Jornada de Apresentação do Tema do Ano Pastoral do Santuário de Fátima

Os exemplos dos santos Francisco e Jacinta Marto acompanharão a vida do Santuário ao longo deste ano pastoral, durante o qual somos especialmente desafiados a “Dar Graças por viver em Deus”.

D. António Marto presidiu à Jornada de Apresentação do Tema do Ano Pastoral e desafiou os cristãos a serem “mais entusiastas” a falar de Deus

O cardeal D. António Marto afirmou, na Jornada de Apresentação do Tema do novo Ano Pastoral do Santuário – Dar graças por viver em Deus, que é necessário dar “valor à vida invisível, à vida que não dá nas vistas”, a exemplo da vida dos videntes de Fátima.

“A vida invisível, que não dá nas vistas, é um dos grandes dons de santidade” afirmou o prelado lembrando que nem Francisco nem Jacinta, “conheceram a realidade das redes sociais ou a fama” , mas eram “santos dos pequenos gestos, dos pequenos detalhes que brotavam do coração”, afirmou.

“Eles, como tantos outros hoje, não apareciam nem aparecem nos telejornais mas os seus gestos continuam a sustentar o mundo”, esclareceu ao lembrar que este caminho deve ser feito em conjunto, numa vivência comunitária, a partir da família.

O bispo de Leiria-Fátima sublinhou que falar de santidade “hoje não goza de grande fama nem audiência nem recolhe a melhor imprensa”, por ser uma questão envolta em “estereótipos e preconceitos”, que confundem santidade com “grandes feitos ou coisas extraordinárias”. No entanto, frisou, a Santidade “é um tema importante nos nossos dias”, “está ao alcance de todos e não apenas de uns eleitos” e expressa-se no quotidiano.

“A comunidade que guarda os pequenos detalhes do amor, e os partilha em comunidade, é um lugar de santidade: um ato de ternura, uma ajuda generosa, uma palavra boa, um sorriso, um afeto, uma partilha de dons materiais ou espirituais, constituem pequenos gestos insignificantes mas que, aos olhos de Deus, são eternos e santos”, disse D. António Marto.

“Ser santo não significa revirar os olhos num suposto êxtase mas configurar a vida à misericórdia do Senhor, reconhecendo Jesus Cristo como aquele que vem ao encontro dos pobres e sofredores” frisou ainda ao concluir que “santo é aquele que vive em Deus e não aquele que chega e fica apenas deslumbrado com o consumo ou com os holofotes”.

O prelado, que não escondeu o apreço que tem pelo tema da santidade, sobretudo a santidade de que fala o Papa Francisco que tem como modelo os “santos de ao pé da porta”, desafiou os presentes a inspirarem-se na escola de Maria, como fizeram os pastorinhos.

“Não se pense que a mística é só para eleitos e que se reduz a fenómenos místicos extraordinários; é marca da vida cristã, e embora tenha vários graus de intensidade, é fundamental falar da beleza de viver em Deus e com Deus, da alegria que isso nos traz e fazê-lo de forma entusiasta”.

 “A santidade dos pastorinhos é o maior legado da Mensagem de Fátima”, disse o cardeal D. António Marto e Eles, como ninguém, souberam trilhar este caminho de santidade, “animando-se uns aos outros”, “rezando em conjunto”, “fazendo sacrifícios em conjunto”. Por isso, “deixemo-nos animar por este exemplo e façamos como eles” e coloquemo-nos “como instrumentos de Deus junto dos irmãos”.

A Santidade “tem uma força humanizadora”, “eleva-nos das nossas escravidões e eleva a nossa dignidade”, disse ainda.

O tema da santidade, e em particular, a forma como a podemos viver nos dias de hoje, é o convite central do Santuário neste ano pastoral que começa neste primeiro domingo do Advento.

“O presente ano pastoral pretende ajudar os peregrinos a tomarem consciência da sua vocação à santidade enquanto vida em Deus; da necessidade de conversão como recentramento da vida em Deus; da experiência da misericórdia de Deus como convite a viver em Deus” afirmou durante a mesma sessão o padre Carlos Cabecinhas ao sublinhar que os peregrinos são convidados a descobrir Fátima como `escola de santidade´, quer na espiritualidade cristã proposta pela mensagem de Fátima, quer na vida dos Santos Pastorinhos, que encarnaram exemplarmente essa espiritualidade.

“Nos santos Francisco e Jacinta, ao celebrarmos os cem anos das suas mortes, os peregrinos são desafiados a descobrir a exortação a viverem a santidade nas suas vidas. Esta exortação à santidade decorre da condição de batizados: todos os batizados são chamados a serem santos”.

