Jornada de abertura do novo ano pastoral de Fátima: “Dar Graças por Peregrinar em Igreja”

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Decorreu, no passado dia 1 de dezembro, a jornada de abertura do novo ano pastoral do Santuário de Fátima, com o tema “Dar Graças por Peregrinar em Igreja” apresentado pelo diácono Rui Ruivo.

A sessão começou com a inauguração da exposição “Capela Múndi”, comemorativa do centenário da construção da Capelinha das Aparições, e incluiu um balanço sobre o último ano e as propostas do que agora começa, pelo reitor, padre Carlos Cabecinhas. A fechar, o cardeal D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, defendeu que a Igreja deve prosseguir a sua peregrinação no Mundo e na História, apesar das “poeiras que caem sobre ela”.

 

Cem anos da Capelinha

A inauguração da nova exposição temporária do Santuário, com o título “Capela-Múndi”, marcou a abertura da sessão de apresentação do novo ano pastoral de Fátima. Trata-se de uma mostra que recorda o centenário da construção da Capelinha das Aparições, um dos mais importantes ícones do Santuário, propondo ao visitante uma narrativa que se desenvolve em nove núcleos expositivos. Estará patente até 15 de outubro de 2019, todos os dias, das 09h00 às 18h00.

Através de um diálogo metafórico constante entre peças de arte contemporânea e antiga, de várias disciplinas artísticas, como pintura, escultura, ourivesaria e tapeçaria, a exposição “Capela-Múndi” apresenta a Capelinha das Aparições como resultado da insistência popular junto da hierarquia religiosa de então, em fazer cumprir o pedido da Virgem: “façam aqui uma capela”.

Entre cartas, documentos e fragmentos da construção original, a mostra oferece ainda a possibilidade de uma visita ao interior da Capelinha, através de uma réplica construída à escala real. No exterior, a volumetria representativa da Capelinha das Aparições é circunscrita por uma barra cronológica de fotografias que mostra a evolução da paisagem até à atualidade.

 

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Aparições são “consolo” à Igreja

“Dar Graças por Peregrinar em Igreja” é o tema deste ano pastoral, sublinhando a dimensão de eclesialidade da Mensagem de Fátima, especialmente frisada no chamado “Segredo”, na referência ao “Bispo vestido de branco” e à “Igreja peregrina e mártir”. Na abertura da sessão, o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, sublinhou que esta consciência de ser Igreja experimenta-se, em Fátima, de “muitos modos”, desde a participação nas celebrações sacramentais; nas assembleias crentes que aqui se reúnem para a expressão comum da fé, para adorar a Deus, dar-Lhe graças e louvá-l’O; na união e comunhão com o Papa e na oração por ele, tão característica de Fátima.

Mas o tema do ano pretende sublinhar, por outro lado, que esta experiência de ser Igreja é dinâmica: “é uma peregrinação”. Nesse contexto, “neste caminho da Igreja, as Aparições de Fátima são consolo que Deus oferece aos membros da sua Igreja peregrina; são auxílio para o caminho”.

Para desenvolver esta temática, no segundo ano do triénio que inicia o segundo século de Fátima e que está a ser vivido como “Tempo de Graça e de Misericórdia”, o Santuário irá potenciar o seu papel de “meta de peregrinação e lugar de forte experiência de Igreja”. O reitor apresentou algumas propostas concretas do programa, em áreas tão diversas como celebrações, catequeses, formações, exposições, concertos, etc. Em pano de fundo, estarão dois centenários, o da construção da Capelinha das Aparições e o da morte de S. Francisco Marto. E haverá uma atenção especial aos jovens, cujo Jornada Mundial, no Panamá, em janeiro de 2019, contará com a presença da Imagem N.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima.

O reitor do Santuário aproveitou ainda fazer um balanço do ano que agora terminou e que “permitiu consolidar algumas práticas” iniciadas durante o centenário, mas agora aos “ritmos diários e habituais da vida do Santuário”. A afluência de peregrinos, embora abaixo de 2017, “manteve-se muito elevada”.

 

Aprender a “ser para os outros”

Coube ao diácono Rui Ruivo, da Diocese de Leiria-Fátima, desenvolver o tema central deste próximo ano, apontando o Santuário de Fátima como lugar de peregrinação e “exemplo de uma Igreja em saída missionária. “Fátima é manifestação da Igreja peregrina, que celebra a fé, exerce a sua diaconia no serviço fraterno, que anuncia a boa nova” e que “acolhe o pobre e o pequenino”, oferecendo a “reconciliação e o perdão” e proporcionando um verdadeiro encontro com Deus.

“No santuário de Fátima peregrinamos em Igreja não só nos grandes acontecimentos, como a vinda do Papa, onde facilmente nos vemos e sentimos fazendo parte da Igreja, mas no quotidiano deste Santuário. Numas e noutras situações, somos sempre peregrinos em Igreja”, afirmou, lembrando que o Santuário é ele próprio peregrino “porque regressa com os peregrinos que aqui vêm”.

O jovem diácono lembrou o significado de peregrinar, uma espécie de viagem que pressupõe sempre uma abertura ao outro e às suas dores, apresentando a peregrinação como “um lugar” onde se experimenta a “fraternidade em igreja”, através da qual se procura um sentido e uma proximidade a Deus. “Fátima torna-se assim, cada vez mais, a expressão deste ser para os outros”, concluiu.

 

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A Igreja deve prosseguir a sua peregrinação

Após um momento musical, pelo Coro do Santuário de Fátima e a Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima, o Bispo de Leiria-Fátima encerrou a sessão com uma reflexão sobre a peregrinação que a Igreja é chamada a fazer no mundo, ainda que ambiente de contrariedades. A Igreja é “peregrina na História” que “ainda não chegou à plenitude”, em permanente conversão, renovação, e com esperança “que Deus dá como dom”, rumo a uma “meta definitiva”. Assim, ela “é chamada a prosseguir a sua peregrinação no mundo e a crescer na fé e no testemunho, é chamada a renovar-se pois sobre ela cai a poeira da história, como os tempos em que que vivemos”, disse o prelado.

“Aqui em Fátima, Nossa Senhora pediu conversão para o mundo e para a Igreja, e esta conversão tem de ser feita todos os dias”, defendeu o cardeal D. António Marto, apontando o próprio exemplo de Maria, cuja vida foi uma caminhada de encontros e seguimento do seu Filho, até à Cruz. Na mesma linha, destacou que “a peregrinação pode ser experiência bela e surpreendente de Deus, uma experiência de interioridade profunda” quando é “uma viagem com uma meta a alcançar”, tomando a Palavra de Deus como “bússola para o caminho”.

 

“Podcasts” sobre Fátima e o Mundo

O Santuário de Fátima inaugura, esta quinta-feira, uma nova série de “podcasts”, entrevistas em áudio sob o título “#Fátima no Século XXI”, para as quais vai convidar personalidades ligadas à ciência, à política, às artes, à sociedade e à religião a refletir sobre “Fátima e o Mundo”. A primeira emissão tem como interveniente o Bispo de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto, que perspetiva o acontecimento e a mensagem no século XXI, centrado no trinómio Fátima, o Mundo e a Paz. A cada dia 13 será libertado um novo vídeo.

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