagem da Virgem, aos quais se adicionam ainda as representações aduzidas às bases das esculturas (nalguns casos, das pinturas) e, bem assim, a forma de coroar a silhueta da Virgem Maria que, não raramente, a evoca como a rainha adornada de suas joias. Com frequência, o atributo de eleição é a figuração, em seus braços, do próprio Cristo, quer enquanto Deus Infante quer como morto, depois de descido da cruz. Quase sempre figurada de pé, a posição mais claramente ligada aos filhos da Igreja, a Virgem Maria, num ou noutro caso, surge também, como “sede de sabedoria”, apresentando-se como mestra que toma lugar na cátedra de onde ensina.
Da descrição destes elementos se forma o pequeno texto que acompanha a imagem e que pretende ser, sob o estilo de uma legenda alargada, um estímulo para uma viagem que pode começar na leitura da efígie mariana a partir da materialidade da sua forma, mas que deve acabar na interpretação estética das realidades que o artista ou o artífice ali compreendeu. Acompanham a legenda as referências típicas da descrição das obras de arte, que fixam, em campo breve, para além do número de inventário, a autoria e a datação, as dimensões e o material que foi usado na imagem venerada. Todos eles concorrem para a aliança estreita que, em torno da Virgem Maria, ocorre entre o culto, a arte e a cultura.
Marco Daniel Duarte,
diretor do Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima
Dados do projeto
- 89 imagens de todas as paróquias e santuários marianos da Diocese
- postais A5 a cores, na frente e no verso, com alguns detalhes focados
- postais numerados, entregues aleatoriamente
- 44 nomes e invocações diferentes
- 1 imagem em cada semana, como separata, colecionável
- 1 caixa arquivadora para reunir toda a coleção
- orações originais e outras da liturgia ou da piedade popular
- descrição histórico-artística pelo Departamento Diocesano do Património Cultural
- oferta a todos os assinantes do PRESENTE
- possibilidade de aquisição singular da imagem da própria paróquia