O responsável pelo Santuário lembrou, por outro lado, que a dinâmica pastoral do ano tem como referência, além da efeméride do centenário da morte de Santa Jacinta, os centenários da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima e o da ordenação episcopal de D- José Alves Correia da Silva, o primeiro bispo da então recém restaurada diocese de Leiria, também designado como primeiro grande Bispo de Fátima.

O tema do ano foi apresentado pelo padre João Aguiar Campo, antigo Diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais. O sacerdote, que também dirigiu a Rádio Renascença sublinhou que  “Fátima é interioridade” e “uma escola que tem Maria como professora da centralidade de Deus” .

A Jornada de Apresentação do Ano Pastoral, que foi precedida da inauguração da exposição comemorativa do centenário da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima, intitulada Vestida de Branco, contou este ano com uma novidade : os voluntários do Santuário de Fátima foram convidados a assumir ou a renovar o Compromisso do Voluntário, expressão máxima desta vida em Deus, na disponibilidade para o outro.

O momento do compromisso começou com um momento de Veneração junto aos túmulos dos Santos Francisco e Jacinta Marto, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, seguido da Missa, que foi presidida pelo Reitor do Santuário, e durante a qual os voluntários foram convidados a expressar o seu compromisso. São cerca de 350 os voluntários que atualmente colaboram no Santuário desde a Liturgia ao acolhimento passando pela comunicação, entre outros serviços.


“Vestida de Branco”: Inaugurada Exposição temporária sobre a primeira Imagem de Nossa Senhora de Fátima

Exposição reúne as mais belas imagens da Virgem Maria e, durante uma tarde de 2020, mostrará de perto a primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima.

No arranque do novo ano pastoral, foi inaugurada a nova exposição temporária do Santuário: “Vestida de Branco”, uma mostra que, no ano em que se celebra o centenário da criação da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima, reúne as mais belas imagens da Virgem Maria, numa reflexão sobre a relação entre a arte e a devoção. A exposição vai estar de portas abertas no Convivium de Santo Agostinho, no plano inferior da Basílica da Santíssima Trindade, diariamente, entre as 9h00 e as 18h00, até ao dia 15 de outubro de 2020.

O título da nova exposição provém da descrição de Nossa Senhora feita por Lúcia de Jesus ao padre Manuel Nunes Formigão e padre Manuel Marques dos Santos, a 8 de julho de 1924, onde a vidente, à pergunta sobre “como estava vestida a Senhora”, responde que “estava vestida de branco”. É a partir deste interrogatório e da ideia de ícone à escala mundial em que a primeira escultura de nossa Senhora de Fátima se tornou que abre o preâmbulo da exposição e que derivam os restantes sete núcleos que a compõem.

No primeiro núcleo, oito esculturas de Nossa Senhora, esculpidas em Portugal e datadas entre o século XVI e a atualidade, apresentam uma síntese da figuração da Virgem Maria durante aquele período. Neste espaço, é evidenciado os cânones de beleza feminino que os artistas fixaram em cada representação da Virgem Maria.

Segue-se, no núcleo seguinte, a narrativa da imagem da Mãe de Deus, através da representação, em obras de arte, dos espaços e lugares mais marcantes da Sua vida, desde o seu nascimento à sua morte e Glória, no Céu, assumindo-se como centro de leitura a Cruz de Cristo.

A plasticidade da atualidade assume o foco no terceiro núcleo, onde importantes artistas contemporâneos portugueses foram desafiados a interpretar, a partir da sua estética pessoal, os símbolos da Virgem Mãe.

“As formas e as cores de novas iconografias” do quarto núcleo evidenciam a inovação estética com que Maria foi olhada ao longo dos tempos, através de representações escultóricas de Nossa Senhora de artistas como Clara Menéres e António Manuel Soares dos Reis. O núcleo inclui também criações artísticas que, pela sua estética, não foram aceites pelos fiéis, numa expressão da tensão entre a criação e a receção da obra de arte sacra.

A exposição centra-se na Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima a partir do quinto núcleo, onde é apresentado um percurso que vai desde a sua criação iconográfica, passando pela encomenda e fixação do modelo, a sua propagação pelo mundo e interpretação pelos artistas plásticos. Neste espaço, é apresentada a primeira pagela que circulou entre a multidão da Cova da Iria, a 13 de outubro de 1917, onde a Aparição é representada através de uma foto da Imagem de Nossa Senhora da Conceição, da Sé de Leiria, que também se encontra ali exposta.

