Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres

Esta congregação foi fundada pela Madre Maria Isabel da Santíssima Trindade, em Elvas, diocese de Évora, ereta canonicamente em 1955. Tem por missão difundir o amor de Deus no mundo, com a opção preferencial pelos mais pobres.

  

 

 

 

 

 

 

 

 

Presença maternal de Maria junto dos necessitados

2015-09-08 sopra2Filha de lavradores abastados, Maria Isabel Picão Caldeira nasceu em 1889, em Santa Eulália, concelho de Elvas. Teve uma educação esmerada, passando pela Escola de Belas Artes, em Lisboa, e casou em 1912, mas o marido viria a falecer dez anos depois, vítima de doença. Sem filhos, passou a dedicar-se ao apostolado na sua terra e, sentindo o apelo à vida religiosa, entrou em 1934 nas Irmãs Dominicanas Contemplativas. Sete meses depois, a doença obrigou-a a abandonar a clausura, sendo então convidada por D. Manuel da Conceição Santos, arcebispo de Évora, para gerir uma casa de retiros.

Foi aí que iniciou uma vasta ação apostólica de serviço aos pobres, criando várias obras sociais com o investimento dos próprios bens. Inspirada em Santa Beatriz da Silva, a também alentejana fundadora da Ordem da Imaculada Conceição (1489), viria a fundar, em 1939, a Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, aprovada pelo Papa Pio XII em 1955. Nesse ano, faz a sua profissão perpétua como Madre Maria Isabel da Santíssima Trindade. Deixando esta obra como “testamento espiritual” às suas “filhas”, faleceu em 1962. A causa da sua canonização foi introduzida em 1998 e, já em 2013, o Papa Francisco declarou-a Venerável.

Imitando a sua grande paixão e a razão de ser da sua vida, as irmãs concepcionistas continuaram esse trabalho iniciado nas ruínas do antigo Convento de Santa Clara e que a fundadora já havia expandido por 12 comunidades em várias dioceses de Portugal. Atualmente, mercê de uma alma verdadeiramente missionária, encontram-se presentes também em Itália, México, Moçambique e Timor.

 

Carisma, espiritualidade e missão

A pobreza, a simplicidade e humildade, o amor à cruz e à Eucaristia marcaram profundamente a vida de Madre Maria Isabel. “O amor crucificado pede crucificadas de amor” e “Senhor, devorou-me o zelo da vossa causa, fiz-me pobre para privilegiar os pobres” são frases suas que viriam a definir o carisma do Instituto.

Na palavra “concepcionista” centra-se a espiritualidade mariana da Congregação. Tal como Maria, as irmãs procuram ser presença maternal junto dos mais pobres, tornando visível junto deles o amor de Deus.

Outro pilar da vida espiritual da fundadora foi o exemplo de desprendimento interior de São Francisco de Assis, pelo que sempre recomendou às irmãs a vivência e prática da pobreza, considerando-a como a fortaleza da Congregação.

Neste espírito, a opção preferencial pelos pobres e necessitados toma forma em gestos concretos de serviço a crianças, idosos e doentes, proclamam o valor e o sentido da vida humana e atualizando os gestos de Jesus, curando os doentes, consolando e acolhendo os tristes, os abandonados e os pequeninos.

 

Em Leiria-Fátima

2015-09-08 sopra4A própria fundadora da Congregação abriu a Fraternidade de Santa Clara de Assis, em Fátima, em 1944, para o serviço da infância. Começou como creche para acolher as crianças de famílias de agricultores pobres, com o nome de “Abrigo Infantil de São José”, passou a internato, entre 1959 e 1968, e chegou a ser jardim de infância e escola primária, até 1982. Prestavam serviço de hospedagem num edifício anexo que, por fidelidade ao carisma, viriam a transformar em lar de acolhimento a idosos, atividade que ocupa hoje todo o espaço, numa IPSS com o nome de Lar de Santa Beatriz da Silva. As 11 irmãs desta comunidade, além de uma intensa vida de oração pessoal e comunitária, dedicam-se a promover a saúde, o acolhimento, o bem-estar, a espiritualidade e as relações interpessoais dos utentes, colaborando ainda na catequese paroquial.

