Na edição desta semana (22.01.2015), o jornal Presente publica a única (breve) conversa que Stella Kriger aceitou ter com um jornalista. Um relato comovente de quem se preparou para “partir em paz”. Veja tudo na edição em papel…
Depois da notícia correr mundo, os jornalistas correram para Stella, que entretanto fora transferida para Alcobaça. Mas ela não quer protagonismo e recusa falar. Abre uma exceção apenas ao semanário diocesano Presente Leiria-Fátima, que a visitou naquele hospital, no dia 14, quarta-feira.
Encontramo-la num profundo sofrimento, mas com uma paz de espírito contagiante. Quer manifestar a alegria da intensa experiência que tivera com o Papa, segurando as mãos do jornalista durante largos momentos. Depois, entrega o telemóvel e pede que marque 200 para ouvir a voz do Papa na mensagem que deixou na primeira tentativa de telefonema. Ouvimos.
Enquanto isso, vai desfiando algumas memórias de vida atribulada, mas intensa. Dedicou grande parte de si na doação aos outros, com toda a simplicidade. É esse mesmo gesto simples do Papa que mais a sensibiliza.
Quando o marido lhe passou o telefone e ouviu a voz de Francisco, não queria acreditar. Entre lágrimas, não consegue recordar os termos exatos que ouviu na curta chamada, mas arrisca de memória: “Stella, é Francisco. Tomei conhecimento, através das suas amigas, do seu estado de saúde e do momento difícil em que vive. Estou consigo na oração, tenha coragem”. No final, “deu-me a bênção”.
Não pode falar muito mais, pois está demasiado debilitada. Pedimos-lhe apenas uma mensagem aos nossos leitores. “Todos devemos ser portadores do grande gesto de humildade que nos transmitiu o Papa Francisco. Sermos melhores seres humanos, seja no trabalho, na escola, nas nossas famílias, no nosso dia a dia e em tudo o que fazemos”, diz.
Em jeito de despedida, partilha ainda o seu lema de vida: “amar, perdoar, agradecer e aceitar”.
Partiria para Deus cinco dias depois. Acreditamos que foi em paz. Que Deus a acolha e conforte os seus familiares e amigos.