É no quinto núcleo que se encontra uma redoma de vidro onde está representada, em tamanho real, uma foto com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima que se venera na Capelinha das Aparições. É neste espaço que, na tarde de 13 de junho de 2020, data em que se assinala a chegada da Imagem no Santuário, os visitantes terão a oportunidade de admirar, de perto, a escultura que é um dos mais importantes ícones marianos atuais do catolicismo.

O penúltimo núcleo apresenta, através de diferentes representações da Virgem Maria, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima como paradigma da discussão acerca do diálogo entre a arte antiga e a arte contemporânea.

Na conclusão, são revelados os mitos, desafios e a herança da Imagem. Neste ponto, são mostrados os cuidados de conservação da escultura e demonstrado que o vigor da escultura criada em 1920 reside, sobretudo, na eficácia de fazer acontecer imagens que interessam ao mundo, entre as quais a imagem nupcial, da realeza, da proteção materna e da paz.

Na penúltima instalação da exposição, em frente a uma maqueta da escultura de Nossa Senhora dos Pastores, o visitante é convidado a experimentar sensorialmente a afirmação que o Papa Francisco proferiu na homilia na Cova da Iria a 13 de maio de 2017 de que Fátima é um “manto de Luz”, através da projeção da face no manto da maqueta.

Com esta nova exposição, o Santuário de Fátima assume a linguagem da cultura dos museus e a via da beleza como uma das formas de transmissão dos conteúdos da mensagem de Fátima e da sua história.

A entrada na exposição é livre.

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Sobre a primeira Imagem de Nossa Senhora de Fátima

A escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima que se venera na Capelinha das Aparições foi encomendada em 1919 por um devoto de Torres Novas, Gilberto Fernandes dos Santos, à Casa Fânzeres, de Braga, correspondendo ao desejo de os peregrinos terem, além da Capelinha, uma imagem que pudessem identificar como sendo a da “Senhora envolta em luz” que apareceu aos três Pastorinhos em 1917.

Obra do santeiro José Ferreira Thedim, inspirada numa imagem de Nossa Senhora da Lapa, venerada em Ponte de Lima, a Imagem foi “modelada e executada conforme o relato das videntes”, tal como lhe foi transmitido pelo cónego Manuel Formigão. Não beneficiou, portanto, do testemunho direto de Lúcia, Francisco e Jacinta.

Com 1,04 metros de altura, a escultura foi produzida em cedro do Brasil, ficando a cargo da Casa Teixeira Fânzeres, de Braga, a aplicação de policromia e de dourados.

A Imagem foi benzida em 13 de maio de 1920 pelo pároco de Fátima, padre Manuel Marques Ferreira, na Igreja Paroquial, tendo sido levada para a Capelinha das Aparições em 13 de junho desse ano.

Durante a noite, a Imagem era recolhida pela zeladora Maria Carreira – conhecida por Maria da Capelinha –, razão pela qual escapou incólume ao atentado de 6 de março de 1922, que destruiu parcialmente a Capelinha.

A Imagem, que fora solenemente coroada pelo Legado Pontifício, o cardeal Aloisi Masella, em 13 de maio de 1946, foi restaurada pelo seu autor em 1951 e desde então tem sido retocada várias vezes.

Desde maio de 1982, com a renovação da Capelinha das Aparições a tempo da primeira visita de João Paulo II, que a Imagem assenta no exterior da Capelinha numa peanha que assinala o local exato onde se encontrava a azinheira (entretanto desaparecida por ação dos devotos) sobre a qual Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos.

Protegida por uma redoma de vidro à prova de bala, a Imagem era recolhida ao final do dia, poucos minutos antes da meia-noite, para o interior da Capelinha, por uma questão de segurança, regressando àquele local na manhã seguinte.

Essa prática foi abandonada desde que, em 2009, o Santuário de Fátima passou a transmitir na internet, 24 horas por dia, imagens da Capelinha, captadas por uma câmara direcionada para a Imagem. Desde então, a escultura que representa Nossa Senhora de Fátima está permanentemente à vista de todos, não só na Cova da Iria, mas também verdadeiramente em todo o mundo, através da divulgação das imagens via internet.


Peregrinos convidados a viver a santidade a partir de Fátima

Os exemplos dos santos Francisco e Jacinta Marto acompanharão a vida do Santuário ao longo deste ano pastoral, durante o qual somos especialmente desafiados a “Dar Graças por viver em Deus”.