Sensivelmente no mesmo ano em que chegaram a Fátima, surgia em Mira de Aire a “Casa de Proteção à Indigência”, fundada por um grupo de empresários locais para alimentar e acolher os pedintes que deambulavam pelas ruas. Foi o início da obra que, em dezembro de 1951, já com o nome de “Abrigo Familiar Casa de São José”, foi confiada às Irmãs Concepcionistas. Sem perder essa missão inicial, a instituição foi-se afirmando cada vez mais como uma IPSS, ampliando as modalidades assistenciais e os espaços para creche, jardim de infância, centro de ATL, lar de terceira idade e centro de dia, respondendo aos novos desafios da sociedade e das famílias. Ao seu serviço estão atualmente cinco irmãs, que colaboram também na catequese da paróquia.

 

Testemunho vocacional

“Abandonei a escola, a catequese e os encontros juvenis…”

2015-09-08 sopra5Nasci em Inhambane (Moçambique), em 1973, sexta de nove filhos, e recebi de meus pais uma boa educação humana e cristã. O despertar para a vida consagrada deu-se na minha 1.ª Comunhão e nas visitas aos doentes, a convite da catequista, uma missionária da Consolata. Sentia admiração por ela: com o simples gesto de se debruçar, tocar, confortar e, por vezes em silêncio, fazia-se próxima de todos, fossem eles cristãos ou não cristãos. Via apenas gestos exteriores, porém, geravam tensão interior.

Quando fiz a 1.ª Comunhão, aos 14 anos, recebi uma estampa da Imaculada e, ajudada pela minha mãe, tornei-me devota de Nossa Senhora. Essa imagem, que muito estimava, reduziu-se em cinzas no incêndio que atingiu a casa dos meus pais, durante a guerra civil. Abandonei a escola, a catequese e os encontros juvenis; a oração e o estímulo materno era o único garante que mantinha viva a chama vocacional.

Dois anos depois, decidi ir à paróquia. Decorria o encontro dos jovens, seguido de jogos. Chegara uma irmã trajada de branco que, para o meu espanto, se pôs a jogar habilmente. Tratava-se de uma Concepcionista ao Serviço dos Pobres (CSP). Cativou-me o seu sorriso.

Aos 16 anos, retomei os encontros vocacionais e duas jovens, em breve, seriam recebidas como primeiras candidatas CSP moçambicanas. Como uma delas não pôde viajar, fui em seu lugar e reencontrei a “irmã de veste branca”. Manifestei o desejo de ser como ela e, em resposta, recebi um sorriso singelo – prenda preciosa e sinal de se estar abrasada por Deus.

Aos 17 anos, entrei nas CSP e a “irmã de veste branca” – Maria Graça Peixoto – tornou-se a minha mestra do noviciado. A formação ajudou-me a descobrir o sentido do que apreciava na minha catequista e no sorriso da mestra. A alegria da consagração, centrada na Páscoa de Cristo, dá significado a qualquer ação dirigida ao outro. Professei em 1999 e solenemente em 2005.

Ser Concepcionista é um dom que me foi confiado e acalentado por Maria Imaculada, cujo afeto inicial se fez “evidência” naquele dia da 1.ª Comunhão. Na vida diária, ela faz-Se presente como Mãe e Mestra e ensina-me a amar, seguir e servir o Senhor na pessoa dos mais pobres.

Porque os planos de Deus são ilegíveis, deixei os pobres da minha terra. Em 2006, fui para formação em Roma, depois missão em Timor Leste e, nos últimos dois anos, como superiora da fraternidade de Fátima e do Lar Santa Beatriz da Silva, onde procuro ser presença maternal de Maria.

Ir. Vitória Uache

 

Números

No mundo

Casas: 20

Membros: cerca de 100

Em Portugal

Casas: 9

Membros: 49

Na Diocese

Casas: 2

Membros: 16

Mais nova – 27 anos

Mais velha – 94 anos

Média etária: 67 anos

 

Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
Formação sobre administração de bens da Igreja
8 de Fevereiro
, às 10:00
ENDIAD – Encontro Diocesano de Adolescentes
8 de Março
, às 09:30
Formação sobre administração de bens da Igreja
22 de Fevereiro
, às 14:30
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