“Tempo de Graça e Misericórdia: dar graças por viver em Deus” é o tema do novo ano pastoral em Fátima, o último do primeiro ciclo pós -centenário das Aparições. Inspirado na primeira Epístola de Pedro – «Sede santos» (1 Ped 1, 15) – e tendo presente o excerto das Memórias da Irmã Lúcia – «[Nossa Senhora comunicou-nos] uma luz tão intensa, […] fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz […]» (IV Memória, sobre a aparição de 13 de maio)- o Santuário preparou este ano pastoral centrado nesse apelo universal à santidade que consta dos documentos do Magistério e que, na Cova da Iria, se materializa como um chamamento à vida em Deus, segundo o exemplo dos videntes de Fátima, em particular dos santos Francisco e Jacinta Marto.

Ao todo, durante este ano, serão desenvolvidos vários conteúdos temáticos a saber: a vocação batismal à santidade, a vida cristã como vida em Deus, a conversão como recentramento da vida em Deus, a santidade para os dias de hoje, as dimensões de uma espiritualidade cristã à luz da mensagem de Fátima, a experiência da graça como experiência da santidade de Deus, o Santuário como espaço de encontro com o Deus Santo, a experiência da misericórdia de Deus como convite a viver com Ele, Fátima como escola de santidade, Francisco como modelo de santidade, Jacinta como modelo de santidade e Lúcia como modelo de vida cristã.

A santidade “não é um privilégio reservado a alguns eleitos, é a vocação de todos nós Cristãos”, como nos recorda o Papa Francisco na Exortação Apostólica sobre o chamamento à santidade, Alegrai-vos e exultai, e o reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, lembrou-o no passado dia 1 de novembro ao sublinhar que ser santo é “não nos resignarmos com uma vida medíocre, superficial e indecisa, sem horizonte ou sem exigência”.

“Ser santo é aproximarmo-nos e imitar Jesus, porque os santos são aqueles que souberam confiar as suas vidas a Deus, e vem-nos à mente a pergunta de Nossa Senhora aqui em Fátima aos Pastorinhos: «Quereis oferecer-vos a Deus?»”, considerou o reitor, que afirmou ainda que este ato de aceitar confiar a vida nas mãos de Deus é “sinal de santidade”.   

Na mensagem de Fátima há este horizonte, que passa por conduzir cada um a Deus e “à vida de comunhão com Ele, isto é, a uma vida santa, e é isto que é Fátima: o convite a uma vida santa”.

Mas a santidade em Fátima também é visível nos protagonistas, os Pastorinhos, e “neles encontramos não apenas o enorme desejo de serem santos, desejo que tanta vezes a nós nos falta, mas igualmente o esforço diário por serem humildes, justos, misericordiosos, pacíficos, puros de coração como Jesus Cristo, porque neles descobrimos este esforço de viver de acordo com as Bem-Aventuranças”, acrescentou ainda ao lembrar que chamamento, compromisso e vocação são palavras centrais na mensagem e também n este convite permanente a viver em Deus.

Durante este ano pastoral vários serão os momentos em que este chamamento a um compromisso de vida, conformada à palavra de Deus, será uma constante, nomeadamente quando forem celebrados centenários que ocorrerão deurante este ano pastoral 2019/2020.

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Jacinta morreu há cem anos

Jacinta, a irmã mais nova de São Francisco Marto, e também ela canonizada a 13 de maio de 2017, morreu a 20 de fevereiro de 1920. Impressionada pelo sofrimento dos pecadores, reza e sacrifica-se pela sua conversão, pela paz no mundo, e pelo Santo Padre: “Sofro muito, mas ofereço tudo pela conversão dos pecadores e para reparar o Coração Imaculado de Maria, e também pelo Santo Padre”, confidenciou a Lúcia, na sua doença. E, pouco antes de morrer, dizia: “No Céu vou amar muito a Jesus e o Coração Imaculado de Maria”.

A atitude de compaixão é a marca distintiva de Jacinta, que dedica toda a existência à missão que a Senhora do Céu lhe confia: “Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro no peito a queimar-me e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e de Maria!”

O amor a Nossa Senhora e este desejo conformador da sua existência com o Coração de Jesus, levou Jacinta a desejar segui-Lo, percorrendo o mesmo caminho que o Mestre. E, nem sequer na solidão da doença, quando lhe foi negada a possibilidade da comunhão ou quando a ferida que lhe penetrava o peito a fazia sofrer, perdeu serenidade própria de quem confia e de quem ama, ao jeito de Maria, sua mestra na Escola de Santidade, como afirmou o Papa São João Paulo II. Durante a sua estadia na prisão, em Ourém, quando Lúcia lhe pede para escolher uma intenção pela qual oferecer os sacrifícios – pelos pobres pecadores, ou pelo Santo Padre, ou em reparação ao Imaculado Coração de Maria – a Jacinta não hesita em responder: “eu ofereço por todas, porque gosto muito de todas”. (Texto escrito a partir da espiritualidade de Jacinta, Fundação São Francisco e Santa Jacinta Marto)

A escultura mais universal do catolicismo português

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A escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, foi oferecida em 1920 por Gilberto Fernandes dos Santos, de Torres Novas, sendo benzida no dia 13 de maio desse mesmo ano, na Igreja Paroquial de Fátima, e trazida para a Capelinha um mês depois. Foi solenemente coroada em 13 de maio de 1946 pelo cardeal Aloisi Masella, legado pontifício.

A escultura é constituída por blocos de madeira de cedro do Brasil (Cedrela odorata L.). Tem várias camadas cromáticas e os motivos dourados são feitos com folha de ouro de 22 e de 23,5 quilates. Os olhos são de vidro e nas vestes e manto foram incrustadas pedras de cristal de rocha, de vidro e diamantes. Obra de José Ferreira Thedim, a escultura é de madeira (cedro do Brasil) e mede 1,04 metros. Foi restaurada pelo autor em 1951 e, posteriormente, várias vezes retocada.

A escultura fez 12 viagens com sentido cultual, três delas ao Vaticano a pedido dos Papas.

Nos primeiros tempos, a Imagem era recolhida por Maria Carreira, a zeladora da Capelinha das Aparições, para sua casa. Por essa razão, o atentado de 1922 não afetou a escultura.

A escultura mais universal do catolicismo contemporâneo vai estar na exposição temporária “Vestida de Branco” no Convívio de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade no dia 13 de junho, depois das celebrações da Peregrinação Internacional Aniversária, que assinala a segunda aparição da Virgem aos pastorinhos de Fátima.

D. José Alves Correia da Silva, o bispo de Fátima

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Ordenado bispo da restaurada diocese de Leiria, em julho de 1920, D. José Alves Correia foi o prelado que chancelou o acontecimento de Fátima ao declarar numa carta pastoral de 13 de outubro de 1930 “como dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria” e ter permitido oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima, que deu um impulso extraordinário ao Santuário que haveria de nascer. A ele se devem, de resto, algumas opções estratégicas prévias a esta carta pastoral desde as de natureza canónica até às mais pragmáticas relacionadas com a criação de infraestruturas que permitiram a projecção do atual Santuário. Também será pela sua mão que a mensagem de Fátima começará a correr mundo, pois foi D. José que autorizou as primeiras saídas da imagem da Capelinha das Aparições. De referir que é no seu episcopado que se realiza a primeira peregrinação nacional a Fátima, em maio de 1931; a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado coração de Maria, por Pio XII; a coroação da imagem de Nossa Senhora de Fátima em 1946 e a abertura do processo de beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

D. José Alves Correia da Silva faleceu em 1957 e os seus restos mortais estão sepultados na Capela-mor da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Um ano antes de falecer, o Papa Pio XII nomeou-o assistente ao sólio pontifício, uma distinção de honra que, então, os papas concediam a prelados em sinal de reconhecimento pelos trabalhos prestados à Igreja.

Uma oferta diversificada

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Durante este ano pastoral vários serão os momentos em que este chamamento a um compromisso de vida, se expressará através de linguagens diversificadas que vão das catequeses, à música, conferências e momentos de maior espiritualidade como são os retiros e as oficinas pastorais, desenvolvidos no âmbito da Escola do Santuário. De entre estes eventos destaque para os Retiros da luz, que começam já em dezembro (6 a 8) com a “Alegria da Luz”, durante o tempo do Advento, seguindo-se depois mais três edições na Quaresma, na Semana Santa e no tríduo Pascal. Destaque igualmente para as Jornadas sobre As Crianças, a morte e o luto, em maio e as visitas temáticas à exposição temporária “Vestida de Branco- exposição comemorativa do centenário da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima”. Em junho, realiza-se o Simpósio Teológico-Pastoral e em julho a V edição do Curso de Verão. Também voltará o Projeto SETE-Imersão de voluntariado jovem no Santuário e o programa Vem para o Meio, destinado a proporcionar férias para pais de pessoas com deficiência.

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